Na semana passada, em sua coluna, Wagner Giannella, editor-chefe da Máquina do Esporte, criticou o fato de que o esporte está demorando demais para tomar a frente em ações e campanhas em prol do meio ambiente, e alertar, especialmente, sobre o perigo das mudanças climáticas e a importância de colocar um freio nisso pensando no futuro do planeta.
Nessa semana, uma iniciativa da McLaren, equipe britânica que é uma das mais tradicionais da Fórmula 1, pode ser um ponto de partida importante para unir o esporte na luta contra a destruição sistemática provocada pelas mudanças climáticas.
A McLaren receberá créditos de remoção de carbono de alta qualidade de projetos de reflorestamento nativos e biodiversos no Brasil, desenvolvidos pelo Fundo de Reflorestamento da Amazônia, administrado pela Mombak, que já plantou mais de 1 milhão de árvores em Mãe do Rio, no Pará. Com a entrega de créditos de remoções feitas entre as safras de 2023 e 2025 a um preço médio de mais de US$ 50 por tonelada, o acordo pode ajudar a moldar o nascente setor de remoção de carbono no Brasil.
“Na McLaren Racing, nós nos comprometemos a atingir o net zero [zero emissão de carbono] até 2040 e a fazer nossa parte, de acordo com a ciência climática, para lidar com as mudanças climáticas. Uma grande parte disso é garantir que reduziremos as emissões em todas as nossas operações e na cadeia de suprimentos, mas sabemos que isso não é suficiente. Também temos que fazer algo a respeito do carbono existente na atmosfera terrestre, dos ecossistemas danificados e da perda de biodiversidade. É disso que trata o nosso Programa de Contribuição Climática”, afirmou Kim Wilson, diretor de sustentabilidade da McLaren Racing, que é signatária do Compromisso de Esportes para Ação Climática da Organização das Nações Unidas (ONU).
Para fornecer créditos de remoção de carbono à McLaren, o Fundo de Reflorestamento da Amazônia já iniciou grandes projetos de reflorestamento, incluindo o maior projeto de remoção de carbono nativo e biodiverso da Amazônia. Esse projeto inclui mais de 90 espécies de árvores nativas brasileiras, inclusive centenas de milhares de mudas de espécies ameaçadas de extinção, como Cedro Rosa, Castanheira, Itaúba e Mogno. O projeto também teve um impacto positivo na comunidade do entorno, criando mais de 50 empregos formais para uma população marginalizada.
A Mombak
Fundada em 2021 por Peter Fernandez (ex-CEO da 99) e Gabriel Silva (ex-diretor financeiro do Nubank), a Mombak tem como objetivo reconstruir as florestas da Amazônia, desenvolvendo projetos de remoção de carbono de alta integridade e reflorestando pastagens degradadas brasileiras usando espécies de árvores nativas e biodiversas. O carbono adicional removido da atmosfera por esses projetos gera créditos de remoção de carbono de alta qualidade, vendidos no mercado à vista e por acordos de compra.
“Temos a honra de ser o fornecedor de serviços de remoção de carbono da McLaren Racing. Essa parceria não apenas apoia o plano de transição climática da McLaren, mas também ajuda a alimentar o reflorestamento nativo em grande escala na Floresta Amazônica”, celebrou Gabriel Silva.
Vale destacar que o Fundo de Reflorestamento da Amazônia levantou US$ 100 milhões de investidores espalhados pelo mundo para construir projetos de remoção de carbono em larga escala por meio do reflorestamento nativo e biodiverso da Floresta Amazônica. Fechado neste ano, trata-se do primeiro fundo gerenciado pela Mombak.