Marinês Bilhar

Em novembro de 2011, o banco estatal Banrisul assinou contrato de patrocínio com Grêmio e Internacional, o que garantiu a empresa no espaço máster dos uniformes por mais um ano. Com o investimento, a parceria irá completar 11 anos de duração, mas, dessa vez, haverá ativações que vão diferenciar o acordo.

Segundo a superintendente da unidade comercial e marketing do Banrisul, Marinês Bilhar, esse foi um avanço significativo na parceria. “Fizemos um fundo de investimentos para os torcedores, para que eles construam juntos essa parceria. Esse foi um sinal de amadurecimento no mercado de marketing esportivo no Brasil”, comentou em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte.

Marinês Bilhar chegou ao banco no primeiro semestre de 2011, poucas semanas antes de o contrato com Grêmio e Internacional se encerrar. As negociações, que se arrastaram por meses, se basearam no seu desejo de fazer com que o contrato fosse além da exposição da marca. Por isso, instituiu produtos financeiros para torcedores que, caso tenham boas vendas, potencializarão o suporte repassado às equipes.

Nesta semana, o Banrisul também reforçou os investimentos no futebol ao confirmar, pelo quarto ano consecutivo, que será patrocinador do Campeonato Gaúcho. Para a executiva do banco, essa necessidade de usar a modalidade está ligada à importância dada pela população do Estado ao esporte. “É um canal para conversar diretamente com as pessoas, é uma comunicação que envolve algo que passa de geração para geração”, afirmou.

Leia a entrevista na íntegra:  

Máquina do Esporte: Como começou o envolvimento do Banrisul com o esporte?
Marinês Bilhar: Começou com o patrocínio ao Grêmio e Internacional há dez anos. São times rivais, antagônicos, mas com forte identificação com o povo gaúcho. O Banrisul é um banco regional e, com Internacional e Grêmio, ele reforça a atuação na região e reforça essa identificação com a população. Temos, assim, uma grande visibilidade, que as pessoas gostam e valorizam muito.

ME: Por que o futebol?
MB: Há uns dois anos, uma pesquisa apontou que o gaúcho é o torcedor mais fiel ao seu clube. Essa dicotomia e essa rivalidade fazem com que os clubes cresçam juntos. Por que o futebol? Porque é um canal para conversar diretamente com as pessoas, é uma comunicação que envolve algo que passa de geração para geração. Aqui, as pessoas já têm time no ventre da mãe. Essa torcida move as pessoas, move a economia do Estado. Com o novo contrato com os clubes, temos nos reestruturado para potencializar o trabalho e transformar essa paixão e dar sustentabilidade a economia.

ME: E com os mais jovens, o que o Banrisul faz?
MB: Nós sustentamos escolinhas de futebol, que já atendem 120 crianças. É um trabalho bonito, em que se trabalha a formação e dá oportunidade de esses jovens mudarem de vida.

ME: A criação dos produtos com Grêmio e Internacional, feito no último contrato assinado, foi a grande mudança nesses dez anos de parceria?
MB: Essa é a grande diferença, que faz com o torcedor aumente a cota fixa que cada clube recebe. Fizemos um fundo de investimentos para os torcedores, para que eles construam juntos essa parceria. Esse foi um sinal de amadurecimento no mercado de marketing esportivo no Brasil e nós nos adequamos a isso. Além disso, nós vamos divulgar esses produtos de forma bastante interativa, com site e redes sociais, para mostrarmos que estamos juntos. São mostras que o marketing esportivo cresceu, e que isso gira uma economia, um mercado em que o banco está inserido.

ME: E qual é a importância de patrocinar o Campeonato Gaúcho?
MB: Além dos grandes clubes, estaremos com os clubes do interior, algo que já fazemos há quatro anos. O gaúcho do interior tem dois times. Além do Grêmio ou Internacional, há uma valorização grande do time da comunidade. Por meio desse patrocínio, nós chegamos a quase 50 clubes, com mais de cem jogos. E o Banrisul estará em todas as camisas do torneio, fortalecendo a marca do banco em todo o Estado.

ME: E como ativar o suporte nesses clubes menores?
MB: O time evolui com ações conjuntas; eles saem fortalecidos com a parceria. Qual é o interesse deles? Mais sócios. E o banco consegue incentivar isso, criar sistemas para os times, para fidelizar. As ações criam uma simbiose entre os clubes e a instituição financeira. Assim, o clube tem maior adesão e vende mais ingressos. Nós vemos um grande crescimento no marketing esportivo, que consegue atingir vários pilares sociais.

ME: E em com outros esportes? Como o Sogipa, por exemplo.
MB: Nós somos parceiros do Sogipa. Nós escolhemos a dedo nossos parceiros para conseguir valorizar os eventos, de forma a intensificar a relação com os torcedores. Nossa política é exatamente valorizar todos os patrocínios no esporte e, com isso, trazer mais benefícios para a comunidade. Isso é ir além da exposição, levar um diferencial e fazer melhor para dar um retorno a essa comunidade.

ME: O banco já pode adiantar o que planeja no esporte no futuro, considerando os Jogos Olímpicos de 2016?
MB: Não. Nós vamos trabalhar mais com o esporte, mas não posso passar detalhes porque isso é estratégico para o banco. Mas é evidente que queremos estar no esporte. Nós acreditamos que o marketing esportivo irá crescer muito no Brasil ainda.

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