Jose Eduardo Martins

Assim como a grande maioria de produtos relacionados ao futebol e mais especificamente à Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, o álbum de figurinhas também não foge de um grande problema: a pirataria. Porém, diferentemente do que acontece em geral, esse fator é verificado mais no exterior do que no Brasil.

De acordo com o presidente da Panini no Brasil, José Eduardo Martins, o grande foco de pirataria com álbuns da Copa do Mundo acontece em alguns países da América Latina, Ásia e leste europeu. No Brasil, as leis são eficazes e, aliadas a um trabalho de repreensão, fizeram com que a falsificação de cromos do Mundial fosse praticamente nula.

Na segunda parte da entrevista exclusiva à Máquina do Esporte, o responsável pela Panini no país conta outras medidas adotadas contra a pirataria, explica como é feito o processo de escolha dos jogadores que aparecem no álbum e comenta sobre os possíveis erros de informações contidos na publicação.

ME:Normalmente, os produtos populares são muito visados pelos falsificadores. Esse fenômeno se repete com o álbum de figurinhas da Copa do Mundo?

JEM: Essa é uma realidade, mas que não acontece tanto no Brasil. Nós observamos mais a pirataria de nossos produtos em alguns países da América Latina, na Ásia e no leste europeu. Aqui no país nós temos leis que proíbem um distribuidor de vender figurinhas da Copa do Mundo que não sejam fabricadas pela Panini. Nós enviamos cartas aos distribuidores mostrando que nós somos os licenciados pela Fifa. Além disso, nós fazemos um trabalho de combate, junto aos pontos-de-venda, para minimizar quaisquer atos de pirataria.

ME:E nos outros países. Como é feito esse combate?

JEM: Lá fora a situação é mais delicada. O combate é mais difícil. Até por isso, os envelopes que enviamos para a América Latina são distribuídos em um material exclusivo, com uma coloração e composição que só a Panini tem. Isso diferencia o nosso produto do pirateado. Essa medida também é adotada nas outras regiões em que a pirataria é forte.

ME:Desde quando o álbum da Copa do Mundo é editado pela Panini?

JEM: A Panini nasceu na Itália em 1960 e o primeiro produto de figurinhas foi o álbum do Campeonato Italiano, em 1961. O primeiro álbum da Copa surgiu em 1970. No Brasil, nosso primeiro álbum foi o da Copa de 90.

ME:E dos cinco álbuns, incluindo o atual, fabricados pela Panini no Brasil, qual foi o que teve mais sucesso?

JEM: O da Copa de 94 nós tivemos uma grande vendagem. Foi um grande sucesso. Na Copa seguinte nós mantivemos os bons números. Mas, em 2002, tivemos uma queda grande, até pelo fato de a competição acontecer no Japão e Coréia. O Brasil também não vivia um bom momento econômico naquela oportunidade. Mas nós estamos confiantes em uma retomada com o álbum desse ano.

ME:Existe alguma diferença entre o álbum brasileiro e o vendido no resto do mundo?

JEM: Nenhuma. A Panini possui duas fábricas no mundo, uma na Itália e outra aqui no Brasil. Nós distribuímos para toda a América Latina e a Itália distribui para o resto do mundo. Com isso, o colecionador brasileiro pode pegar o seu álbum, viajar até a Alemanha, por exemplo, e ir comprar suas figurinhas na banca normalmente. É exatamente igual.

ME:Como é feito o processo de seleção dos jogadores que aparecem no álbum, já que a publicação é lançada antes do anúncio oficial das seleções?

JEM: A Panini tem um percentual de erro de 3%, 3,5%. Em 2002, por exemplo, erramos apenas um jogador, que foi o Juan, mas acertamos em não colocar o Romário. Mas nós temos um departamento de futebol responsável por essa seleção, além de um grupo de apoio de jornalistas e outros profissionais envolvidos no futebol. Eles escolhem os jogadores que entrarão no álbum baseados na lista utilizada durante as Eliminatórias.

ME:Nesta edição, muitos colecionadores apontaram erros em nomes e idades. Como é feito o trabalho de revisão do álbum?

JEM: As informações são passadas pelas próprias federações, mas às vezes acontecem erros. Nós estamos colhendo as opiniões dos colecionadores e, na próxima impressão do álbum, esses erros devem ser sanados. Acredito que novos álbuns sejam impressos já na próxima semana.

ME:Existe uma história de que alguns jogadores teriam recusado aparecer no álbum, o que causou contratempos à Panini …

JEM: Eu nunca fiquei sabendo disso. Esses são assuntos tratados diretamente pela Panini da Itália, mas eu acredito que isso não tenha acontecido.

Leia o complemento desta entrevista.

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