Clubes da Premier League aproveitam últimas oportunidades antes da proibição para fechar com casas de apostas

Rollbit é a nova patrocinadora máster do Southampton - Reprodução / Instagram (@southamptonfc)

Liga de futebol profissional mais rica do planeta, a Premier League decidiu, recentemente, abrir mão do dinheiro proveniente do patrocínio das casas de apostas esportivas. As parcerias com empresas do setor estarão proibidas na Inglaterra a partir da temporada 2026/2027.

Esse tipo de apoio financeiro é polêmico no país e costuma despertar a reação negativa em boa parte dos torcedores ingleses, a ponto de, no ano passado, o Chelsea haver desistido de um contrato de patrocínio máster com a Stake, depois que uma pesquisa apontou que 77% dos fãs do time eram contra essa parceria.

Mas nem todas os times da liga bilionária podem se dar a esse luxo de recusar o dinheiro pago pelas casas de apostas. Clubes de menor expressão na Premier League têm aproveitado as últimas oportunidades antes da proibição para se esbaldar com os patrocínios das empresas do setor.

A mais nova equipe a firmar patrocínio com uma companhia que atua na área de apostas on-line é o Southampton, recém-promovido da EFL Championship.

O clube passa a ter como patrocinador máster a Rollbit, descrita no anúncio como “inovadora no mundo dos jogos e entretenimento on-line”, mas sem mencionar palavras como “apostas” ou “jogos de azar”.

A empresa permite que seu “entretenimento” (um dos destaques é o cassino on-line) possa ser utilizado a partir de diferentes meios de pagamento, incluindo criptomoedas. A plataforma também conta com um marketplace de tokens não fungíveis (NFTs).

No Southampton, a Rollbit substitui a Sportsbet.io, que, no Brasil, foi patrocinadora máster do São Paulo até o fim de 2023.

Outros clubes que “apostam” no patrocínio do setor

De um modo geral, os maiores clubes da Premier League costumam ter contratos de patrocínio máster com grandes marcas globais, especialmente de setores mais tradicionais, como tecnologia (Manchester United e Snapdragon), aviação (Manchester City e Etihad Airways) e financeiro (Liverpool e Standard Chartered).

Os gigantes ingleses, por estarem mais em evidência na mídia internacional, conseguem capitalizar essa posição e, assim, atrair os holofotes para seus parceiros, tornando-se plataformas interessantes para a exposição desses patrocinadores de maior calibre.

O mesmo não se pode dizer dos clubes que frequentam a parte inferior da tabela, especialmente aqueles que transitam, durante a maior parte do tempo, na zona de rebaixamento.

Para esses casos, o dinheiro oferecido pelas empresas de apostas acaba por se converter em uma oferta irrecusável. Esse foi o caminho escolhido no ano retrasado pelo Fulham, que assinou contrato de patrocínio de camisa com a empresa de apostas on-line W88, logo depois de ser promovido à primeira divisão inglesa.

Na temporada seguinte, o clube trocaria de patrocinador máster, que passou a ser a Sbotop. Já a W88 passou a ocupar o espaço principal na camisa do Burnley.

Segundo informações veiculadas à época pela imprensa britânica, o contrato com a Sbotop renderia ao Fulham valores na casa dos £ 10 milhões (R$ 60,8 milhões, na cotação atual).

Atualmente, entre os clubes da Premier League que possuem contrato com casas de apostas estão também: Aston Villa (Betano), Crystal Palace (Net88) e Wolverhampton (Debet).

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