Jose Roberto DAprile

Durante 30 meses, a Bombril investirá R$ 12 milhões num dos maiores projetos de patrocínio a atletas brasileiras. O programa “Mulheres que fazem o Brasil brilhar” foi uma das primeiras estratégias de marketing de empresas brasileiras relacionada aos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro.

Com um ano e meio de duração, o projeto tem agradado à empresa, que agora planeja colher os frutos do investimento no ano que vem e, quem sabe, manter o apoio para 2008, quando ocorrem os Jogos Olímpicos de Pequim.

Para José Roberto D’Aprile, presidente da Bombril, a manutenção do projeto depende de uma revisão dos valores a serem investidos. O programa, que sobreviveu à mudança de comando da empresa após o fim da intervenção judicial, é hoje, literalmente, a menina dos olhos da empresa.

“O patrocínio é uma oportunidade para nós. Como vivemos das mulheres, é elas que temos de cativar”, afirmou D’Aprile em entrevista exclusiva concedida à Máquina do Esporte na última segunda-feira, dia 25, no Rio de Janeiro, durante o II Fórum Internacional Marketing Esportivo de Resultados, organizado pela Associação Brasileira de Anunciantes do Rio de Janeiro (ABA-Rio).

Segundo D’Aprile, o foco para 2008 deverá ser nas atletas com mais chances de conquistar medalhas, enquanto que para o Pan-Americano a expectativa é de colher os frutos com a alta exposição da marca pelas vitórias das 72 atletas patrocinadas.

Leia a seguir a entrevista com José Roberto D’Aprile:

Máquina do Esporte: A Bombril vai continuar com o programa “Mulheres que fazem o Brasil brilhar” em 2008?

José Roberto D’Aprile: Nosso compromisso vai até 2007. Esperamos ter uma boa visibilidade e retorno, já que o Brasil tem grandes chances de conquistar várias medalhas. A colheita de todo esse projeto será no ano que vem. Como a Olimpíada é no ano seguinte, não posso garantir que vamos manter o projeto, mas vamos analisar. Provavelmente vamos ver quem tem mais chance de ganhar medalha e manter o patrocínio.

ME: Como a empresa tem trabalhado o projeto?

JRD: Herdamos esse programa desde a volta do filho do fundador e agora estamos tentando viabilizar o projeto. Procuramos utilizar ao máximo as meninas para ter um bom retorno com o público. No evento da Abras [Associação Brasileira dos Supermercados, realizado no início de setembro] virou um tumulto quando a Daiane esteve lá. Isso é um diferencial. São meninas ótimas, de boa índole. Não posso garantir que vamos continuar, mas vamos avaliar, provavelmente reformular o projeto. Hoje são 72 atletas patrocinadas. Quem sabe ficamos com menos para viabilizar a continuação.

ME: Qual tem sido para a empresa a repercussão do investimento?

JRD: Até agora, as impressões são as melhores possíveis. As meninas são profissionais, disciplinadas e ainda estão trazendo medalhas. Quando elas ganham, os jornais dão destaque, e mesmo quando não ganham, sai alguma nota, algum registro.

ME: Como é o relacionamento com as atletas?

JRD: Nós as incentivamos com uma premiação extra por resultado. É como numa empresa. Se você atinge uma meta, é bonificado.

ME: Claro, afinal acima de tudo o patrocínio é um negócio…

JRD: Não é caridade que fazemos. É um negócio que traz vantagens para os dois lados. É uma preocupação até com o país. Se o Brasil vai bem e ganha medalhas, conseguimos elevar a auto-estima da população.

ME: E como a empresa usa as atletas para ações de marketing?

JRD: Todas as ações são planejadas. Nesse evento da Abras que tivemos, por exemplo, nosso stand era dividido em três, sendo uma parte a “Casa das Meninas”. A pessoa que ia lá podia gravar um comentário ao lado das atletas. Depois, recebia um dvd com a gravação, feita em formato de um programa com o Luciano do Valle apresentando. Isso ganha o cliente. E é só um exemplo de ações que fazemos.

ME: E em relação aos funcionários? É feito um trabalho de endomarketing?

JRD: Também temos ações para motivação da equipe de venda. Levamos as meninas para conhecer a fábrica. Mais do que elas, lá os funcionários têm a oportunidade de conhecer as meninas. E isso é estimulante, afinal a massa trabalhadora é esportista. Além disso nós temos dentro de nossa fábrica um centro de esportes, um ginásio de ginástica completo. Então casou muito bem esse projeto. E olha que na época que fizemos isso [o ginásio] não tinha todo esse projeto. A Bombril sempre foi muito ligada ao esporte.

ME: E qual o foco que se quer atingir com o patrocínio às atletas?

JRD: O patrocínio era uma oportunidade para nós. E como vivemos das mulheres, é elas que temos de cativar.

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