A Copa América 2024, disputada nos Estados Unidos, foi encerrada neste domingo (14) com a vitória da Argentina sobre a Colômbia, por 1 a 0, na prorrogação. No entanto, afora o brilhantismo da equipe de Lionel Messi ter se tornado a maior vencedora da história da competição, com 16 títulos, a Conmebol e os torcedores tiveram poucos motivos para comemorar.
Veja abaixo cinco pontos que não funcionaram na Copa América e que ligam um sinal de alerta para a Fifa, já que os Estados Unidos serão a principal sede da próxima edição da Copa do Mundo, que será realizada em 2026.
1) Campos
Dos 14 estádios usados durante a Copa América, 11 são utilizados por franquias da NFL. Isso fez com que a Conmebol tivesse que admitir campos de 100m x 64m, fora do padrão adotado pela Fifa, que é de 105m x 68m.
Esses 20 metros quadrados a menos na dimensão do campo podem parecer pouco, mas foram notados pela seleção brasileira, que teve dificuldades para furar a retranca da Costa Rica, na estreia da equipe de Dorival Júnior na competição. O Brasil não passou do 0 a 0, resultado que comprometeria toda a campanha da equipe no restante do torneio.
2) Atraso
Por conta da invasão de torcedores no interior do Hard Rock Stadium, em Miami, palco da final da Copa América, a decisão do torneio teve que ser atrasada em mais de 75 minutos. O jogo estava originalmente marcado para as 21h (horário de Brasília), mas teve que ser atrasado para as 22h15. A partida acabou sendo iniciada ainda mais tarde, já que nesse horário começaram os protocolos de execução dos hinos nacionais de cada país.
Nas arquibancadas, era nítida a superlotação, sendo impossível estimar o número de torcedores que entraram sem pagar ingresso. Tal problema, porém, não é exclusivo da Copa América. Já aconteceu, por exemplo, na final da Champions League de 2022, no jogo Real Madrid x Liverpool, em Paris, também atrasando o início do jogo.
Em qualquer situação, é vergonhoso que tenha ocorrido. No país-sede da próxima Copa do Mundo, serve para ligar o sinal de alerta para a Fifa.
3) Show do Intervalo
Outra influência da NFL, o Show do Intervalo na final da Copa América também causou incômodo às equipes. Não bastasse o atraso causado pelos problemas com os torcedores, a apresentação musical da cantora Shakira fez com que a volta das equipes a campo para o segundo tempo ocorresse após 25 minutos, ou seja, 10 minutos além do intervalo usual.
O Show do Intervalo é comum no Super Bowl, a final da NFL, evento esportivo com maior faturamento da TV nos Estados Unidos. No entanto, o futebol americano conta com dinâmica própria, diferente do futebol.
“Espero que gostem do show. A Shakira é uma excelente artista”, elogiou o técnico Néstor Lorenzo, da Colômbia, a respeito de sua compatriota.
“Não entendo muito, mas acredito que [o intervalo] deveria ser como qualquer jogo. Porque, quando voltamos após 16 minutos, somos multados ou punidos. Mas agora tem um show, e podemos voltar após 20 ou 25 minutos, e isso tem um impacto físico nos jogadores”, criticou o treinador.
Por causa do atraso para começar o jogo e do fato da partida ter sido decidida na prorrogação, o duelo entre Argentina e Colômbia só foi encerrado à 1h09 (horário de Brasília) de segunda-feira (15). O jogo estava marcado para começar às 21h.
4) Segurança
Além do problema de segurança em Miami na final da competição, houve um incidente grave após o jogo Colômbia x Uruguai, pela semifinal do torneio. Jogadores uruguaios, que haviam acabado de ser eliminados do torneio, tiveram que defender seus familiares, envolvidos em uma confusão na arquibancada do Bank of America Stadium, em Charlotte, na Carolina do Norte.
A polícia demorou para interferir na confusão e resgatar mulheres e filhos do elenco do Uruguai, que ficaram presos em um pequeno espaço da arquibancada.
5) Caos aéreo
Com jogos em 14 cidades de 10 estados, delegações e torcedores sofreram com o caos aéreo nos Estados Unidos. A seleção brasileira sofreu um atraso de três horas em seu voo até a Califórnia, onde enfrentou a Colômbia, pela rodada decisiva da competição, por causa de um problema na aeronave em que seguiria viagem.
O Uruguai, por sua vez, teve que ficar mais tempo em Las Vegas, após eliminar o Brasil na quartas de final, por conta do cancelamento de vários voos do aeroporto local. A equipe do téncico Marcelo Bielsa, por conta disso, teve que fazer mais um treino na cidade, debaixo de um calor de mais de 45ºC.
Torcedores que rodaram os Estados Unidos para acompanhar a competição também sofreram com atrasos e cancelamento de voos, tendo que, em alguns casos, adiar suas viagens.