Faltando cerca de dois anos para entrar em vigor a regra que bane os patrocínios de apostas das camisas dos clubes da Premier League, o Manchester City encontrou uma forma de driblar a proibição.
A equipe inglesa anunciou a Betway como sua nova parceira global de apostas, em um acordo descrito como plurianual, mas cuja duração exata não foi divulgada, assim como os valores.
O comunicado oficial foi feito na última sexta-feira (26), na Bolsa de Valores de Nova York, com as presenças de Ferran Soriano, CEO do City Football Group, e Neal Menashe, CEO do Super Group, empresa proprietária da Betway.
“Temos o prazer de anunciar a Betway como nosso parceiro oficial de apostas globais. Como uma marca reconhecida globalmente, a Betway tem um forte pedigree e histórico de trabalho com marcas de alto nível no espaço esportivo e estamos entusiasmados em trabalhar juntos durante toda a parceria”, disse Soriano.
“Estamos absolutamente encantados por nos tornarmos o parceiro oficial de apostas globais do Manchester City. Este acordo consolida nosso lugar no nível superior dos parceiros da Premier League, garantindo que nossa marca Betway alcance os fãs em todos os cantos do mundo”, afirmou Menashe.
O Manchester City realiza turnê pelos Estados Unidos, preparando-se para a nova temporada da Premier League, que terá início na segunda quinzena do próximo mês. O atual campeão inglês fará sua estreia no dia 18 de agosto, fora de casa, diante do Chelsea, às 12h30 (horário de Brasília).
Tema polêmico
O acordo do Manchester City com a Betway terá como foco as ativações de marca e a criação de conteúdo. O contrato também garante à casa de apostas o direito a estar presente em ativos digitais do clube e nos estádios.
Não há ressalvas quanto à presença de outras marcas na camisa do time, espaços hoje ocupados pela Etihad Airways (máster) e OKX (mangas).
Contratos com empresas de apostas representam tema muito polêmico na Premier League. Nos últimos tempos, conforme já noticiou a Máquina do Esporte, clubes menores da Inglaterra têm procurado firmar contratos de patrocínio máster de curta duração, na tentativa de aproveitar a janela antes da proibição definitiva, que entrará em vigor na temporada 2026/2027.
Ainda assim, os times ingleses têm enfrentado a resistência por parte de seus próprios torcedores, em relação a esse tipo de parceria. No ano passado, por exemplo, o Chelsea decidiu abrir mão do patrocínio com a Stake, que seria válido para a temporada 2023/2024 e renderia £ 40 milhões ao ano (cerca de R$ 290 milhões, pela cotação atual).
A desistência ocorreu depois de uma pesquisa realizada pelo Chelsea Supporters’ Trust (CST) concluir que 77% dos torcedores do clube discordavam em parte ou totalmente do acordo com esse tipo de empresa.
A CST também declarou que tal acordo representaria um “escárnio total” em relação ao trabalho que a fundação tem feito, em especial as oficinas de conscientização realizadas em escolas no oeste de Londres, sobre os danos ocasionados pelo jogo.
A Betway, vale lembrar, foi a plataforma utilizada em uma aposta suspeita envolvendo o jogador brasileiro Lucas Paquetá, que foi denunciado, no ano passado, pelo órgão britânico responsável por fiscalizar o setor.
A marca é patrocinadora máster do West Ham, além de ter fechado, no fim de 2023, acordo com o Arsenal, tornando-se também parceira oficial de apostas do clube de Londres.