Eduardo Morato

Feliz com o fim do jejum de cinco anos sem títulos, a torcida do Palmeiras pode esperar muitas novidades para o restante da temporada também fora das quatro linhas. Patrocinado por Fiat e Suvinil, o campeão paulista de 2008 se tornou o centro das atenções dos contratos assinados por suas parceiras com a Off Field, especializada na ?ponte? entre futebol e mundo corporativo.

Enquanto prepara o bolo de ações que devem ser lançadas até o final do ano pode haver, a agência quer aproveitar a visibilidade gerada por esses acordos e a realização da Copa do Mundo no Brasil, em 2014, para se tornar referência nesse tipo de mercado no Brasil.

?Nosso conceito é o futebol como elemento corporativo, estamos focados especialmente nesse nicho. O mercado do futebol ainda é muito incipiente no Brasil. Além disso, enxergamos um potencial de crescimento muito grande em virtude da realização da Copa do Mundo de 2014. Muita coisa vai acontecer até lá, há muita coisas a ser explorada nesse meio ainda?, afirma Eduardo Morato, sócio da Off Field.

Nesta entrevista exclusiva à Máquina do Esporte, o executivo fala sobre as diferenças entre os torcedores de diversas regiões do país, diz que – no futuro – pode trabalhar com outras modalidades e revela ter enviado um ?espião? para a Itália.

Leia a seguir a íntegra da entrevista:

Máquina do Esporte: A parceria entre Off Field e Fiat ainda é recente. As estratégias de ativação de patrocínio com Palmeiras, Cruzeiro, Atlético-MG, Vitória e Bahia já foram discutidas?

Eduardo Morato: Ainda estamos no início do processo. Agora é hora de sentar junto com a empresa para entender quais são as propriedades que existem nos contratos e ver quais são as oportunidades que vamos poder explorar. Efetivamente, a primeira ação desse contrato foi o lançamento da Case no Palmeiras.

ME: Quais são as outras empresas que possuem contrato com a Off Field?

EM: Atendemos Fiat, Case, Suvinil, Toyota…. são várias. Já fizemos ações esporádicas para vários clientes, como Mastercard e Diadora.

ME: Apesar da paixão pelo futebol ser “linear” em todo o país, as diferenças culturais motivam ações distintas em cada região? O Palmeiras, por exemplo, requer um tipo de linguagem diferente do Vitória?

EM:: Sim. O torcedor de São Paulo é muito diferente dos torcedores do Recife ou Salvador. A função da nossa empresa é levar essas diferenças para os clientes. O futebol deixou de ser só patrocínio na camisa. Atualmente, o esporte é muito mais rico em informações, em publicidade. Há uma relação direta entre cliente e fornecedor, ou seja, virou uma grande plataforma de relacionamento. Com a Suvinil, por exemplo, desenvolvemos uma ação chamada Febre de Bola. É um concurso regional de vendas que dá aos vencedores o direito de ir ao hotel onde o time está concentrado e conviver com os jogadores. É assim que nós fazemos a ponte entre o futebol e o mundo corporativo.

ME: A Off Field não trabalha com outras modalidades. O que levou a agência a se especializar no futebol?

EM: Nosso conceito é o futebol como elemento corporativo, estamos focados especialmente nesse nicho. O mercado do futebol ainda é muito incipiente no Brasil. Além disso, enxergamos um potencial de crescimento muito grande em virtude da realização da Copa do Mundo de 2014. Muita coisa vai acontecer até lá, há muita coisas a ser explorada nesse meio ainda.

ME: A possibilidade de trabalhar com outros esportes, então, está descartada?

EM: Não é bem isso. Queremos ser referência no mercado de futebol antes de pensar no futuro. Essa é a nossa meta. Mas não vamos fechar as portas para nada no médio e longo prazo.

ME: Como a Off Field pretende usar o camarote da Suvinil no Palestra Itália?

EM: Os camarotes nos dão uma amplitude muito grande de opções de trabalho. Ali nós fazemos ações nas numeradas e cativas, além do camarote. Cada um desses lugares engloba em perfil de torcedor diferente, vai desde o funcionário até o presidente da empresa. O público mais VIP quer conforto, chegar ao estádio num van. Mas também há aqueles que independentemente da classe social quer estar no meio do povão. No estádio do Palmeiras, especificamente, estamos planejando uma ação de intervalo que permite ao espectador interagir com o espetáculo. É uma espécie de bolão, mas com várias opões de aposta. O torcedor pode tentar acertar quem vai fazer o primeiro gol, em qual minuto vai sair o gol, quantos jogadores serão substituídos… É uma ferramenta simultânea de interação. Os quatro melhores do primeiro tempo poderão participar de algum evento no gramado, no intervalo da partida.

ME: Em entrevista à quinta edição da Revista Máquina do Esporte, o diretor de comunicação da Fiat, Marco Antônio Lage, disse que gostaria de desenvolver ações específicas para a comunidade italiana do Palmeiras. Já existe algum planejamento nesse sentido?

EM: Ainda não conversamos nada a respeito disso. Como eu disse, ainda estamos no primeiro processo, analisando o contrato para ver o que pode ser feito, mas pode acontecer sim. Vamos apresentar, em breve, dez projetos à Fiat.

ME: A Off Field também trabalha com a NewHolland, da Case, marca do Grupo Fiat que patrocina a Juventus de Turim. Existe algum planejamento para “inserir” algumas ações do clube italiano no Brasil?

EM: Esse contrato foge da nossa alçada, mas queremos, efetivamente, repetir algumas coisas que são feitas lá na Europa por aqui. A Case tem expertise nesse assunto. Chegamos a mandar uma pessoa à Itália para ver a viabilidade de ?copiar? algumas ações deles para o Palmeiras.

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