Anistia Internacional encoraja Tyson Fury e Oleksandr Usyk a falar sobre direitos humanos na Arábia Saudita

Tyson Fury e Oleksandr Usyk se enfretarão em Riade, na Arábia Saudita - Reprodução / Instagram (@tysonfury)

A Anistia Internacional encorajou que Tyson Fury e Oleksandr Usyk, pugilistas que vão se enfrentar pela unificação dos cinturões mundiais dos pesos-pesados do boxe neste sábado (18), em Riade, na Arábia Saudita, “falem abertamente” sobre a situação dos direitos humanos no país.

A Arábia Saudita está enfrentando acusações de sportswashing (lavagem esportiva, em tradução livre).  O termo é utilizado para se referir a nações, organizações ou pessoas que utilizam o esporte como forma de melhorar sua reputação e desviar a atenção de práticas escusas ou que atentem contra a dignidade humana.

“Eventos chamativos como a luta entre Fury e Usyk são concebidos para reclassificar a Arábia Saudita como um centro esportivo, ao mesmo tempo em que desviam a atenção da prisão de ativistas dos direitos das mulheres no país, da supressão da liberdade de expressão e do uso desenfreado da pena de morte”, disse Peter Frankental, diretor de assuntos econômicos da Anistia Internacional no Reino Unido.

“O boxe faz parte da estratégia saudita de lavagem esportiva sob Mohammed bin Salman [primeiro-ministro da Arábia Saudita], que remonta pelo menos à luta de Anthony Joshua com Andy Ruiz em 2019”, seguiu.

Investimentos

A Arábia Saudita não investe apenas no boxe. Fórmula 1, tênis e golfe também têm organizado eventos no país. No final do ano passado, o príncipe Abdulaziz bin Turki Al Faisal, ministro dos Esportes da Arábia Saudita, justificou os intensos investimentos no setor como uma tentativa de tornar a população jovem mais ativa, bem como abrir o país à comunidade internacional e impulsionar o turismo.

O país árabe é constantemente criticado internacionalmente por conta de violações de direitos humanos praticadas pelo governo, principalmente contra a comunidade LGBTQIA+, mulheres e minorias religiosas, entre outros.

“A estudante da Universidade de Leeds, Salma al-Shehab, foi condenada a 27 anos de prisão por tuitar sobre os direitos das mulheres, enquanto o professor aposentado Mohammad bin Nasser al-Ghamdi enfrenta execução por seus comentários pacíficos no Twitter [atual X] e no YouTube”, lembrou Peter Frankental.

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