Cerca de 15 dias após anunciar um acordo de patrocínio ao Palmeiras, a Cimed divulgou, em uma entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (11), em São Paulo, um novo contrato, dessa vez com o Cruzeiro. Com isso, a empresa farmacêutica, que não investia no futebol de clubes desde 2015, terá no portfólio o campeão da Série B e o provável campeão da Série A no masculino.
A coletiva contou com a participação de Gabriel Lima, CEO do Cruzeiro; Lênin Franco, diretor de marketing do clube mineiro; João Adibe Marques, presidente da Cimed; e Karla Marques, vice-presidente da empresa farmacêutica.
“A Cimed nasceu em Minas Gerais e atualmente ocupa 90% do território nacional. Nosso trabalho também é por um clube que não se limita a fronteiras. Estamos trabalhando muito para devolver ao Cruzeiro, mesmo que não imediatamente, a pujança esportiva. O trabalho tem sido incansável, e isso mostra um alinhamento completo com a Cimed também no perfil de gestão. O que queremos é justamente nos aproximar de marcas tão respeitadas e admiradas como é a Cimed”, celebrou Gabriel Lima.
Pelo acordo, assinado até o fim de 2026, a logomarca da Cimed estampará a região do esterno da camisa do time feminino, além das camisas de goleiro da equipe masculina, os uniformes da comissão técnica masculina e a braçadeira de capitão tanto do feminino como do masculino.
Também como parte da parceria, os goleiros cruzeirenses voltarão a vestir amarelo, cor principal da Cimed. A camisa remete ao ex-goleiro Raul Plassmann, que atuou pelo time mineiro de 1965 a 1978 e é um dos maiores ídolos da história do Cruzeiro.
A Cimed será responsável por fornecer produtos de vitaminas e suplementação sem custo para os atletas do clube. Outras ativações previstas são placas de led nos jogos, exposições de marca na Toca da Raposa, incluindo placas e bandeiras de escanteio, colete de treinamento amarelo para todos os times (inclusive categorias de base) e também presença da logomarca nos squeezes e nas malas de viagem de todas as equipes.
O contrato ainda prevê a criação de uma farmácia Cimed no Mineirão e na Toca da Raposa. Pelo acordo, também haverá parcerias com grandes redes de farmácias para o sócio-torcedor ter descontos. O objetivo é aproveitar os cerca de 9 milhões de torcedores e 70 mil sócios-torcedores do Cruzeiro, o que gera um grande potencial de vendas para a marca.
Por fim, outros pilares previstos são as ações de relacionamento (ingressos, camisas autografadas e experiências exclusivas voltadas aos principais stakeholders) e diversas ações no ambiente digital.
“O grande ativo que temos no futebol brasileiro é poder explorar o que não é explorado. Quando falo de patrocínio, a gente não pode pensar em patrocínio curto, temos que pensar a longo prazo porque o esporte vive de vitória e de derrota, e é complicado medir essa paixão. A partir do momento que você está nos bastidores, começa a conhecer aquilo que ninguém mostra, principalmente as mídias”, afirmou João Adibe Marques, em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte.
“O futebol está começando a mudar a cara. Antes, era um futebol só de homens. Agora, as famílias começaram a ir, as arenas começaram a se organizar. É bonito hoje o espetáculo, começou a colocar o Brasil em um patamar diferente. E a Cimed poder explorar isso agora com o Cruzeiro, com o Palmeiras, com a seleção brasileira, é muito importante, em especial no digital, não ficar refém só da hora do jogo”, completou o executivo.
Vale lembrar que a Cimed possui acordo com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) desde 2016. Agora, a marca quer usar essa experiência para alavancar a estratégia dentro do mercado de futebol de clubes.
“Nós temos um problema com seleção brasileira que é o fato de a seleção jogar pouco. Ao mesmo tempo, é o único produto que para o Brasil. Essa experiência foi muito importante para poder potencializar os clubes agora”, destacou João.
“Vitamina é educação, vitamina é preventivo, não é curativo. Hoje, o brasileiro só vai ao médico ou à farmácia quando está doente. Nosso propósito é mudar isso. A prevenção é importante para chegar em uma longevidade. Por que os jogadores se quebram, inclusive nas categorias de base? Porque eles não têm prevenção. Eu, como indústria farmacêutica, posso proporcionar isso, usando esses caras. O consumidor começará a olhar e dizer ‘eu acredito, eu vejo, não é puro marketing’”, finalizou o mandatário.