Sidnei Bortotto

No último sábado, a Rede TV fez a transmissão do UFC-Rio com exclusividade para a televisão aberta. Com o evento, disparou seu Ibope, que chegou a ficar 14 minutos seguidos na liderança. Para o diretor de esportes da Rede TV, Sidnei Bortotto, a exibição das lutas e a organização no Rio de Janeiro foram dignos de megaeventos do esporte que ocorrem ao redor do mundo.

Para o diretor, parte desse sucesso deve ser creditada ao modo como a Rede TV tem lidado com os eventos esportivos que a emissora mantém direito. Segundo Bortotto, a alta na audiência se deve também a como a emissora tem divulgado o evento, com cobertura diária e exibição completa do UFC, inclusive com as pesagens dos lutadores.

O êxito entre Rede TV e UFC foi tamanho que, uma semana após as lutas no Rio de Janeiro, a direção da emissora já fez a primeira alteração na grade. O programa “UFC Sem Limites”, exibido aos sábados, recuou duas horas na programação. Dessa forma, ele passa para às 22 horas, em um horário nobre.

Bortotto ressalta que toda essa prioridade dada ao evento faz com que a relação entre a emissora e a organização do UFC se estreite. Mesmo com um contrato anual, a esperança é de manter as lutas de MMA na programação, inclusive com mais eventos ao vivo. “As lutas fizeram sucesso grande no Brasil, aumentar a atuação aqui é de interesse de ambos”, afirmou.

Leia a entrevista na íntegra:  

Máquina do Esporte: Primeiramente, qual foi a sua avaliação do UFC-Rio na Rede TV?

Sidnei Bortotto: Para mim, foi sensacional. Cheguei há pouco tempo na Rede TV, mas sei que para a emissora também foi muito bom. Tenho duas Copas do Mundo e três Jogos Olímpicos na carreira e sei o que é um grande evento. O UFC no Rio de Janeiro deu muito certo.

ME: Quanto tempo a Rede TV tem de contrato com o UFC?

SB: Não sei dizer como andam possíveis negociações com o UFC, mas o contrato é anual. A parceria já era boa e, agora, melhorou muito. Já tínhamos a transmissão do UFC Sem Limite, sempre com lutas no VT. Com as lutas ao vivo no UFC-Rio, a modalidade se fortaleceu no Brasil, o evento se fortaleceu. E essa é a tendência quando se tem uma transmissão assim, ao vivo e para a rede aberta. Por isso há uma boa expectativa na Rede TV.

ME: A Rede TV tem planos de aumentar o UFC na grade de programação?

SB: Temos um projeto para aumentar, sim. O UFC Sem Limites passará a ser transmitido às 22 horas no sábado. Antes, era à meia noite. Às 22 horas é um horário nobre, e nós fizemos essa mudança por causa do apelo crescente do UFC no Brasil.

ME: Quanto à audiência, o Ibope foi o que a Rede TV almejava?

SB: A pontuação ficou entre as melhores já registradas com o esporte pela emissora. Ela estava dentro do que nós esperávamos.

ME: Essa foi a primeira luta ao vivo da Rede TV? Outras serão feitas nesse formato?

SB: Foi a primeira ao vivo. Nesse contrato atual, não está previsto mais nada ao vivo. Mas não é nada que não possa ser mudado. O evento mudou a relação do UFC com o Brasil e já podemos imaginar mais transmissões ao vivo no futuro. Aí entra a questão da parceria entre a emissora e o UFC. As lutas fizeram sucesso grande no Brasil, aumentar a atuação aqui é de interesse de ambos.

ME: Além da noite de sábado, existe a possibilidade de a Rede TV abrir mais dias para o UFC?

SB: Nós já temos um espaço grande para o UFC. Além do programa no sábado, fazemos cobertura diariamente, seja com o Rede TV Esportes ou com notas nos noticiários. Isso faz parte da divulgação do esporte na TV. Isso acontece não só com o UFC, mas com outros eventos esportivos com o Campeonato Inglês e o Campeonato Italiano. Quando se dá mais espaço, como algo sólido na emissora, é mais fácil distribuir melhor o evento. Nós não colocamos apenas o evento no ar, mas damos notícias, repercutimos.

ME: E como transformar esses torneios, como a Liga Europa, em um maior sucesso na audiência?

SB: O futebol nunca vai deixar de ser o grande evento. No Brasil, temos uma falta de ídolos. Os jogadores ainda saem com frequência, muda-se muito. Nas Ligas europeias, não. Lá existe a figura do ídolo nos clubes. Mas ainda não há o costume aqui de acompanhar os jogos. A UEFA Europa League é no meio da tarde de quarta-feira. Às 16 horas no meio da semana não é um horário comum, as pessoas nem imaginam que tem jogo. Mas, no início, era pior. As pessoas vão se acostumando e a Rede TV faz bem esse trabalho de divulgação.

ME: Com o UFC é a mesma coisa?

SB: Com o UFC é mais fácil porque há vários ídolos brasileiros. Na UEFA Europa League, as pessoas têm que criar um interesse pelo evento. No UFC, O interesse já existe. É o Anderson Silva, o Minotauro. E não são apenas os ídolos brasileiros. Os lutadores são personagens fortes.

ME: E quais são os planos para dar ainda mais apelo ao UFC?

SB: A melhora é natural. Para o evento no Rio de Janeiro, nós fizemos um trabalho intenso. Começamos as transmissões na quarta-feira, com notas, cobertura intensa. Fizemos a pesagem dos lutadores ao vivo. Isso valoriza o evento, cria expectativas. Em termos de transmissão, acho que acertamos.                     

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