Roberto Gnypek

Restaurante oficial dos Jogos Olímpicos há 28 anos, o McDonald?s segue com a sua política de investir em eventos esportivos e não em atletas. Em Pequim, a rede de fast-food terá importantes desafios. O primeiro deles é refutar a imagem ?gordurosa? dos alimentos vendidos na rede. Com franquias na Vila Olímpica, a cadeia espera que 25% das refeições dos atletas sejam realizadas em seus restaurantes.

Além disso, o McDonald?s enfrenta, assim como os outros patrocinadores do evento, a onda de protestos pró-Tibete, mas não teme que a companhia saia arranhada com o apoio às Olimpíadas.

?Não temos medo de todas essas manifestações. Pelo contrário, queremos patrocinar os Jogos Olímpicos por muito tempo, já que os valores que eles transmitem são maiores do que os protestos?, afirma Roberto Gnypek, gerente de marketing da rede no Brasil.

Nesta entrevista exclusiva à Máquina do Esporte, o executivo fala sobre a postura do restaurante em relação às Olimpíadas, explica a preferência por eventos esportivos e não por atletas e revela as ações que serão desenvolvidas ao longo do ano.

Leia a seguir a íntegra da entrevista:

Máquina do Esporte: O McDonald?s é o restaurante oficial das Olimpíadas de Pequim e de outras grandes competições, mas evita associar sua imagem em patrocínios individuais de equipes ou atletas. Por que essa decisão?

Roberto Gnypek: Historicamente, nós patrocinamos os maiores eventos esportivos do planeta. É a sétima vez que apoiamos as Olimpíadas, já apoiamos o futebol de areia, e hoje também fazemos parte da Copa do Mundo, da Eurocopa, das maiores competições, já que elas levam em consideração não apenas a competição em si, mas têm muitos valores agregados, como família, esporte, saúde, entre outros.

ME: No entanto, o ex-nadador Gustavo Borges teve sua imagem atrelada ao concurso cultural ?Jogos Olímpicos ? Tô Dentro? e também à campanha do McDia Feliz, dessa vez junto com Lara Teixeira e Nayara Figueira, do nado sincronizado. Por que eles?

RG: Escolhemos o Gustavo Borges por tudo que ele representa para o esporte e para o Brasil, por todos os valores que ele carrega, de espírito esportivo, valor olímpico, vida saudável, entre outros fatores. Ele também é padrinho do Mc Dia Feliz, junto com as meninas do nado sincronizado. Elas foram escolhidas porque também carregam esses valores, e estão em exposição na mídia, já que competirão nos Jogos.

ME: Vocês estão aproveitando a ocasião para anunciar o lançamento do ?China Menu?, um cardápio especial em homenagem aos Jogos Olímpicos. O lançamento desse produto é mundial? Quanto foi investido na divulgação e marketing dessa promoção?

RG: O ?China Menu? foi lançado somente na América Latina, decorrente da ativação do patrocínio dos Jogos Olímpicos. Cada bloco econômico tem a liberdade para ativar o patrocínio da sua forma, lançando sanduíches, fazendo suas ações de marketing separadamente. O investimento feito, desde outubro de 2007, quando iniciamos nossas ações para o ano olímpico, foi de cerca de R$ 20 milhões apenas no ?China Menu?, o que corresponde a 20% do nosso budget anual.

ME: Qual o retorno que vocês esperam dessa ação, e como é possível mensurar esse retorno?

RG: Esperamos um retorno de 2 milhões de vendas do ?China Menu?, que custará cerca de R$13 junto com acompanhamento e refrigerante. No Brasil, os índices de experimentação são muitos grandes, e o consumidor terá mais um motivo para comer outra vez em nosso restaurante, que é o ?China Menu?. A estimativa é de 25% de vendas adicionais ao número usual. Esse crescimento pode ser medido por meio de quatro grandes pesquisas que realizamos durante o ano, entre consumidores e não-consumidores da marca McDonald?s.

ME: Esse ano, os Jogos Olímpicos e a passagem da tocha pelo mundo estão sendo palco de muitas manifestações em relação à política chinesa com o Tibete. Como um dos grandes patrocinadores das Olimpíadas, vocês não temem que esses protestos possam acabar arranhando a imagem da empresa?

RG: Não. Historicamente, muitas pessoas e organizações se aproveitam dos grandes eventos mundiais para protestarem por alguma causa. Elas se valem da grande exposição na mídia que o local passa a ter para exporem seus ideais e políticas. Foi assim também em outras edições, como no boicote dos Estados Unidos à Rússia [nos Jogos de 1980, em Moscou], ou o acontecido nas Olimpíadas de Munique [quando atletas israelenses foram sequestrados]. Por isso, não temos medo de todas essas manifestações, e queremos patrocinar os Jogos Olímpicos por muito tempo, já que os valores que esses transmitem são maiores do que os protestos.

ME: O Mc Donald?s é o restaurante oficial dos Jogos de Pequim, contando com franquias dentro da Vila Olímpica, entre outros benefícios. Qual é a relação do restaurante com os atletas? Haverá outras opções de alimentação para eles?

RG: Sim, outros restaurantes também farão parte de uma espécie de ?praça de alimentação? na Vila Olímpica, mas estimamos, fruto de resultados em anos anteriores, que eles façam 25% de suas refeições em nossos restaurantes, já que somos uma referência em todo o mundo. Nós temos opções saudáveis em nosso cardápio, primamos pela qualidade, não temos mais o conceito de fast-food que caracterizava os restaurantes do ramo há alguns anos.

ME: E quais são as ações futuras do Mc Donald?s em relação aos Jogos Olímpicos?

RG: Em julho, também lançaremos o McLanche Feliz com o ?Kung Fu Panda?, filme de animação produzido pela Dreamworks, que também tem a China como grande palco. O panda, animal-símbolo chinês, servirá como o nosso mascote para as Olimpíadas de Pequim, cativando assim o público infantil.

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