Relatório: Brasil alcança mais de € 1,5 bilhão de lucro com transferências de jogadores

Endrick, do Palmeiras, foi negociado com o Real Madrid por 72 milhões de euros - Cesar Greco / Palmeiras

Endrick, do Palmeiras, foi negociado com o Real Madrid por € 72 milhões - Cesar Greco / Palmeiras

Consolidados como referência em exportação de talentos no futebol, os clubes brasileiros já lucraram mais de € 1,5 bilhão líquido somente com transferências de jogadores. É o que mostra um relatório do Centro Internacional de Estudos Esportivos (Cies) Football Observatory, instituição suíça que analisou dados das janelas de transferências de 2014 a 2023. 

O estudo aponta que a Série A do Brasileirão é a segunda liga com o maior lucro líquido de transferências nos últimos dez anos, totalizando € 1,53 bilhão, ficando atrás apenas da Primeira Liga, de Portugal, com € 2,23 bilhões. A Eredivisie, nome dado à liga holandesa, fecha o pódio no terceiro lugar, com € 1,41 bilhão.

Entre os clubes brasileiros, o Athletico-PR aparece como líder no ranking de lucro com transferências entre 2014 e 2023 com € 184 milhões. São Paulo e Grêmio fecham o pódio, com € 168 milhões e € 165 milhões, respectivamente. 

Em 2023, muito em razão da venda de Endrick para o Real Madrid, o Palmeiras também se destacou entre os clubes brasileiros, ocupando o décimo lugar no ranking dos times que mais lucraram com transferências, com um total de € 84 milhões.

Líder de exportação

Outro estudo realizado pelo Cies apontou que o Brasil é quem mais exporta jogadores no mundo, com um aumento de 5,6% em 2023 em relação ao ano anterior, totalizando 1.289 atletas. O país já havia registrado um recorde em 2019, com 1.276 jogadores expatriados.

Thiago Freitas, diretor de operações da Roc Nation Sports Brazil, destacou que os clubes brasileiros muitas vezes necessitam dos ganhos com com a exportação de jogadores para fechar o balanço financeiro do ano. Esse tipo de ativo não é importante para o caixa e muitas vezes nem é contado no balanço nos clubes que disputam as principais ligas nacionais da Europa.

“Para os clubes brasileiros, esse êxodo é uma necessidade, e será pelos próximos anos. O que define quem se sustenta no topo do nosso futebol é a sequência de negócios dos clubes, que se transforma em receitas extraordinárias, advindas especialmente de transferências de jovens atletas”, afirmou. 

Sandro Orlandelli, diretor técnico que esteve por mais de uma década em clubes como Arsenal e Manchester United, comentou sobre os fatores que podem contribuir para o domínio brasileiro na exportação. 

“A matéria-prima brasileira ainda é a melhor do mundo. Analisei jogadores por mais de 20 anos, em 97 países, e nenhum deles oferece o que temos no Brasil”, resumiu o dirigente.

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