Eduardo Ruschel

Nesta semana, Neymar apresentou mais um projeto comercial: o jogador se transformou no embaixador da rede social Palpiteros, que coloca torcedores online para discutir jogos de futebol e atuações de cada jogador. Para o fundador do projeto, a interação funcionará como uma ferramenta para empresas que querem investir no esporte.

Em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte, Eduardo Ruschel afirmou que a rede social deverá ser usada por marcas que querem aproveitar o cenário brasileiro de megaeventos. “No planejamento, acho que todas as marcas – e não são poucas que querem se aproximar do futebol -, começam a pensar em como fazer isso”, afirmou.

O executivo deixou o cargo de diretor na Penalty para assumir a rede social, com altas ambições para o projeto. Com a ajuda da imagem de Neymar, que será um sócio no projeto, o objetivo é chegar a três milhões de internautas já no terceiro mês de funcionamento.

Com esse crescimento em mente, a cúpula do projeto tem recusado propostas de longo prazo. Atualmente, apenas contratos de três meses são aceitos, ainda que propostas para até 2014 tenham chegado. “Não sabemos o tamanho que irá ficar isso”, afirmou Ruschel.

Leia a entrevista na íntegra:   

Máquina do Esporte: Como funciona a área comercial do site? Quais são as cotas disponíveis?

Eduardo Ruschel: Estamos fechando cotas trimestrais, embora algumas marcas já queiram preencher o ano inteiro. Temos propostas inclusive para ficar até 2014, porque eles estão vendo essa ferramenta como proposta de engajamento até a Copa de 2014, mas não sabemos o tamanho que irá ficar isso. Como não sabemos nem com ficará daqui a quatro meses, a cota é negociada de três em três meses.

ME: Então os anunciantes atuais estão garantidos até junho.

ER: Até junho.

ME: E há uma cota máster? Como elas são divididas?

ER: O que nós temos é uma cota máster, que dá direito a 16,6% do inventário da página principal. Além disso, ela dá direito à medalha patrocinada, porque ela poderá colocar desafio para o torcedor. São duas possibilidades de engajamento que estamos combinando marca a marca; estamos sentando com agências e conversando sobre as possibilidades. E, enquanto ela estiver patrocinando, a Power Page bloqueia o segmento. A não ser que algum momento ela deixe de patrocinar.

ME: Mas qualquer empresa pode criar uma página gratuitamente, como no Facebook?

ER: A empresa pode simplesmente criar uma página. No planejamento, acho que todas as marcas – e não são poucas que querem se aproximar do futebol -, começam a pensar em como fazer isso. Para elas, isso acaba sendo uma super-ferramenta.

ME: E como vocês pretendem convencê-las a gastar tempo na rede social?

ER: A marca realmente tem que pensar como ela cria a página e como faz pra gerar engajamento até 2014. Acreditamos que esse seja o movimento natural das marcas entrarem no Palpiteros.

ME: Para o Neymar virar embaixador, o que vocês fizeram? É um patrocínio a ele ou algum outro tipo de sociedade?

ER: O contrato com o Neymar é de cinco anos, em que ele entra como embaixador e terá porcentagem do valor publicitário pelo acesso do que a página dele vai ter. A Power Page dele tem 100 mil views? Isso tem um valor, e ele tem um percentual.

ME: Vocês falam em expansão internacional. É uma meta que vai demandar bastante investimento, porque é preciso traduzir tudo, adaptar tudo, certo?

ER: Todas as nossas ferramentas foram feitas em plataforma multi-language, então está preparada pra isso.

ME: Mas na parte comercial, como vocês irão fazer para chegar ao estrangeiro?

ER: Existem parceiros estratégicos que já provêm informações de minuto a minuto, então não é dificuldade, mas sim teremos de entender a cultura local e teremos de conseguir sócios locais e parceiros fortes.

ME: Então se vocês forem à Alemanha, por exemplo, terão anunciantes alemães e parceiros alemães que ajudarão administrar o site?

ER: Sim. É claro que vamos estabelecer prioridades dentro da situação, em termos de países escolhidos. Das marcas que estão entrando (agora, as brasileiras), elas terão direito de preferência caso a gente abra em outro país. Caso elas não queiram, vamos buscar marcas de fora. Nacionalmente. 

ME: Como vocês irão fornecer esse conteúdo sobre os jogos? Contrataram uma terceirizada ou tem equipe própria?

ER: Todo conteúdo de minuto a minuto é fornecido pela Footstats, empresa de estatística que já fornece conteúdo para outros portais, e a gente vai ter pessoas dentro apimentando as discussões. Queremos realmente apimentar as discussões. Mas o maior conteúdo vem do próprio torcedor e de todas as Power Pages que estarão em volta da página do jogo, que é o mote.

ME: Estimular discussões é o intuito da rede, mas discussões entre torcedores às vezes acabam em violência. Há algum modo de policiar para prevenir problemas nesse sentido?

ER: Temos sistema de cartão amarelo e vermelho. Existe parte da timeline que pode denunciar pessoa que faz comentário muito agressivo. A partir de um determinado número de denúncias, ele pode ganhar cartão amarelo, vermelho e em caso de reincidência, e até tirar a pessoa do ar. Nós temos essa preocupação, sabendo que não vamos conseguir coibir, mas é uma preocupação também de tentar educar o povo.

ME: E vocês estão falando em terminar esse ano com seis milhões de usuários. É uma meta ambiciosa, não?

ER: Mas ela é possível. Daqui a três meses, estaremos falando de três milhões, pode me cobrar.

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