Marcelo Palaia Giannoni

Os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro aconteceram em julho e muito se falou sobre qual seria o legado deixado pela competição. Mesmo com as grandes construções, como o estádio João Havelange, por exemplo, a contribuição deixada pelo evento deverá ser muito maior.

Segundo Marcelo Palaia Giannoni, sócio-diretor da Bravo Marketing Esportivo, o Pan poderá mudar o conceito no país referente aos investimentos realizados em grandes eventos esportivos, o que impulsiona o sonho do Brasil, especialmente do Rio de Janeiro, de receber os Jogos Olímpicos de 2016.

“O Pan foi um divisor de águas para o esporte brasileiro, fez com que o país passasse a figurar em um nível diferente de investimentos esportivos. Se a continuidade desse trabalho for realizada com cautela e profissionalismo, nós estaremos definitivamente na elite do esporte mundial”, explica Giannoni.

Além de abrir novas perspectivas para o futuro, os Jogos Pan-Americanos também foram importantes para movimentar diversos segmentos do mercado interno. E é justamente esse balanço que será realizado durante o seminário “Marketing Esportivo em Debate – Os resultados do maior evento do Esporte Brasileiro / Jogos Pan-americanos”, realizado pela Bravo Marketing Esportivo em parceria com a Universidade Anhembi Morumbi, e que acontece nos dias 5 e 6 de outubro.

“Vamos abordar os resultados mercadológicos do evento para o mercado de marketing esportivo. Queremos saber o que ele representou para as pessoas envolvidas, como patrocinadores, atletas, agências de marketing esportivo, confederações, mídia”, completa o diretor da Bravo Marketing Esportivo.

Nessa entrevista exclusiva à Máquina do Esporte, Marcelo Palaia Giannoni explica as diferenças desse evento em relação aos outros que já tiveram o Pan como tema central, destaca a importância, mesmo que apenas para os brasileiros, da competição realizada no Rio de Janeiro e fala ainda fala mais sobre as possibilidades de as Olimpíadas serem disputadas no país.

Leia a seguir a entrevista na íntegra:

Máquina do Esporte: O que levou a Bravo a falar sobre os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro nesse seminário?

Marcelo Palaia Giannoni: O tema não é o Pan. Vamos abordar os resultados mercadológicos do evento para o mercado de marketing esportivo. Queremos saber o que ele representou para as pessoas envolvidas, como patrocinadores, atletas, agências de marketing esportivo, confederações, mídia. Até as empresas que não foram patrocinadoras oficiais, mas que tiveram equipes de atletas nos Jogos serão analisadas. O seminário é, na verdade, um fechamento do que aconteceu.

ME: Quase dois meses depois do seu encerramento, o Pan já foi tema de diversos eventos e debates. Qual é o diferencial desse seminário?

MPG: Nosso diferencial é a lista de pessoas que irão participar das discussões. A idéia foi convidar uma pessoa de cada braço do Pan. Todos os participantes, de alguma forma, estiveram presentes no evento. Até os atletas terão espaço, a visão deles será respeitada durante os debates.

ME: Qual é o público-alvo das palestras?

MPGA gente espera pessoas interessadas no ramo de marketing e gestão do esporte. Vamos focar nesse público em um primeiro momento. Queremos atrair, principalmente, aqueles que têm interesse pelo setor, mas que nunca realizaram nenhum tipo de investimento em competições esportivas. Nosso objetivo é fazê-los entender como é possível realizar esse tipo de aporte e quais os resultados obtidos com a associação a um evento esportivo.

ME: O seminário irá dissecar os bastidores do marketing esportivo durante a competição?

MPG: Nós não temos autonomia para isso. Nosso objetivo é só analisar os resultados que o Pan trouxe para o mercado. Não interessa o que foi gasto, o que deixou de ser gasto, porque foi gasto ou por quem. O que faz parte do nosso objetivo, por exemplo, é saber que a Olympikus teve um resultado X, a Record chegou ao índice Y, coisas desse tipo. Queremos analisar as conseqüências do evento para esse mercado.

ME: Qual é o retorno esperado pela Bravo com o seminário? A intenção é deixar um legado para futuros potenciais investidores do esporte?

MPG: Nós esperamos que seja um sucesso. Além do nosso envolvimento com o seminário, temos a chancela da Anhembi-Morumbi, que dá mais credibilidade e torna o evento mais interessante. Já os debates em si são essenciais dentro do processo esportivo. É muito importante que todos os envolvidos com o Pan tenham a real dimensão do resultado desse trabalho.

ME: Os Jogos Pan-Americanos mudaram a relação entre investidores e eventos esportivos no Brasil?

MPG: Isso é algo que será discutido no seminário. Sem os debates, a gente não consegue enxergar a dimensão alcançada nesse processo. Um evento como o que nós vamos realizar ajuda a ter uma avaliação definitiva sobre o Pan. Descobrir se houve esse legado é uma das nossas metas. Quem participar do seminário, certamente, vai sair com uma resposta.

ME: Falando especificamente sobre a organização de grandes eventos no país. O senhor acredita que o Pan foi um marco para o esporte brasileiro?

MPG: Dentro do quadro de competições internacionais, o Pan tem um valor muito pequeno. Essa importância toda só acontece no Brasil e, talvez, para Cuba. A imprensa daqui se dedica muito ao Pan. Nos outros países, os Jogos não têm tanta credibilidade. Agora, se a gente for analisar apenas o mercado nacional, é muito importante para os atletas, já que nós damos muita importância para o Pan. Acaba gerando muita exposição aos competidores e, conseqüentemente, atrai o interesse dos patrocinadores. É um e efeito cascata.

ME: O Rio de Janeiro formalizou sua candidatura para sediar os Jogos Olímpicos de 2016. O Pan credenciou a cidade à organização de competições desse porte?

MPG: Eu vou mais longe. Nesse sentido, o Pan foi um divisor de águas para o esporte brasileiro, fez com que o país passasse a figurar em um nível diferente de investimentos esportivos. Se a continuidade desse trabalho for realizada com cautela e profissionalismo, nós estaremos definitivamente na elite do esporte mundial. Acredito sim que o Pan tenha sido nosso passaporte para eventos maiores, principalmente devido ao volume e investimentos, até então inéditos no Brasil, que a competição recebeu.

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