O Athletico-PR decidiu retirar a logomarca do Esportes da Sorte, patrocinador máster do clube desde março de 2023, da camisa. A decisão ocorre depois que a empresa não apareceu na lista de casas de apostas autorizadas a operar no Brasil até o final do ano, que foi divulgada nos últimos dias pela Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) do Ministério da Fazenda (MF). Com isso, na partida contra o Botafogo, válida pela 29ª rodada do Brasileirão e que será disputada neste sábado (5), o uniforme do clube deverá ficar com a propriedade principal vazia.
“O Club Athletico Paranaense informa que notificou a empresa patrocinadora Esportes da Sorte da imediata suspensão da execução e exposição de sua marca junto ao Club, com base em prerrogativa contratual e legal, assim como solicitou em prazo determinado que preste esclarecimentos sobre a regularidade de sua operação diante dos fatos recentemente noticiados”, afirmou o Athletico-PR, em comunicado oficial.
“Esta decisão, além de outros fatores envolvidos, decorre da informação divulgada pelo Ministério da Fazenda (SPA/MF) de que as casas de apostas não listadas para operar no Brasil até o final do ano (caso do Esportes da Sorte) são consideradas ilegais e seus sites só ficam no ar até 10/10 para que apostadores resgatem valores depositados”, completou o clube.
Vale destacar que quem não estiver na lista do Ministério da Fazenda terá a URL retiradas do ar a partir da sexta-feira da semana que vem (11 de outubro), em um comunicado feito pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) às operadoras de internet do país. O sistema é semelhante ao que baniu o X do Brasil após desobedecer uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).
Com isso, o consumidor, agora, menos de uma semana para resgatar seu saldo nas plataformas de apostas que passarão à ilegalidade no Brasil.
Outros clubes
Além do Athletico-PR, outros grandes clubes brasileiros possuem contrato com o Esportes da Sorte. Na Série A, a lista conta com Corinthians e Bahia (patrocínio máster), além do Grêmio (região do esterno da camisa) e do Palmeiras (patrocínio máster da camisa do time feminino). A empresa ainda tem acordos com Ceará (Série B), ABC e Náutico (Série C) e Santa Cruz (que ficou sem divisão em 2024).
Na quinta-feira (3), o Corinthians emitiu uma nota oficial na qual disse que fez “um pedido de esclarecimentos sobre o status e os próximos passos dos processos de regularização da operação” para o Esportes da Sorte. Segundo o time, a parceira comercial, até o momento, “vem cumprindo integralmente o contrato”.
Já o Palmeiras foi sucinto ao dizer que “recebeu com surpresa a informação” e que o departamento jurídico do clube “está cuidando do caso”.
Esportes da Sorte
Pelo lado da casa de apostas, o foco é regularizar a situação o quanto antes.
“Nosso compromisso sempre foi com a transparência e em favor da regulamentação, tanto é que o Grupo Esportes da Sorte cumpriu com todas as exigências das portarias SPA/MF Nº 827/2024 e SPA/MF Nº 1.475/2024 e entregou toda a documentação correspondente dentro dos prazos estabelecidos nas respectivas portarias”, afirmou a empresa, em nota divulgada na quarta-feira (2).
“Já estamos em contato com a Secretaria de Prêmios e Apostas para solicitar maiores esclarecimentos, uma vez que não existe qualquer impedimento legal para a continuidade da nossa atividade, que sempre ocorreu em conformidade às normas do Governo Federal”, acrescentou.
Vale lembrar que, no mês passado, o Esportes da Sorte foi alvo da Operação Integration, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e que envolveu nomes conhecidos como a influenciadora Deolane Bezerra e o cantor Gusttavo Lima. Darwin Henrique da Silva Filho, CEO da empresa, chegou a ficar preso por 20 dias, sendo solto em 24 de setembro.