Betano e Galera.bet deram sinal de alerta sobre apostas suspeitas em caso Bruno Henrique

Bruno Henrique, do Flamengo, enfrenta o Corinthians em jogo da Copa do Brasil - Reprodução/Instagram @b.henrique

Bruno Henrique, do Flamengo, enfrenta o Corinthians em jogo da Copa do Brasil - Reprodução/Instagram @b.henrique

Betano e Galera.bet foram as empresas que deram sinal de alerta sobre apostas suspeitas para que o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, levasse o cartão amarelo em contra o Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 2023.

A Polícia Federal (PF) e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco) detonou a Operação Spot-Fixing na terça-feira (5), na qual foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao jogador, familiares e possíveis amigos.

Na ocasião, aos 50 minutos do segundo tempo, Bruno Henrique levou a advertência do árbitro por “golpear um adversário de maneira temerária na disputa da bola”, segundo a súmula da partida.

Em seguida, Bruno Henrique teria ofendido o árbitro Raphael Klaus e levou o cartão vermelho. “Você é um m…”, teria dito o jogador ao juiz, segundo o relatório da partida.

Suspeitas

De acordo com pedido de busca e apreensão assinado pelo juiz Fernando Brandini Barbagalo, da 7ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), houve apostas supeitas para a advertência ao atacante Bruno Henrique.

“Segundo os relatórios, baseados nos registros das plataformas de apostas Kaizen Gaming [dona da marca Betano] e Galerabet, houve um aumento exponencial neste tipo de aposta, considerando inclusive o histórico do atleta nas partidas oficiais disputadas nos dois anos anteriores, sendo que as apostas neste sentido teriam saltado de 15% a 25% para patamar superior a 90% pela punição com cartão ao atleta representado”, destacou Barbagalo.

Outra suspeita chamou a atenção da Sportradar, empresa de monitoramente de apostas que alertou o fato à Unidade de Integridade da CBF, da qual é parceira: muitas das apostas haviam sido feitas por contas abertas na véspera do jogo contra o Santos.

Não bastasse isso, os apostadores moravam em Belo Horizonte, cidade natal de Bruno Henrique, no valor máximo permitido para esse tipo de aposta.

Outro fato chamou a atenção: as apostas foram feitas apenas na punição a Bruno Henrique, em mais nenhum tipo de incidência na partida, como placar e vencedor do jogo, que são os casos mais comum nas apostas esportivas.

Ligações

Entre os apostadores identificados pela investigação estavam Wander Nunes Pinto Junior, irmão do jogador, Ludymilla Araujo Lima, cunhada, e Poliana Ester Nunes, prima do atleta.

Segundo despacho do juiz, esse grupo de apostas “só pode ter decorrido do prévio acertamento com o jogador do Flamengo aqui investigado e da sua concordância, aceitação ou idealização quanto ao ato de provocação intencional do cartão”.

Os demais investigados também mantêm vínculo em redes sociais como o Instagram. Claudinei Vitor Mosquete Bassan e Rafaela Cristina Elias Bassan são casados. Claudinei, por sua vez, é irmão de outro investigado, Henrique Mosquete do Nascimento.

Já Andryl Sales Nascimento dos Reis e Max Evangelista Amorim aturam juntos no time de fut7 do Grêmio. O outro nome que apareceu no inquérito é o de Douglas Ribeiro Pina Barcelos, que também mantinha laços sociais com os outros apostadores.

Casas de apostas

A Betano divulgou nota sobre o incidente dizendo que ao detectar atividade suspeita, tem como princípio informar às autoridades.

“Incidentes dessa natureza ressaltam a importância crítica da regulamentação dentro da indústria, destacando a necessidade de uma estrutura nacional para permitir investigação e resolução rápidas”, afirmou a empresa.

Procurada, a Galera.Bet não quis se pronunciar. Essa nota será atualizada, caso a casa de apostas se manifeste.

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