Após ficarem de fora da lista dos sites que estarão aptos a operar legalmente no Brasil a partir do próximo dia 11 de outubro, o Esportes da Sorte e outras marcas importantes que patrocinam o futebol brasileiro buscam se regularizar para conseguir entrar na relação do Ministério da Fazenda (MF).
A relação divulgada pelo Governo Federal na noite desta terça-feira (1º) estabeleceu quais plataformas de apostas poderão explorar apostas no Brasil durante o período de transição até a regulamentação total do mercado.
Em 1º de janeiro de 2025, as empresas de jogos de azar que submeteram pedidos de autorização ao Sistema de Gestão de Apostas (Sigap) e passarem pelo crivo dos técnicos da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) estarão autorizadas a explorar esse mercado.
O caso mais sintomático é, sem dúvida, o do Esportes da Sorte. Patrocinadora máster de Corinthians, Bahia e Athletico-PR na Série A, além de ocupar a região do esterno na camisa do Grêmio e ser o parceiro principal do time feminino do Palmeiras, o Esportes da Sorte divulgou nota oficial em que afirma que está em comunicação com o MF em busca de regularizar sua situação.
“Nosso compromisso sempre foi com a transparência e em favor da regulamentação, tanto é que o Grupo Esportes da Sorte cumpriu com todas as exigências das portarias SPA/MF Nº 827/2024 e SPA/MF Nº 1.475/2024 e entregou toda a documentação correspondente dentro dos prazos estabelecidos nas respectivas portarias”, afirmou a empresa.
No mês passado, o Esportes da Sorte foi alvo da Operação Integration, detonada pela Polícia Federal. Darwin Henrique da Silva Filho, CEO da empresa, chegou a ficar preso por 20 dias, sendo solto em 24 de setembro.
Segundo a plataforma de apostas, a ideia, no momento, é regularizar a situação para entrar na lista do Ministério da Fazenda.
“Já estamos em contato com a Secretaria de Prêmios e Apostas para solicitar maiores esclarecimentos, uma vez que não existe qualquer impedimento legal para a continuidade da nossa atividade, que sempre ocorreu em conformidade às normas do Governo Federal”, afirmou a empresa, que também é patrocinadora máster do Ceará (Série B), ABC e Náutico (Série C) e Santa Cruz (que neste ano ficou sem divisão).
Reals
Outra ausente da lista foi a Reals, empresa que também pediu autorização para explorar o mercado brasileiro dentro do prazo estabelecido pelo Ministério da Fazenda. A marca é patrocinadora máster de Amazonas e Coritiba, que disputam a Segundona do Brasileirão.
“A Reals informa que já entrou em contato com o Governo Federal e aguarda a resposta formal do Sigap (Sistema de Gestão de Apostas). A empresa reitera que, desde o primeiro prazo para solicitação da licença, cumpriu integralmente todos os requisitos estabelecidos”, informou a Reals, em nota oficial.
“Mantemos comunicação constante com o Ministério da Fazenda e aguardamos atualizações, tendo participado ativamente de todas as reuniões agendadas e atendido a todas as solicitações”, acrescentou a empresa de jogos de azar.
“Reforçamos que todos os critérios foram cumpridos desde a divulgação da primeira lista de empresas autorizadas, sendo a Reals a 13ª a apresentar a documentação exigida. A empresa está em plena conformidade com as normas estabelecidas pelo Governo Federal e integra a lista oficial das casas de apostas registradas no Sigap”, ressaltou a empresa.
Juventude
Outro time da Série A que corre o risco de ter seu patrocínio rompido é o Juventude, 12º colocado no Brasileirão e na zona de classificação para a Copa Sul-Americana de 2025. O time gaúcho conta com patrocínio máster da Stake.
“Conversamos com representantes da patrocinadora e, pelas informações que obtivemos, estão fazendo o possível para buscar todos os detalhes da regularização”, contou Bruno Zaballa, vice-presidente de marketing do Juventude.
“Inclusive, foram solicitados ao clube alguns ajustes de aplicação da marca justamente para cumprir algumas normas impostas pelas mudanças na lei”, acrescentou o executivo.
No exterior, a empresa já foi patrocinadora máster do Watford e atualmente ocupa o espaço nobre no uniforme do Everton, da Premier League. Além disso, também investe na Fórmula 1, sendo patrocinadora da Stake F1 Team Kick Sauber.
“É uma das marcas mais conceituadas do ramo, uma referência no segmento no mundo, e temos certeza de que a situação será ajustada. Enquanto isso, nada muda e seguiremos firmes no acordo de patrocínio”, contou Zaballa.
Caso acerte suas pendências com o Governo Federal, a Stake deve continuar na camisa do Juventude não só em 2024, mas também na próxima temporada, já que o atual contrato prevê renovação automática por mais um ano.
Sport
Situação curiosa vive o Sport, que em fevereiro trocou a Betnacional pela Betvip como sua patrocinadora principal de camisa. A equipe vive boa fase, está em terceiro lugar na Segundona e é candidata ao acesso à Série A.
No entanto, viu a Betvip não constar na lista divulgada pelo Ministério da Fazenda. Risco de perder o patrocínio? Nem tanto. A marca pertence ao Grupo Pixbet, que emplacou três marcas na lista do MF: Pixbet, FlaBet e BetdaSorte.
Segundo a Máquina do Esporte apurou, o Sport espera apenas que a Pixbet defina qual marca vai querer trabalhar na camisa do clube após o impedimento de usar Betvip no espaço.
O Guarani, outro clube que disputa a Série B do Brasileirão, também viu sua patrocinadora máster ficar fora da lista do Governo Federal. A Dafabet, que no ano passado patrocinava o Coritiba, ocupa o espaço nobre da camisa do Bugre. Procurado para comentar o tema, o clube, que ocupa a lanterna da Segundona, não comentou.
Ministério da Fazenda
Questionado pela Máquina do Esporte se fará retificações na lista apresentada na terça-feira (1º) à noite, o Ministério da Fazenda não respondeu.
Na própria terça-feira (1º), porém, em comunicado oficial sobre a divulgação da lista dos sites autorizados a explorar o mercado nacional até o final do ano, a pasta deu a entender que não fará alterações.
“Os sites que não estão na lista divulgada pela Fazenda não podem mais ofertar apostas, em âmbito nacional. Permanecerão no ar, nos próximos dez dias, somente para facilitar o pedido de devolução, pelos apostadores, do dinheiro que está depositado em seus nomes junto a essas empresas”, informou o ministério.