A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) criou uma Unidade de Integridade, que será responsável pela investigação e combate à manipulação de jogos no futebol brasileiro. Eduardo Gussem será o oficial de integridade da confederação. O advogado comandou o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro entre 2017 e 2021.
O setor ganhou relevância após vários jogadores serem indiciados durante a Operação Penalidade Máxima, desencadeada pelo Ministério Público de Goiás no início do ano.
Outro movimento relevante para o setor é a regulamentação das apostas esportivas, tema que está neste momento em discussão no Senado Federal e cujo projeto de lei deve seguir para votação nas próximas semanas.
“A manipulação de competições é uma ameaça mundial para a integridade do esporte e exige uma resposta coletiva global. Esta Unidade de Integridade trabalhará permanentemente nestas questões”, disse Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF.
Além de Gussem, o advogado Antonio Carlos Lemos Basto também fará parte da Unidade de Integridade da CBF.
“Temos como objetivo trazer rigidez e segurança para o futebol. Vamos analisar criteriosamente tudo, construindo soluções rápidas para o público, os torcedores e o mundo do futebol. A Fifa já sinalizou que vai fazer desta Unidade de Integridade como piloto para o mundo inteiro”, afirmou Gussem.
Convenção Internacional
O advogado destacou que um dos seus objetivos na função é aderir o Brasil à Convenção sobre a Manipulação de Competições Esportivas, aprovada pelo Conselho da Europa.
“É um passo importante para a formulação de uma estratégia nacional sob medida, robusta e integrada, com base nas melhores práticas internacionais e com todo o suporte necessário para a superação das lacunas legislativas existentes e para a implementação de uma plataforma nacional de integridade desportiva”, defendeu.
Segundo a CBF, Gussem agregará sua expertise em controle e investigação, coordenando uma equipe multidisciplinar na Unidade de Integridade. O advogado também trabalhará com uma força-tarefa de investigação privada para subsidiar as autoridades públicas na missão de identificar e punir os criminosos que atuam na manipulação de resultados esportivos.