Edemir Pinto

Ao desembarcar no Brasil após ganhar a disputa do salto em distância nos Jogos Olímpicos de Pequim, Maurren Maggi enfrentou uma maratona de compromissos ?midiáticos?. Em todos eles, a atleta exibia ? na camisa ou no boné ? o reluzente amarelo ouro da Bolsa de Mercadorias & Futuro (BM&F), uma de suas patrocinadoras.

A marca, porém, está com os dias contados. A fusão com a Bovespa, oficializada em março deste ano, irá acarretar na mudança de cores da logomarca, uma das mais tradicionais do esporte nacional.

?O material vai mudar sim, por força da fusão das duas bolsas. Teremos novas cores e nova logomarca. Isso já está sendo trabalhado para o novo uniforme dos atletas no ano que vem. O amarelo ouro é coisa do passado?, revela Edemir Pinto, diretor presidente da BM&FBovespa desde maio.

Em contrapartida, o projeto esportivo da nova bolsa não sofrerá alterações radicais. O planejamento mais ?ameno? inclui a criação de uma sede oficial para o clube de atletismo, que lidera os investimentos olímpicos da empresa.

?A partir do ano que vem, vamos estar em um único endereço, que será caracterizado com a nova bolsa e isso vai dar, com certeza, uma condição mais adequada de treinamento e interação entre técnicos, atletas e toda a comunidade do clube?, destaca o executivo.

Nesta entrevista exclusiva à Máquina do Esporte, Edemir Pinto explica sobre a preferência pelo atletismo, traça planos para o futuro e afirma que a medalha de ouro de Maurren Maggi é fruto do trabalho focado da empresa em uma única modalidade.

Leia a seguir a íntegra da entrevista:

Máquina do Esporte: A fusão da Bolsa de Mercadorias & Futuro com a Bovespa implicará em alguma mudança na política de patrocínio esportivo da empresa?

Edemir Pinto: Vai mudar para melhor. Nosso projeto vai ganhar musculatura, vai ter mais força, mas vai continuar sempre dentro do clube, com o apoio de uma companhia que acredita cada vez mais no incentivo e na determinação. Nós estamos reformulando o nosso clube como um todo. Por exemplo, teremos um endereço fixo, próprio. Antes estávamos no Ícaro [de Castro Melo, no Ibirapuera], onde tínhamos a nossa base. Ao redor da grande São Paulo, trabalhávamos outras modalidade. No entanto, a partir do ano que vem, vamos estar em um único endereço, que será caracterizado com a nova bolsa e isso vai dar, com certeza, uma condição mais adequada de treinamento e interação entre técnicos, atletas e toda a comunidade do clube. Só falta acertar onde será.

ME: A cor amarelo ouro, alusiva às barras, era uma das principais características da antiga BM&F. Com a entrada da Bovespa, a marca tradicional sofrerá mudanças?

EP: O material vai mudar sim, por força da fusão das duas bolsas. Teremos novas cores e nova logomarca. Isso já está sendo trabalhado para o novo uniforme dos atletas no ano que vem. O amarelo ouro é coisa do passado.

ME: O Prêmio Ouro Olímpico é o ápice do investimento da BM&Fbovespa no esporte?

EP: O ouro olímpico é um tradição há 20 anos. Todo o projeto do clube de atletismo da BM&F teve como ponto de partida esse prêmio, que nada mais é do que um patrocínio que damos a todos os atletas que vão às Olimpíadas e voltam com uma medalha. É paralelo ao clube de atletismo. Porém, os atletas que já estão vinculados à nossa marca ganham esse bônus em dobro, como aconteceu com a Maurren neste ano. Ela ganhou dois quilos de ouro. São dois projetos que seguirão caminhando juntos dentro dessa imagem da nova companhia.

ME: Nesse evento que marca a entrega das barras de ouro aos medalhistas olímpicos, a BM&Fbovespa tem a oportunidade de atrelar indiretamente sua imagem à de vários atletas. Nesta edição, por exemplo, temos César Cielo, Fofão, entre outros. Essa tradição traz muito retorno para a empresa?

EP: Não tenha dúvida. Estão todos aqui vestindo nossa camisa, literalmente. A associação com qualquer atleta vencedor só traz valores positivos para a empresa, em qualquer ocasião.

ME: O que levou a antiga BM&F a focar sua atuação esportiva no atletismo?

EP: Quando nós começamos a pensar em um projeto olímpico, percebemos que o atletismo era o esporte mais carente. Era a modalidade do esporte nacional que mais necessitava de incentivo e apoio. Foi aí que nós iniciamos o projeto do clube de atletismo, com o qual a bolsa, no seu lado social, seu lado de cidadania, buscou um nicho que tivesse essa carência. Esse é o nosso marco de cidania e responsabilidade social.

ME: Existe a possibilidade de ampliar a abrangência desse projeto a outras modalidades num futuro próximo?

EP: Existem muitas modalidades que estão necessitando de apoio e de recursos. O que nós estamos fazendo com o atletismo é um exemplo. A gente precisa ter foco para ter qualidade. É a primeira vez, por exemplo, que uma mulher traz um ouro para o Brasil e isso aconteceu justamente no atletismo. E isso é fruto de um investimento sério, de um trabalho focado, sem dispersões. Somos exemplo a outras companhias, para que elas busquem outros segmentos e façam esse mesmo trabalho. A BM&FBovespa vai ficar focada exclusivamente no atletismo.

ME: Podemos agendar uma próxima entrevista para depois dos Pan de Gualajara em 2011 e dos Jogos Olímpicos de Londres 2012? A BM&FBovespa manterá a tradição da entrega das barras de ouro aos medalhistas?

EP: Claro! Como eu disse antes, não há nenhuma possibilidade de romper a tradição. Esse é um dos nossos grandes momentos.

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