A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) revelou, nesta quinta-feira (6), a parte final dos novos regulamentos da Fórmula 1 para 2026. As novas regras aerodinâmicas funcionarão em conjunto com os novos regulamentos para unidades de potência, que incluem o aumento da potência da bateria e a utilização de combustíveis 100% sustentáveis.
“Hoje, a FIA está definindo um futuro extremamente emocionante para o auge do automobilismo com o lançamento de um novo conjunto abrangente de regulamentos para o Campeonato de Fórmula 1 da FIA de 2026 em diante. Após a publicação dos regulamentos das unidades de potência de 2026, feita há dois anos, aproveitamos a oportunidade para redefinir os regulamentos do chassi para atender aos requisitos de energia das novas unidades de potência. Colaborar com os nossos parceiros na Fórmula 1 e com a assistência das 10 equipes do esporte e de todos os nossos stakeholders representa uma revisão única que garantirá que o nosso campeonato principal seja ainda mais relevante para o que está a acontecer no mundo”, afirmou Mohammed Ben Sulayem, presidente da FIA.
“Em conjunto com os regulamentos de chassis que preveem carros mais leves e ágeis com soluções aerodinâmicas inovadoras, criamos um conjunto de regulamentos concebidos não só para melhorar as corridas, mas também para tornar o campeonato ainda mais atraente para os fabricantes de unidades de potência e de outros equipamentos originais. As principais características dos regulamentos da F1 de 2026 são tecnologia avançada, de sustentabilidade e segurança. Nosso objetivo, juntamente à Fórmula 1, era produzir um carro adequado para o futuro da categoria de elite do esporte, e acreditamos que alcançamos esse objetivo”, completou o dirigente.
As principais mudanças
O próprio site oficial da categoria listou como serão os carros da F1 em 2026:
– Carros mais ágeis, 30kg mais leves e, portanto, mais capazes de lutar na pista;
– Uma unidade de potência redesenhada com maior potência da bateria e uma divisão uniforme entre motor de combustão interna e energia elétrica, além do uso de combustíveis 100% sustentáveis;
– Aerodinâmica ativa na forma de asas dianteiras e traseiras móveis para permitir corridas mais próximas;
– Maiores oportunidades de ultrapassagem por meio da introdução de um novo sistema que dá aos condutores uma pequena dose adicional de energia da bateria quando estão a um segundo do carro da frente;
– Maior segurança por meio de estruturas mais fortes e testes ainda mais difíceis;
– Compromisso de um número recorde de seis fabricantes de unidades de potência (Ferrari, Mercedes, Renault, Honda, Audi e Ford).
Vale destacar que os novos regulamentos para 2026 ainda deverão ser ratificados pelo Conselho Mundial de Automobilismo, que se reunirá em 28 de junho.
“A FIA procurou desenvolver uma nova geração de carros que estejam totalmente em contato com o DNA da Fórmula 1, carros que sejam leves, extremamente rápidos e ágeis, mas que também permaneçam na vanguarda da tecnologia. No centro dessa visão, está uma unidade de energia redesenhada que apresenta uma divisão mais uniforme entre a energia derivada do elemento de combustão interna e a energia elétrica. Do lado do chassis, conseguimos reduzir o tamanho e o peso do carro em 30kg, resultando em um carro muito mais dinâmico. Além disso, estamos introduzindo dois novos recursos interessantes para melhorar as corridas: a aerodinâmica ativa para obter um arrasto muito baixo nas retas e o sistema ‘Manual Override’, que fornecerá aos pilotos uma explosão de energia da bateria sob demanda quando estiverem próximos o suficiente do carro à frente”, explicou Nikolas Tombazis, diretor técnico de monopostos da FIA.
“Mais leves, mais potentes e mais focados nas habilidades dos pilotos, os regulamentos técnicos da Fórmula 1 para 2026 foram projetados para proporcionar corridas mais próximas entre os pilotos, aumentar a competição entre as equipes e melhorar o espetáculo. Além disso, optamos por uma componente elétrica mais elevada da unidade de potência, um carro mais eficiente em geral e combustíveis totalmente sustentáveis, como parte do nosso esforço em direção a um futuro mais sustentável para o nosso esporte”, acrescentou.
Sustentabilidade
Embora a potência da unidade híbrida tenha caído de 550-560kW para 400kW, o elemento da bateria aumentou significativamente de 120kW para 350kW, um aumento de quase 300% na energia elétrica. Dessa forma, a quantidade de energia que pode ser recuperada durante a fase de travagem será duplicada.
Além disso, embora os atuais motores da Fórmula 1 já sejam considerados os mais eficientes do mundo, o objetivo de atingir emissão zero de carbono até 2030 fará com que os motores de 2026 funcionem com combustíveis totalmente sustentáveis. Haverá um maior uso de energia elétrica, com uma mudança para uma distribuição de energia 50% elétrica e 50% térmica.
Com tudo isso, a Fórmula 1 espera aumentar a competitividade, assim como o número de disputas e ultrapassagens corrida a corrida, o que teria como consequência um interesse maior do público e das marcas, aumentando a audiência e o número de empresas de olho em patrocinar a categoria. Se isso se confirmará de fato ou não, os fãs terão que segurar a ansiedade e esperar pelo menos mais um ano e meio para saber.