Luiz Kaufmann

O rebaixamento do Corinthians à Série B do Campeonato Brasileiro se transformou no grande acontecimento do mercado futebolístico em 2007. Depois de um ano conturbado, o clube encerrou a temporada celebrando o maior contrato de patrocínio no país, mesmo com a Segundona pela frente em 2008.

Na última quinta-feira a ex-alviverde marca de planos de saúde Medial Saúde acertou um contrato de um ano com o clube paulista. Na camisa do time, as cores da empresa passarão a ser o preto e o branco. Tudo para não desagradar o torcedor corintiano, maior motivo para a Medial decidir desembolsar R$ 16,5 milhões para patrocinar o clube no pior momento esportivo de sua história.

O acordo também deverá ajudar o clube a cumprir a meta de faturar mais de R$ 80 milhões com a própria marca no próximo ano. É típico o acordo em que os dois lados se mostram plenamente satisfeitos.

“A Medial cuida da saúde das pessoas e normalmente nós temos que lidar com momentos de grande sensibilidade, de fragilidade e de mudança. Apoiar o Corinthians nessa fase é ainda mais relevante do que se ele estivesse na Série A”, afirma Luiz Kaufmann, presidente da empresa.

A rápida negociação – concluída em menos de 24 horas – foi motivada, segundo o executivo, pela convergência das filosofias de trabalho da Medial e da nova diretoria do Corinthians, liderada pelo presidente Andrés Sanchez.

“O que aconteceu foi que houve um encontro muito grande entre os nossos valores e o que o clube representa Não temos a menor dúvida de que o Corinthians, pela sua importância, dará à Medial uma visibilidade bastante importante. É um caminho de duas mãos”.

Em entrevista exclusiva concedida à Máquina do Esporte pouco depois da apresentação oficial da parceria, Kaufmann fala sobre a relação da empresa com as demais torcidas, revela alguns dos projetos envolvendo o Corinthians para a próxima temporada e diz que o clube é sinônimo de futebol no Brasil.

Leia a seguir a íntegra da entrevista:

Máquina do Esporte: O Corinthians é um time que desperta muitas emoções: amor incondicional entre seus torcedores e ódio entre os rivais. A Medial não teme a rejeição das outras torcidas?

Luis Kaufmann: A gente vai ver só o lado da paixão. Existe uma experiência no mundo todo que, em se tratando de marcas fortes como o Corinthians, apenas o lado positivo se sobressai. Obviamente, nós não temos nada contra as demais torcidas. O que nós temos é uma afinidade grande com toda a filosofia implantada no Corinthians.

ME: A mudança de cor também não deve acarretar em nenhum tipo de prejuízo à marca da Medial?

LK: Não, de jeito nenhum. Nós temos bastante flexibilidade e vamos adaptando conforme o necessário. Vamos trabalhar a evolução da marca conforme as coisas se desenvolvam.

ME: Quais são as ações que serão desenvolvidas ao longo desse primeiro ano de parceira?

LK: Foi uma coisa muito rápida. Não deu nem tempo de pensar direito no que será feito. Vamos procurar oportunidades na área da saúde, apoio a crianças e no setor esportivo para ver o que nós podemos fazer com os jogadores também. Vamos cuidar da saúde dos jogadores do Corinthians e procurar outras oportunidades de parceria, mas sempre dentro do nosso contexto. Nós temos também uma grande preocupação com a questão social e devemos aproveitar o Instituto Medial para pensar em ações relacionadas ao Corinthians.

ME: Para a empresa, o fato de o Corinthians ter todo o protagonismo da Série B e, conseqüentemente, muita exposição na mídia, pesou na hora de decidir pelo patrocínio?

LK: A Medial cuida da saúde das pessoas e normalmente nós temos que lidar com momentos de grande sensibilidade, de fragilidade e de mudança. Apoiar o Corinthians nessa fase é ainda mais relevante do que se ele estivesse na Série A.

ME: Mas, comercialmente falando, a questão da exposição é muito importante para a marca e deve ter sido relevante na hora de concretizar o negócio, não?

LK: Claro. Considerando que nós estamos usando a maior parte da nossa verba de marketing para apoiar o Corinthians, é lógico que pensamos também no aspecto de visibilidade e retorno para a marca.

ME: A Medial tem tradição no circuito de corridas de rua. Por que decidiu voltar suas atenções para o futebol?

LK: Nós valorizamos a sáude acima de tudo. E esporte tem tudo a ver com saúde. E nada é mais importante em termos de esporte no Brasil do que o futebol e, no futebol, nada mais relevante do que o Corinthians.

ME: E foi essa relevância que levou a Medial até o Corinthians?

LK: Nossa decisão foi extremamente rápida. Quando nós soubemos do rompimento com o parceiro anterior, em menos de 24 horas nós decidimos utilizar uma parte substantiva da nossa verba de publicidade no Corinthians. A Medial não é uma empresa muito focada em publicidade em televisão, rádio, etc. O que aconteceu foi que houve um encontro muito grande entre os nossos valores e o que o clube representa. Não temos a menor dúvida de que o Corinthians, pela sua importância, dará à Medial uma visibilidade bastante importante. É um caminho de duas mãos.

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