A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) já recebeu da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) do Ministério da Fazenda uma “lista negativa” com 2.040 sites de apostas que se tornarão ilegais no Brasil a partir desta sexta-feira (11).
Com a relação em mãos, a Anatel notificará cerca de 20 mil operadoras de telecomunicações que prestam serviço de acesso à internet no Brasil para iniciar o bloqueio dos sites dessas empresas.
“Temos empresas muito grandes, como a Vivo, a Claro e a TIM, que têm estruturas mais robustas, que rapidamente poderão fazer o bloqueio. Mas também temos empresas pequenas, do interior do Brasil, que muitas vezes prestam serviço em um município ou bairro, que podem demorar mais tempo para fazer esse bloqueio”, contou Carlos Manuel Baigorri, presidente da Anatel, durante uma coletiva de imprensa realizada em Brasília (DF).
“A grande maioria dos usuários estão concentrados numa pequena quantidade de empresas. Então, estamos focando nessas empresas para garantir que o efeito do bloqueio seja alcançado o mais rápido possível, provavelmente amanhã [sexta-feira], no mais tardar, ao longo do fim de semana”, afirmou Baigorri.
Apostadores
O Ministério da Fazenda alertou os apostadores brasileiros para que retirassem, até esta quinta-feira (10), todo o saldo que tivessem nas contas em empresas que não constam da lista elaborada pela pasta.
“No Brasil, existe um negócio chamado contrato de depósito, e é dever dessas empresas que têm dinheiro depositado disponibilizarem esse dinheiro”, apontou Regis Dudena, secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda.
“Caso isso não aconteça, é um caso a ser levado aos órgãos de defesa do consumidor e à polícia”, acrescentou o secretário.
Marketing
A SPA divulgou, no último dia 1º de outubro, uma lista com as operadoras de apostas autorizadas a explorar o mercado brasileiro durante o período de transição, que vai até 1º de janeiro de 2025, quando o país terá finalizado a regulamentação do setor.
A relação passou por duas atualizações, a última delas na noite de terça-feira (8), que incluiu a Stake, patrocinadora máster do Juventude, time que disputa a Série A do Brasileirão. No entanto, permanecem ausentes da lista do Governo Federal marcas com grandes investimentos no futebol, como Esportes da Sorte e Reals.
O Esportes da Sorte conseguiu apenas uma autorização da Loterj para atuar no Rio de Janeiro. Apesar disso, estará proibida de aceitar apostas de brasileiros e fazer investimento em publicidade e marketing a partir desta sexta-feira (11).
A empresa é patrocinadora máster de Corinthians, Bahia, Náutico, Ceará, Santa Cruz e ABC, além de também investir no time feminino do Palmeiras e ser parceira comercial do Grêmio.
O Athletico-PR, outro clube que expunha o logotipo da empresa no espaço nobre da camisa, decidiu retirar a marca do uniforme desde a última rodada do Brasileirão. No sábado passado (5), na derrota para o Botafogo, por 1 a 0, em Curitiba (PR), o Furacão atuou sem o Esportes da Sorte na vestimenta.
Já a Reals vive situação parecida. Patrocinadora principal de Coritiba e Amazonas, ambos da Série B do Brasileirão, a casa de apostas deve perder a visibilidade no uniforme de ambas as equipes, que, por coincidência, se enfrentarão no próximo domingo (13), no Estádio Couto Pereira, na capital paranaense.
O Coxa estreará seu terceiro uniforme da temporada na partida. Segundo a Máquina do Esporte apurou, a Diadora, fornecedora de material esportivo do clube, preparou duas versões da nova camisa, uma com e uma sem a logomarca da Reals. A expectativa é de que o time, assim como o arquirrival Athletico-PR na semana passada, também atue com a camisa limpa.