Carlos Eduardo Cotta

Uma batalha, no bom sentido. É assim que a distribuidora ALE encara o desafio de criar identidade com a torcida do Flamengo em apenas três meses. O patrocínio ao clube mais popular do país entrará em vigência em outubro com uma série de ações de guerrilha de marketing para ?fixar? a associação das marcas ALE e Fla.

A empresa só substituirá a Olympikus Tube na camisa rubro-negra em 1° de outubro, mas já tem 2010 no horizonte. Quer ampliar o acordo para conseguir levar a marca ALE aos rincões do Brasil. As negociações para a renovação já foram iniciadas.

?A força do Flamengo, que era um sonho antigo, está no interior do Brasil. É aí onde nós queremos chegar?, afirma Carlos Cotta, diretor comercial e de marketing da ALE.

Em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte, o executivo revela que a companhia chegou a flertar com o lugar da Eletrobrás no Vasco, fala sobre os planos para potencializar o contrato com o Flamengo e conta que o universo de 33 milhões de pessoas foi decisivo para o acerto:

?A oportunidade de fazer a associação com uma marca com a força do Flamengo, a maior torcida do país, foi o que nos levou a fechar o contrato. Queremos tornar a marca ainda mais conhecida, associar a visibilidade do clube ao nosso produto?, destaca Cotta.

Leia a seguir a íntegra da entrevista:

Máquina do Esporte: O que levou a distribuidora ALE ao Flamengo?

Carlos Cotta: Somos a quarta maior distribuidora do país, mas somos relativamente novos no setor, com pouco mais de 12 anos de atuação. Ainda assim, a marca está espalhada no país com 1,7 mil postos. A oportunidade de fazer a associação com uma marca com a força do Flamengo, a maior torcida do país, foi o que nos levou a fechar o contrato. Queremos tornar a marca ainda mais conhecida, associar a visibilidade do clube ao nosso produto.

ME: Antes do Flamengo, a empresa esteve associada a Botafogo e Vasco. Por que o foco do investimento está nos times cariocas?

CC: Foi só uma coincidência. Com Botafogo e Vasco, as contingências acabaram nos levando até eles. No Botafogo, onde ficamos por quase dois anos, conquistamos inclusive um Campeonato Carioca, teve um incentivo fiscal. Já no Vasco foi um contrato de oportunidade. Não temos a intenção de regionalizar nossos contratos, pelo contrário. A força do Flamengo, que era um sonho antigo, está no interior do Brasil. É aí onde nós queremos chegar.

ME: A negociação com o Flamengo, então, é longa?

CC: Na verdade, nós sempre quisemos uma associação forte com um time que tivesse a importância do Flamengo. Antes, tivemos um namoro breve com o Vasco, mas eles acabaram fechando com a Eletrobrás. A gente recebe propostas de vários times. Avaí, Sport, Atlético Mineiro, Cruzeiro, todos já entraram em contato com a gente. Mas nós vínhamos perseguindo o Flamengo por causa da força da torcida, afinal, são praticamente 33 milhões de pessoas. Aí, finalmente, conseguimos fechar por três meses.

ME: Já existe negociação para ampliar a parceria?

CC: Nossa intenção é renovar com o Flamengo e já estamos conversando nesse sentido. Queremos ficar no clube em 2010.

ME: O contrato terá apenas três meses de duração. Como fazer para criar uma identidade entre o clube e a marca em tão pouco tempo?

CC:É por isso que nós estamos negociando já para o ano que vem. Precisamos fazer um barulho grande nesse trimestre e vamos fazê-lo. É complicado criar uma relação intensa, mas estamos muito focados nesse contrato, todo o departamento está criando ações voltadas para o patrocínio ao Flamengo.

ME: E como a ALE pretende ativar o patrocínio?

CC: Já temos programadas ações de guerrilha de marketing para potencializar o contrato, para gerar um impacto maior na mídia e criar identidade com a torcida. Mas não posso contar quais serão essas ações porque aí elas deixam de ser de guerrilha. Tudo está sendo feito com sigilo para gerar o impacto que nós queremos. Não dá só para botar o patrocínio na camisa e deixar lá. Vamos extrapolar os limites do uniforme e usar muito a internet para ações inusitadas e de baixo custo.

ME: Os jogadores serão peças-chave nessa campanha de divulgação?

CC: Sim, isso já está negociado, está dentro do contrato que nós assinamos com o Flamengo. Vamos utilizar os jogadores nesse processo de divulgação do acordo na mídia, mas não de forma individual, para não ferir os direitos de imagem dos atletas.

ME: Quando deve ir ao ar a primeira campanha?

CC: Já temos tudo certo para ?estrear? junto com o contrato, em 1° de outubro. Vamos fazer algo interessante para o primeiro jogo, contra o Fluminense, no dia 3, mas ainda é segredo.

ME: A distribuidora pretende ?sair? do Rio de Janeiro?

CC: Estamos sempre em contato com vários clubes. Antes, temos que ver como vai ficar nossa situação com o Flamengo. A sede da ALE fica no Rio Grande do Norte. ABC e América, além de todos os outros clubes que eu já citei, sempre conversam conosco. Mas não é algo certo. Não posso dizer que estamos aberto ou fechados para outros contratos porque tudo depende das circunstâncias. Nós queríamos o Flamengo, e conseguimos.

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