O Corinthians anunciou a criação, pela primeira vez, de um concurso em que os torcedores desenharão o layout da quarta camisa do clube. Intitulada de #MantoDoCorinthians, a campanha terá três fases, e o vencedor terá seu desenho produzido para ser comercializado a partir de 2023.
Esse tipo de ação, que teve grande sucesso recente com o Atlético-MG e o América-MG, vem ganhando cada vez mais espaço entre os clubes brasileiros.
A última vez que o Corinthians havia feito uma campanha similar foi em 2012, quando dois torcedores desenharam uma camisa. O time paulista produziu e lançou a “Camisa do Povo”, que nunca chegou a ser utilizada em partidas oficiais, mas foi comercializada nas lojas. Dez anos depois, esse movimento de participação direta das torcidas no design de uniformes alternativos dos clubes tem aumentado.
Manto da Massa
Diversas equipes da Série A apostam nessa criação conjunta. O caso mais emblemático é o do Atlético-MG, que já fez três lançamentos do Manto da Massa nos últimos anos, sendo que cada um deles vendeu mais de 100 mil unidades, alcançando um faturamento de mais de R$ 29 milhões.
“Para o clube, foi importantíssimo porque gerou uma receita nova, de milhões de reais. Então, foi um grande ganho em relação a isso e mostrou a força da torcida, além de reforçar o caixa”, contou Pedro Melo, responsável pela área comercial do Atlético-MG, que atua na captação e gestão de patrocínios e coordena projetos de marketing.
O executivo afirmou que, ao criar novos produtos com a ajuda dos torcedores, o Atlético-MG criou uma conexão emocional muito mais forte com os fãs.
“Nesse caso, as novas receitas, como o caso do Manto da Massa, são essenciais porque você cria um novo valor. É um novo dinheiro que entra no caixa, o que hoje em dia é muito importante para todos os clubes”, revelou o executivo.
América-MG segue rival
Em Minas Gerais, neste ano, o América-MG também realizou ativação parecida. Para comemorar os 110 anos do Coelho, a Volt Sport, fornecedora de material esportivo do clube, promoveu um concurso para a escolha do uniforme comemorativo.
Com o engajamento da torcida americana nas primeiras etapas, a decisão do novo modelo foi exclusiva dos sócios-torcedores.
“Essas campanhas são muito legais do ponto de vista dos torcedores. Faz com que eles consigam criar vínculos com o produto que criaram”, destacou Fernando Kleimmann, sócio-diretor da Volt.
“Do nosso lado, é muito interessante analisar a criatividade dos fãs. Aprendemos muito, agregamos nossos conceitos e conseguimos montar o produto final”, finalizou.