Rodrigo Morelli

?Estar junto de um time de futebol sempre foi um desejo muito antigo da empresa. Este ano, surgiu uma oportunidade?. A frase de Rodrigo Morelli, executivo de marketing da empresa de fios e cabos elétricos Sil resume bem como surgiu a história do mais recente patrocínio firmado no futebol paulista.

Há uma semana, um dia antes da estreia do Campeonato Paulista, o Bragantino ainda buscava um patrocinador para a manga da camisa do time de futebol. No final da tarde da sexta-feira, a Sil e a diretoria do clube, campeão paulista de 1990, fecharam um acordo para todo o Estadual. Um dia depois, o Bragantino já jogou com a logomarca no uniforme.

O negócio pode marcar o início de investimentos mais pesados da empresa no esporte. Pelo menos é o que projeta Morelli. Em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte, ele fala sobre a força do futebol no projeto de construção da marca da Sil e, também, dos planos da empresa para ativar ainda mais a parceria com o Bragantino.

Leia a seguir a entrevista com o executivo:

Máquina do Esporte: Por que a decisão de investir num time de futebol?

Rodrigo Morelli: Estar junto com um time de futebol sempre foi um desejo muito antigo da diretoria. Este ano, surgiu uma oportunidade pontual, de patrocinar o Bragantino. Sentamos para conversar na sexta-feira e aí já fechamos o acordo para o Campeonato Paulista.

ME: É uma mudança no foco de investimento da Sil, que sempre ficou mais ligada ao investimento em mídia?

RM: Acho que não. Porque continuamos a investir no esporte de maneira geral. Sempre estivemos presentes em ações ligadas ao esporte, seja com publicidade estática nos gramados [a empresa patrocina placas do Campeonato Paulista], seja em patrocínios pontuais que já fizemos na Stock Car. Agora estamos amarrando essa estratégia num ano que, depois de toda essa expectativa que a economia passou, esperamos que seja de retomada. Estaremos presentes também na transmissão da Rádio Bandeirantes e com anúncios no Diário de São Paulo em matérias ligadas à Copa do Mundo. O patrocínio específico ao Bragantino é mais uma estratégia de marketing que sempre tivemos interesse e que vai agregar ainda mais valor à marca Sil. O objetivo é tornar a marca mais conhecida através da massificação que o esporte proporciona. Seja isso através de rádio, das mídias de TV ou do patrocínio…

ME: Mas o tipo de retorno que se tem com o futebol é diferente, não?

RM: Agora é mais uma mídia espontânea que nós temos. É uma mídia que vem seja via pauta de assessoria de imprensa, de divulgação da marca no backdrop, no boné do jogador entrando em campo… Além disso, lá em Bragança Paulista vamos ter um camarote personalizado da Sil, para poder fazer ação com clientes, para realizar algumas coisas.

ME: Além do camarote, quais outras ações de ativação do patrocínio que estão pensadas?

RM: Tem algumas coisas, mas ainda não sabemos como fazer. Foi tudo muito rápido. Fechamos o patrocínio numa sexta-feira à tarde e para nós o campeonato já começou às 19h30 do sábado. Ou seja, tínhamos pouco mais de 24 horas para colocar a coisa para funcionar. Para você ter uma ideia, estamos com visita agendada ao estádio do Bragantino para analisar o que vamos fazer por lá. A primeira grande ação de relacionamento vai ser no jogo de maior visibilidade, que será contra o Palmeiras, no dia 7 de fevereiro. O que sabemos é que teremos o camarote todo decorado, vamos levar convidados da Sil até lá. Mas ainda não definimos a logística para isso. Também vamos analisar propriedades dentro do estádio. Já temos os backdrops e, como patrocinador oficial, tem uma placa de publicidade no estádio do Bragantino do lado do escanteio que poderemos explorar. Isso já será feito no jogo contra a Portuguesa [sábado].

ME: Pode-se esperar mais investimentos da Sil em patrocínio no futebol no futuro?

RM: Esse é um primeiro passo que nós demos. É muito cedo para falar em já expandir esse investimento. A expectativa e o frisson que esse início de trabalho causa, porém, faz com que nós tenhamos vontade de expandir. Mas temos um contrato que tem data para começar e para terminar. Só que, até lá, tudo pode acontecer. Dependendo da exposição que isso gerar, nós podemos pensar em expandir. O Bragantino disputa a Série B, que é um campeonato que resgatou sua importância. Este ano é de Copa do Mundo… Mas isso é um passo futuro, que temos de analisar.

ME: A empresa fará alguma campanha publicitária específica para anunciar o patrocínio?

RM: Nós pensamos nisso, mas pesamos quais seriam os prós e os contras desse tipo de ação. Nós sempre procuramos o fortalecimento da marca. Só que há maneiras de se fazer isso. Um exemplo foi o que fizemos no jornal Lance! da quinta-feira [dia seguinte ao jogo contra o Corinthians]. Nós trabalhamos a colocação dos anúncios, para que saíssemos com o anúncio da Sil nas páginas seguintes à cobertura do jogo. Acredito que isso já resolva parte da nossa comunicação. O nosso objetivo final é esse, fortalecer a marca.

ME: Como será feita a medição do retorno desse patrocínio?

RM: Acho importantíssimo buscar isso. Como patrocinadores do Paulistão, nós recebemos as pesquisas da Informídia com os relatórios sobre patrocínio. É muito legal você ver e medir o retorno que isso te traz. Acho fundamental saber. Ainda não planejamos como faremos agora [em que há o patrocínio da camisa do time], mas ao final do campeonato acho que vale buscar algum tipo de pesquisa, principalmente porque o futebol gera alguns retornos que você nem consegue encontrar.

ME: Como assim?

RM: Um exemplo que temos é aqui dentro da Sil. Nós oferecemos um treinamento básico de condutores de baixa tensão para as pessoas, num espaço que não vende produto, serve só para isso. Mensalmente recebemos cerca de 80 pessoas, que não são necessariamente eletricistas, mas entusiastas da área. Nos chama a atenção o número de pessoas que vem do Rio de Janeiro para fazer esse treinamento da Sil. São pessoas que vêm só para isso. Conversando, nós não temos noção da proporção que esse treinamento tem. Acredito que o patrocínio na camisa de um clube seja a mesma coisa. Você não tem noção do tamanho da exposição que isso gera. Nós sabemos que gera, mas tem coisa que você não vê.

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