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Athletico-PR exclui Ligga de nome da Arena da Baixada, mas marca permanece em Instagram do estádio

Acordo de naming right com a empresa de telecomunicação foi firmado em 2023 e deveria ter no mínimo 15 anos de duração

Ligga detinha o naming right da Arena da Baixada - Duda Matoso / Athletico-PR

Pode estar chegando ao fim a parceria entre o Athletico-PR e a empresa de telecomunicações Ligga, que assumiu o naming right da Arena da Baixada em 2023, em um acordo que deveria ter duração mínima de 15 anos.

Em seus canais oficiais, incluindo site e redes sociais, o clube paranaense deixou de utilizar a denominação Ligga Arena para seu estádio.

O Athletico-PR foi procurado, mas, por enquanto, optou por não se manifestar sobre a situação.

Veículos de comunicação da internet chegaram a atribuir a suspensão do naming right (que, por ora, não é tratada como um rompimento definitivo) a uma eventual inadimplência por parte da empresa. Porém, a informação não foi confirmada.

Quando o acordo foi firmado, representantes do clube e da Ligga foram questionados acerca de valores, mas se recusaram a oferecer informações.

À época, circulava a informação de que as cifras girariam em torno de R$ 200 milhões, o que colocaria o contrato entre os três mais valiosos de naming rights do Brasil.

Em nota enviada à imprensa, a empresa disse estar surpresa com a suspensão do naming right e que o acordo é regido por uma cláusula de confidencialidade.

Confira a íntegra da nota da Ligga:

“A Ligga Telecom foi surpreendida com a decisão do Club Athletico Paranaense de suspender a utilização do nome ‘Ligga Arena’ na identificação do estádio, visto que negociações estão em curso. Ressaltamos que o diálogo entre as partes tem o objetivo de revisar os termos do contrato de naming rights vigente, com foco na construção de uma solução que atenda aos interesses mútuos. O contrato firmado prevê cláusulas de confidencialidade que impedem a divulgação de informações sobre as negociações em andamento. A Ligga reitera que os diálogos com o CAP seguem de maneira respeitosa e responsável.”

Ligga segue no perfil do estádio no Instagram

Apesar de haver sido removida das comunicações oficiais do Athletico-PR sobre seu estádio, a Ligga Arena continuava a ser o nome do perfil da Arena da Baixada no Instagram, conforme a Máquina do Esporte conferiu na tarde desta sexta-feira (6).

Perfil do estádio do Athletico-PR continua a utilizar o nome e a identidade visual da Ligga – Reprodução / Instagram (@liggaarena)

A página, que tem mais de 57 mil seguidos, ainda utiliza a logomarca e as identidades visuais da empresa de telecomunicação.

Esse lapso nas redes gera situações inusitadas, como no post sobre a campanha de arrecadação de agasalhos promovida pela Fundação CAP, do Athletico-PR.

A publicação, que está disponível no perfil da Ligga Arena, informa que o “pontos de coleta estão localizados na Loja Furacão e no Espaço Sócio Furacão, ambos no boulevard da Arena da Baixada”.

Publicação do perfil Ligga Arena no Instagram utiliza nome Arena da Baixada para se referir ao estádio – Reprodução / Instagram (@liggaarena)

Quando o acordo com o Athletico-PR foi anunciado, a Ligga prometeu oferecer aos frequentadores do estádio uma série de inovações tecnológicas, a começar por uma “força-tarefa” com o objetivo de fortalecer a conectividade para os torcedores, mediante o reforço de sinal de internet em pontos considerados estratégicos, como as lanchonetes.

Vale lembrar que, se for de fato rompido, este será o segundo acordo de naming right da Arena da Baixada que chega ao fim.

Em 2005, o Athletico-PR iniciou uma experiência pioneira na venda desse tipo de propriedade no Brasil, mediante uma parceria com a Kyocera Mita, que vigorou até 2008.

Esse contrato, porém, acabou não prosperando por conta de dois fatores principais. Por um lado, a antiga Arena da Baixada, inaugurada em 1999, havia sido projetada para receber partidas de uma eventual Copa do Mundo no Brasil, em 2006 (o Mundial acabaria ocorrendo na Alemanha).

Como o país receberia a Copa apenas na década seguinte (em 2014), a diretoria passou a trabalhar com a perspectiva de praticamente demolir a arena existente, para dar lugar a um complexo esportivo moderno.

Mas o grande empecilho que pesou para o fim do patrocínio foi a resistência de veículos de comunicação da época, sobretudo os canais de TV aberta, em utilizar o nome Kyocera Arena. Esse fato acabou por tornar o investimento pouco atrativo para a empresa anunciante, que não tinha sua marca divulgada pela mídia.