Fernando Falco

O técnico Luiz Felipe Scolari, ex-técnico das seleções brasileira e portuguesa e do gigante inglês Chelsea, foi apresentado no Palmeiras. Após o fracasso do Brasil na Copa do Mundo da África do Sul, com a demissão da comissão técnica comandada por Dunga e Jorginho, o nome de Felipão é o favorito da população para assumir o cargo. Nesse contexto, se insere a Parmalat.

A companhia de alimentos decidiu patrocinar o Palmeiras, em conjunto o banco Banif e a rede de hospitais Unimed, a fim de ocupar propriedades no uniforme do técnico. “Trazer o Felipão de volta do exterior para Brasil foi o que nos motivou a retornar ao marketing esportivo”, afirma o presidente da Parmalat, Fernando Falco, em entrevista à Máquina do Esporte.

Na apresentação de Felipão, a empresa já encontrou uma maneira de ativar o novo aporte: com a presença dos principais veículos de imprensa do país, de dirigentes palmeirenses e de executivos do Banif e da Unimed, o treinador bebeu leite Parmalat. “O Felipão tomou e gostou”, garante Falco.

O patrocínio, na verdade, também marca o retorno da companhia ao esporte. Entre 1997 e 2000, quando o Palmeiras venceu a Copa Libertadores da América, a Parmalat esteve presente e foi determinante na formação da equipe que era dirigida pelo próprio Luiz Felipe Scolari. “Trazer o Felipão é reeditar essa história vencedora”, define o presidente.

Confira, a seguir, a entrevista na íntegra:

Máquina do Esporte: Qual foi o peso da contratação do Felipão na decisão da Parmalat de voltar para o Palmeiras?

Fernando Falco: Total. O Felipão é um ícone, um ídolo nacional que transcende todas as torcidas e participar de um projeto de trazer o Felipão de volta do exterior para o Brasil foi o que nos motivou a retornar ao marketing esportivo.

ME: A Parmalat pretende reeditar a parceria de outrora ou serão investimentos mais comedidos?

FF: Já reeditamos. O Felipão é nosso e temos uma história vencedora. Então trazer o Felipão é é reeditar essa história vencedora.

ME: A Parmalat cogita estender o patrocínio ao uniforme dos jogadores?

FF: Isso a gente ainda não conversou com o Palmeiras e nem com nenhum outro clube. A gente está atrás de bons projetos. Tendo bons projetos, vamos analisar e tomar decisões bem específicas em relação a isso.

ME: Existe a possibilidade de patrocinar ou apoiar outro clube?

FF: Sempre existe essa busca de clubes para patrocínio, mas o projeto tem que ser bom, tem que estar relacionado à marca, a essa marca que é líder, que é vencedora, que é querida por todo o público. É uma marca que está há 11 anos na cabeça do consumidor como a marca mais importante em leite. Temos que ver projetos que sejam correspondentes a esse tipo de posicionamento da nossa marca.

ME: Que tipo de exigência a Parmalat faria para patrocinar? O que é um projeto bom?

FF: Um projeto bom é uma pessoa que transcende as torcidas, que transcende a questão do futebol, uma pessoa que represente os valores da marca, que seja querida, respeitada, uma pessoa ou um time que tenha admiração de todos e ao mesmo tempo que isso passe ao consumidor uma história vencedora.

ME: A escolha pelo Palmeiras tem alguma relação com as origens italianas do clube?

FF: Não. O projeto nasceu por meio de histórico já existente entre Palmeiras e Parmalat. Fomos procurados pelo Palmeiras para revitalizar essa posição e o projeto se chamava Scolari, que era trazer o Felipão de volta para gramados nacionais, e isso era nosso ponto mais importante. O Scolari representa para nós o que representa nossa marca: uma pessoa de família, querida por todo mundo, que transcende as torcidas, porque independente de estar no Palmeiras todo mundo gostaria de ter o Felipão no seu time. O Brasil gostaria de ter o Felipão na seleção brasileira. É uma pessoa vencedora, líder. Tudo isso são sinônimos da nossa marca. Por isso a gente apostou nesse projeto.

ME: Como a Parmalat pretende ativar o patrocínio ao Palmeiras?

FF: A gente tem em nosso acordo o uso de ferramentas de marketing que permitem explorar melhor a parceria. Entre elas, o uso da imagem do Felipão, a possibilidade de participar de campanhas específicas que tenham outros patrocinadores, que não tenham só nós encabeçando. É nesse caminho que iremos utilizar melhor essa posição.

ME: A Parmalat teme que o patrocínio ao Palmeiras crie rejeição entre torcedores de outros clubes, como São Paulo ou Corinthians?

FF: Olha, isso é uma lenda. As pessoas entendem que o patrocínio está relacionado, sobretudo para quem é apaixonado por futebol, a ter bons ídolos nos campos. E quando você tem ídolos nos campos, você cria aquela busca. A rivalidade em si, é a rivalidade por ver um bom futebol. Não tem nada que contamine uma marca que está sendo patrocinadora. As pessoas até hoje consideram a Parmalat como um caso de sucesso no marketing esportivo, por ter sido patrocinadora. Independente de ter sido o Palmeiras que foi o campeão, ou o Juvetude que teve essa oportunidade, ou outros times, ela transcendeu e se firmou como líder e tenho certeza que muitos corintianos, são-paulinos, portugueses, da Portuguesa, santistas, consomem Parmalat até por essa admiração à marca.

ME: A Parmalat tem atuação em outras modalidades?

FF: Hoje em dia, não. Mas existe o interesse de trabalhar. Sempre que estiver relacionado a saúde, a família, a carinho, tudo o que tem a ver com nossa marca, nós vamos trabalhar.

ME: Tem algum esporte que se identifique mais?

FF: Tem vários esportes que se identificam. Você tem o voleibol que é um esporte com essa relação. As pessoas admiram o time de voleibol do país. Tem o próprio futebol feminino que é uma coisa que tem altos e baixos, mas as pessoas também admiram. Ídolos nossos ganharem prêmios internacionais. Então, tudo o que estiver relacionado à parte de saúde, carinho, conquista, iremos trabalhar.

ME: Qual a relevância, hoje, do esporte no marketing da Parmalat? Qual a prioridade?

FF: Na verdade, é assim: o marketing se divide em vários nichos. Você tem investimentos em pontos-de-venda, investimentos em mídia e tem investimentos em exposição de marca. O marketing esportivo é exposição de marca. Dar publicidade à marca de forma que ela tenha visibilidade de todos os consumidores. Então é um terço do nosso negócio. Os outros dois terços estão relacionados a investimentos em campanhas, seja de mídia escrita ou televisiva, ou, na verdade, investimentos em pontos-de-venda.

ME: A proximidade com a Copa de 2014 e com os Jogos Olímpicos vai fazer a Parmalat rever alguns conceitos e posições?

FF: Olha, nós não pensamos nisso ainda. Mas é lógico que esses eventos esportivos que vão ter em 2014 e 2016 potencializam o investimento em marketing esportivo.

ME: Quais são os próximos passos que já estão definidos a serem tomados?

FF: Primeiramente, estamos lançando uma linha nova de produtos, uma linha que está exposta na mesa. O Felipão tomou e gostou. E estamos fazendo uma expansão de portfólio muito grande na marca Parmalat. Então esse será o primeiro movimento nosso. Isso vem junto com investimento em outros tipos de mídia.

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