O mercado de material esportivo está cada vez mais concorrido com as gigantes da área disputando território como se fosse uma guerra. No Brasil, os principais clubes têm seus uniformes fornecidos por empresas como Puma, Umbro, Nike Adidas e Reebok, não restando espaço para as marcas nacionais, como a Topper, nas equipes mais populares.
Até 2005, a marca que pertence à São Paulo Alprgatas, vestia as equipes do São Paulo, do Internacional, Cruzeiro e do Goiás. Junto com o clube paulista a Topper foi campeã mundial de clubes no mesmo ano. No entanto, a partir de 2006 perdeu espaço com as equipes migrando para concorrentes como a Reebok e a Puma.
Agora, no final de 2007, a Topper ficará praticamente fora do futebol, pelo menos no que diz respeito ao fornecimento para equipes. Isso porque, no final do ano, chega ao fim o acordo com o Sport Recife, que já anunciou contrato com a Lotto para 2008.
No entanto, a situação não decreta a saída da Topper do futebol, uma vez que a empresa continua fornecendo uniformes para os árbitros da Federação Paulista de Futebol (FPF), além da bola oficial do Campeonato Paulista.
“Nenhuma hipótese está descartada. Estamos sempre atentos a oportunidades, mas o nosso foco está também no futebol society e no futsal”, afirma Márcio Utsch, presidente da São Paulo Alpargatas.
Nesta entrevista exclusiva à Máquina do Esporte, Utsch fala da importância do acordo com a FPF para a marca, sobre as estratégias das empresa para o futebol e da necessidade de uma maior divulgação do futebol de salão.
Leia a seguir a íntegra da entrevista:
Máquina do Esporte: Como tem sido para a São Paulo Alpargatas, por meio da marca Topper, estar junto com a Federação Paulista de Futebol desde 2004?
Márcio Utsch: É uma parceria de longo prazo quem tem trazido excelentes resultados para a Topper. Isso se deve principalmente a visibilidade, importância e representatividade da federação. Ter o selo da FPF em nossos produtos é algo muito importante. Agora, além da bola e do uniforme da arbitragem, temos também essa linha de produtos para a campanha de combate a violência. No que diz respeito à bola, estamos na nossa terceira geração do produto, que melhora a cada ano. O mais importante é que ela pode ser usada tanto por amadoras quanto por profissionais. Já os uniformes dos árbitros, este ano eles ganharam um novo tipo tecido que não retém suor. Os bolsos estão preparados para guardas todos os equipamentos necessários.
ME:Qual é a importância estratégica deste acordo da Topper com a FPF?
MU: A federação tem o melhor e maior campeonato do país. Isso exige investimentos em tecnologia para que nossos produtos atendam às necessidades da entidade. Só que ao mesmo tempo, estar ao lado dela mostra para os nossos consumidores que nossos produtos têm qualidade, já que se ele é usado no Campeonato Paulista é porque passou por diversos testes em laboratório.
ME: A Topper tem hoje no futebol apenas o Sport Recife, mas o acordo termina no fim do ano. Qual é a estratégia de posicionamento da marca dentro do futebol?
MU: O que vamos fazer eu não posso revelar. Estamos junto com a FPF, mas estamos atentos também a todas as oportunidades. Não só no futebol de campo, como também o society e o futsal.
ME: A Topper tem intenção de investir mais no futsal?
MU: Nosso investimento na área de marketing, de toda a São Paulo Alpargatas, é de cerca de 10% de nosso faturamento. As oportunidades que surgirem serão dentro desta verba.
ME: Então a Topper está satisfeita com o investimento atual no futsal?
MU: Estamos sim satisfeitos. Mas entendemos que o futsal é um esporte com um grande potencial de crescimento, já que é um jogo bonito de ser ver, com grandes jogadas e placares altos. Só que não tem a exposição que poderia ter, com cobertura diária da imprensa, por exemplo. É algo para se pensar em médio e longo prazo. A idéia é trabalhar na divulgação do esporte e não com atletas e equipes.
ME: E no futebol feminino, existe alguma possibilidade para a Topper?
MU: É uma modalidade que está apenas no começo, com a definição de campeonatos e equipes participantes. A Topper está atenta a todas as possibilidades, mais ainda parece cedo.
ME: A Topper chegou a ser procurada pela CBF ou por outras pessoas para falar de futebol feminino?
MU: Não, não fomos procurados.