Manuk Masseredjian

Em abril deste ano, o Grupo ABC chamou jornalistas e pessoas do mercado para apresentar oficialmente a junção da Mondo Entretenimento, Maior Entretenimento e Reunion Sports & Marketing. Surgia, então, a XYZ Live, braço do grupo focado em esporte e entretenimento, em vista o crescente interesse internacional nessas duas áreas do mercado brasileiro.

Manuk Masseredjian, um dos vice-presidentes do Grupo ABC, foi encarregado de ser o CEO da XYZ Live, e atendeu a Máquina do Esporte após evento do Soccerex para a imprensa, o primeiro em São Paulo, no local que desde agosto se transformou em sede da agência.

A Soccerex é um dos clientes esportivos da XYZ, que pretende triplicar o faturamento nos próximos anos. O foco é aproveitar os megaeventos esportivos no Brasil para alcançar a façanha. Com o apelo da Copa do Mundo, até separar futebol de outros esportes a agência fez.

Além dos grandes eventos, Manuk reverencia o momento de chegada dos concorrentes, ao afirmar que, em termos mercadológicos, o futebol brasileiro ainda é pouco maduro. “Quanto mais agências, mais profissionalizado será o meio. E quanto mais profissionalizado, mais empresas se sentirão seguras para investir no esporte”, afirmou.

O executivo também relatou o que ele idealiza como maior diferencial da agência nesse ramo cada vez mais concorrido. “O que nós propomos é ser um gerador de soluções para eventos, não apenas gerenciar marcas e evento (…). Nós queremos (…) linkar o atributo das marcas ao conceito realizado”, ressaltou.

Leia a entrevista na íntegra:

Máquina do Esporte: Qual é a sua avaliação desses primeiros meses de XYZ Live?

Manuk Masseredjian: O surgimento da XYZ foi, na verdade, a junção de outras empresas do Grupo ABC, foi uma opção estratégica para unir conteúdos como esporte, entretenimento, moda, cultura. Por isso, já iniciamos com um portfólio de clientes, com trabalhos que somam alguns anos. O desempenho tem sido bastante satisfatório.

ME: Financeiramente, qual é o objetivo da XYZ?

MM: Queremos crescer três vezes nos próximos dois, três anos. Vamos aproveitar o momento do país, com os grandes eventos, para chegar a esse objetivo. Com a Copa do Mundo, por exemplo, nós vamos separar o esporte em dois, entre futebol e outros esportes.

ME: O calendário da XYZ há sequência de shows, mas poucos eventos esportivos. Qual é o peso do esporte hoje para a agência?

MM: Hoje, há mais clientes voltados para o esporte radical, pelo histórico das agências anteriores. Mas se eles estão em menor número, não significa que há menos importância dentro da XYZ. Se compararmos por receita, por valor, aí o esporte já tem uma parte significativa. Dentro da agência, o esporte é um pilar bastante representativo. O que nós propomos é ser um gerador de soluções para evento, não apenas gerenciar marcas e evento. Nada contra as agências que fazem isso, mas não é essa a nossa estratégia. Nós queremos gerar solução para a marca, para linkar o atributo das marcas ao conceito realizado. Nesse sentido, o esporte tem uma importância brutal. E, no Brasil, nós temos um futebol que tem se profissionalizado nos últimos anos, profissionalizado no aspecto mercadológico.

ME: Trabalhar com esporte e com o entretenimento paralelamente pode ser considerando o principal diferencial da XYZ?

MM: São vários pilares na XYZ, desde esporte até a moda. Mas a mistura é a solução. Ao dominar diversos segmentos, podemos apresentar um mix de negócios que seja a melhor solução para uma marca. Costumo dar o exemplo da farmácia que só tem aspirina. Se eu estiver com dor de estômago, uma aspirina pode até me ajudar, mas não vai ser o que eu realmente preciso. E nós queremos dar o melhor remédio indicado, fazer uma busca no mercado para ter o que mais atende às necessidades dessa empresa.

ME: Hoje dá para separar de fato o esporte do entretenimento?

MM: Por dados, durante a Copa do Mundo, o maior investimento está na ativação dos patrocínios. E ativar é fazer com que as pessoas consumem o entretenimento que rodeia o evento. O entretenimento é adjacente ao evento esportivo; as pessoas consomem o show da Copa do Mundo. Por isso é necessário ver o mercado como um todo.

ME: Nos últimos tempos uma série de agências de marketing esportivo internacionais tem chegado ao Brasil. Isso atrapalha?

MM: Isso ajuda muito. Quanto mais agências, mais profissionalizado será o meio. E quanto mais profissionalizado, mais empresas se sentirão seguras para investir no esporte.

ME: A XYZ adquiriu recentemente a Esfera Br. É possível aproximar a Brazil Sports Show do que é feito pela Soccerex hoje?

MM: É uma visão diferente. Nós vamos ter pilares da feira para negócios e consumidores, além de uma visão multiplataforma, com a O2 e a própria feira. As feiras são comuns no resto do mundo, mas no Brasil é um negócio que ainda engatinha, até porque o país ainda investe pouco no esporte. Hoje, o Brasil investe a metade do que é feito pela média mundial, considerando a proporção com o PIB do país. Se comparado com os Estados Unidos, nós investimos um quarto do que eles investem.

ME: E qual é o grande diferencial da Soccerex para a XYZ?

MM: A Soccerex traz uma amplitude global. Na feira, não é só o mercado interno, é o mundo inteiro olhando, com foco na Copa, em 2014. No evento, há uma conexão global, com pessoas querendo fazer negócio, que estiveram na África do Sul, que estiveram na Alemanha. Essa troca só é possível na Soccerex.

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