Miami Heat, da NBA, rompe parceria com FTX após empresa pedir falência

Além de ocasionar um verdadeiro cataclismo no mercado financeiro, a bancarrota da gigante do setor de criptomoedas FTX, dos Estados Unidos, também impactou o mundo dos esportes. Entre outras agremiações esportivas, a empresa é parceira do Miami Heat, equipe que disputa a liga profissional americana de basquete (NBA). Ou era.

O time anunciou, na noite desta sexta-feira (11), que decidiu romper relações com a FTX após a divulgação de que a corretora havia entrado em colapso. O Miami Heat classificou como “extremamente decepcionantes” os relatórios sobre a empresa e suas filiais e também afirmou estar buscando um novo parceiro para assumir os naming rights da arena multiuso da franquia.  

Negócio de US$ 135 milhões

O ginásio foi construído a um custo de US$ 213 milhões e inaugurado em 1999, com o nome de American Airlines Arena. A empresa de aviação manteve o contrato de patrocínio por quase 20 anos, até que, em 2019, anunciou que não renovaria a parceria.  

Em 2020, em meio à pandemia de Covid-19, os naming rights da arena não foram vendidos. Nesse período, o Miami Heat substituiu, temporariamente, os decalques da American Airlines pela logomarca da montadora sul-coreana Kia Motors, patrocinadora da franquia.  

No ano seguinte, com a chegada da FTX, a arena voltou a ter um patrocinador exclusivo. A corretora adquiriu os naming rights em março de 2021, por US$ 135 milhões.  

À época, a FTX era uma empresa em ascensão, e seu fundador, Sam Bankman-Fried, que acabara de completar 29 anos de idade, era considerado o “JP Morgan do mundo das criptomoedas”.  

A queda do império

Pelos meses seguintes, as trajetórias da empresa e de seu criador continuaram avassaladoras. Em fevereiro deste ano, a FTX costumava movimentar, em média, US$ 10 bilhões ao dia. Já SBF, como o empresário é conhecido, chegou a figurar na 60ª posição na lista da revista Forbes, das pessoas mais ricas do mundo, com US$ 24 bilhões de patrimônio. Mas, então, veio a desvalorização das criptomoedas, movimento que passou a se intensificar a partir da metade deste ano.

E agora, tudo derreteu. Bankman-Fried viu sua fortuna encolher em 94%, ao mesmo tempo em que a FTX passou, no período de apenas uma semana, de segunda maior plataforma de criptomoedas do mundo, avaliada em US$ 32 bilhões, para uma imensa massa em recuperação judicial.  

A queda do império de SBF teve início há cerca de duas semanas, depois que vazou para o mercado a informação de que a FTX estava usando fundos de seus investidores para alavancar operações na Alameda Researchs, outra empresa do grupo.  

Essa negociação envolvia o uso da criptomoeda FTT, da própria FTX, como garantia para os depósitos dos investidores. Na semana seguinte, a Binance anunciou que estava se desfazendo de suas carteiras envolvendo o token, o que fez a cotação despencar, levando a empresa de Bankman-Fried à situação de insolvência.  

A estimativa é de que seriam necessários US$ 9 bilhões para salvar a companhia. SBF foi afastado do cargo de CEO da FTX, e a reestruturação será conduzida por John J. Ray III.   

Sair da versão mobile