Pablo Oliver

Há 25 anos, a Spalding tornou-se a patrocinadora oficial da NBA, e desde então é reconhecida mundialmente como a principal fabricante de bolas de basquete. A relação intrínseca poderia ser, no entanto, com o vôlei, já que a marca estava presente na invenção do esporte, ainda no século XIX. Essa possibilidade, pouco explorada mundialmente, é um dos objetivos da marca para o Brasil, novo grande mercado para os próximos anos.

Em entrevista à Máquina do Esporte, Pablo Oliver, gerente de marketing da GVD, empresa que detém os direitos de comercialização da Spalding no país, explicou os planos da companhia. O primeiro objetivo, como não poderia deixar de ser, é refletir no Brasil o retorno com o basquete que já está consolidado no exterior.

O pontapé inicial para isso foi dado no início de 2008, quando a marca fechou um acordo com a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) e passou a fornecer bolas para todos os campeonatos da entidade. As necessidades dos grandes clientes, no entanto, fazem a Spalding pensar em diversificação.

?O basquete é o objeto principal, e depois pensamos em futebol, vôlei de praia e de quadra, que são complementares. Precisamos dele para termos um catálogo maior. O mercado tem nos pedido isso?, disse Oliver.

Paralelamente ao crescimento dentro dos esportes, a Spalding se expõe ao público-alvo. Na Oscar Fashion Days, evento da indústria calçadista em São José dos Campos que reúne as principais novidades do setor, a marca apresentará sua linha de confecção, contando com o ator global Lázaro Ramos como grande atrativo.

Leia a seguir a íntegra da entrevista:

Máquina do Esporte: O que a Spalding espera do mercado brasileiro? A idéia é crescer somente dentro do basquete?

Pablo Oliver: A Spalding é muito conhecida por sua ligação com a modalidade, que vai continuar sendo sempre o nosso carro-chefe, mas não vamos deixar de trabalhar o resto dos esportes com bola em que a marca atua. Nós temos muita tradição no beisebol, no futebol americano, no vôlei. Nós ajudamos no início de diversos esportes. É assim desde antes de 1900, quando nós já tínhamos as bolas oficiais para quatro modalidades.

ME: Mas é no basquete que a Spalding mais se destaca?

PO: Sim. Atualmente, a Spalding está muito ligada à NBA, com quem temos parceria desde 1983. São quase 25 anos com a principal liga de basquete do mundo usando nossa marca, e isso é um excelente meio de divulgação.

ME: Isso deve ser trazido para o Brasil?

PO: No Brasil, vamos trabalhar em outras linhas também. Não queremos deixar outras áreas de lado. Vamos entrar com alguns produtos de futebol, outros de confecção. Vamos continuar com esportes com bola, mas queremos atingir outros segmentos também.

ME: E como a Spalding pretende conseguir aqui no Brasil o recall de marca que ela tem no exterior?

PO: A bola oficial da CBB é a Spalding. Além disso, começamos com o vôlei de praia, que tem a nossa bola oficial. Vamos fazer também um trabalho de público universitário. A gente vai ter a bola oficial de algumas competições. A idéia é criar uma relação com a marca desde jovem, e por isso também trabalhamos com alguns colégios. Fazemos apresentações da marca. A gente entende que assim é mais fácil de entrar no mercado, porque o público mais velho já é menos acessível.

ME: Então a idéia é liderar todos os segmentos, conseguindo repetir no Brasil o sucesso dos Estados Unidos, por exemplo?

PO:É isso que nós almejamos. Estamos fazendo contatos, colocando nossa marca em equipes profissionais, tentando incluí-la em outros eventos. Depois tem um trabalho com confederações é mais a longo prazo. A gente quer um bom investimento em cada esporte.

ME: E dentro de confecção, que é um mercado ainda mais acirrado? O que a Spalding tem para mostrar?

PO:O que a gente busca são modelagens e peças feitas para os esportes específicos. Então temos um modelo com cores fortes e texturas especiais para o basquete, uma linha mais outdoor de futebol e tênis. Tem também alguns modelos indoor, que podem ser usados no vôlei e no futsal.

ME: Esse projeto envolve ações de mídia?

PO: Nosso trabalho de exposição, em um primeiro momento, é essa relação com confederações e equipes, que geram espaço na mídia. Depois, vamos buscar um trabalho forte de televisão. Estamos planejando uma campanha, só que específica para os esportes em que a Spalding atua.

ME: E a idéia é ser líder de mercado?

PO:Em termos de basquete sim. Mas vai depender muito da linha que está chegando. Quanto mais material vem mais a gente cresce. No segundo semestre do ano que vem podemos estar na ponta já. O basquete é o objeto principal, e depois pensamos em futebol, vôlei de praia e de quadra, que são complementares. Precisamos dele para termos um catálogo maior. O mercado tem nos pedido isso. Inicialmente, não vamos com tanta ênfase como no basquete. No vôlei de praia, por exemplo, esperamos um pouco mais que o restante, porque já temos uma história. Mas no geral avaliamos uma necessidade de produção, mas não queremos dominar o mercado. Vamos senti-lo com os produtos que nós temos. Depois podemos fazer ações mais específicas.

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