Mario Ruggiero

Investir no esporte tornou-se, nos últimos tempos, uma espécie de obrigação para as empresas. O crescimento do debate sobre a realização de grandes eventos esportivos no país leva, naturalmente, ao aumento do interesse das empresas em apostar nessa plataforma de comunicação. Com isso, o custo de investir em esporte, hoje, é cada vez maior. 

É procurando essa nova realidade que a Nielsen decidiu se lançar no mercado deesporte. A empresa de pesquisas firmou uma parceria com a agência de marketing esportivo Koch Tavares para começar a produzir pesquisas voltadas à percepção do público em relação às marcas e o esporte.

O trabalho não é novidade para a Nielsen, que mundialmente tem uma forte área de esportes, atendendo clubes como a Internazionale, de Milão, para quem faz todo o gerenciamento de projetos de marketing.

No Brasil, porém, o primeiro desafio é quebrar a barreira cultural. Mesmo com algumas prestadoras de serviços similares no mercado, historicamente as empresas sempre investiram muito em esporte baseando-se mais na intuição do que numa pesquisa científica que comprovasse qual o melhor caminho a seguir. Para Mario Ruggiero, diretor comercial da Nielsen, esse não deve ser um problema.

“O achismo, ou o risco, têm que diminuir cada vez mais. A certeza de que o investimento está correto tem de ser cada vez maior, porque a concorrência é também cada vez maior”, disse Ruggiero, em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte

Nesse bate-papo exclusivo, ele fala sobre os planos da Nielsen em sua entrada no esporte, conta um pouco sobre a parceria com a Koch Tavares e planeja um amadurecimento do mercado de esporte no Brasil.

Confira a seguir a entrevista com o executivo:

Máquina do Esporte: Explique como será a atuação da Nielsen no esporte.

MR:  A Nielsen já está há 40 anos no Brasil, tem expertise, tem conhecimento do consumidor. A ideia é juntar essa força, esse conhecimento, essa experiência, com o pioneirismo da Koch Tavares no mercado esportivo. A Nielsen e a Koch têm a ideia de aproveitar as oportunidades que estão por vir, e que cada vez mais se abrem no mercado esportivo, nao só nos grandes eventos que estão por vir, mas em todos os que acontecerem no mercado esportivo durante a parceria. A ideia é conseguir aliar o conhecimento de consumidor da Nielsen e o conhecimento do mercado esportivo da Koch Tavares para nos ajudarmos a ter retorno maior dos investimentos no mundo esportivo.

ME: Não dá mais para chutar quando se fala em investir em esporte, é isso?

MR: Exatamente. O achismo e o risco têm que diminuir cada vez mais. A certeza de que o investimento está correto tem de ser cada vez maior, porque a concorrência também é cada vez maior.

ME: Como será feito esse trabalho? Como será a atuação? A pesquisa será sempre feita dentro das pesquisas que a Nielsen já faz, e o esporte será inserido?

MR: Exatamente. Na verdade, vamos trabalhar em dois lados. Primeiro, vamos inserir o esporte em todos os painéis que já temos, tanto na parte de domicílio quanto no varejo. Já temos isso montado, de maneira contínua, e iremos inserir perguntas relacionadas ao consumo do esporte. E outros que serão desenvolvidos para o mercado esportivo. O segundo é que faremos pesquisas sob encomenda voltadas para o mundo específico do esporte.

ME: O mercado agora cresce como um todo, ou cresce só por conta de Copa do Mundo e Olimpíadas?

MR: Sem dúvida alguma cresce como um todo. Os eventos vão ser catalisadores desse processo. Eles vão ter um impacto muito grande no negócio esporte. Já percebemos há algum tempo o crescimento não só do número de espectadores, mas da prática do esporte. E também um dos grandes interesses nossos é ajudar as instituições a promover mais, trazer mais o espectador do sofé para a prática do esporte.

ME: Já começou o trabalho? Há alguma pesquisa sendo feita? Você vão divulgar as pesquisas? Como será feito esse trabalho?

MR: Estamos aproveitando o Brasil Open para primeiro fazer a divulgação da parceria. Vamos colocar isso de maneira geral para fazer divulgação consistente, para só depois desenvolver as primeiras pesquisas. Não temos isso pronto para já divulgar.

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