A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) considera realizar a final da Copa Libertadores fora da América do Sul em ciclos futuros. A informação foi confirmada por Juan Emilio Roa, diretor comercial da entidade, em entrevista ao site The Athletic. Segundo ele, a proposta está em avaliação como parte de um plano para ampliar o alcance global do torneio.
“Este é um tema que normalmente está em discussão e sob avaliação”, disse Roa.
“Posso afirmar que já definimos um plano para os próximos anos, mas, com certeza, ainda estamos avaliando a situação”, completou o dirigente.
A final de 2025, entre Flamengo e Palmeiras, está marcada para o Estádio Monumental, em Lima, no Peru, no próximo dia 29 de novembro.
A decisão do torneio feminino ocorreu no mês passado, com a vitória do Corinthians sobre o Deportivo Cáli (COL), no Estádio Florencio Sola, em Banfield, na Argentina.
Expansão
A proposta de mudança de sede acompanha uma tendência observada em outras confederações. A Uefa aprovou recentemente a realização de jogos dos campeonatos nacionais de Itália e Espanha fora da Europa. A LaLiga pretendia realizar o duelo Villarreal x Barcelona em Miami, nos EUA, iniciativa que acabou abortada. Já a Serie A italiana planeja organizar Milan x Como em Perth, na Austrália.
A Conmebol já realizou uma final fora do continente em 2018, quando River Plate e Boca Juniors decidiram o título em Madri, na Espanha. À ocasião, a entidade justificou a escolha do Estádio Santiago Bernabéu por questões de segurança e pela presença de uma grande comunidade argentina na cidade.
“Estamos trabalhando no desenvolvimento da narrativa e da experiência da marca durante a final e tentando produzir mais histórias sobre os clubes e jogadores”, afirmou Roa.
Transmissão
A Conmebol está em processo de venda dos direitos de transmissão da Libertadores e da Copa Sul-Americana para o ciclo que irá de 2027 a 2030. A agência global de marketing esportivo IMG é a responsável por conduzir a negociação, que inclui sete pacotes para o Brasil e sete para o restante da América do Sul.
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Evandro Figueira, vice-presidente de mídia da IMG na América Latina e colunista da Máquina do Esporte, afirmou que o número de interessados já ultrapassa as dezenas.
“Não estamos à procura de parceiros que comprem os direitos da Conmebol e os guardem na gaveta sem os transmitir, porque isso não contribuiria para o sucesso do evento”, disse o executivo.
O ciclo atual (de 2023 a 2026) inclui acordos no Brasil com Disney (ESPN), Paramount, Globo e SBT. A expectativa é de superar os US$ 1,5 bilhão arrecadados com os direitos do ciclo anterior.
“Os 90 minutos são a parte mais fácil. O próximo passo é a divulgação, não apenas dos jogos em si, mas de tudo o que as emissoras farão em torno das partidas”, comentou Figueira.
Audiência
A final da Libertadores deste ano será transmitida em mais de 190 países. O início da partida foi ajustado para as 18h (horário de Brasília), de olho no público europeu.
“Somos líderes na América do Sul”, comentou Roa.
“A Libertadores já tem presença global com um público forte, especialmente nos EUA, na Europa e, principalmente, entre as comunidades latino-americanas e os fãs internacionais de futebol”, acrescentou.
Figueira acredita que ainda há muito a ser expandido para aumentar a visibilidade global dos torneios da Conmebol, em especial a Libertadores.
“Estamos sempre trabalhando em estreita colaboração com parceiros de transmissão em outros países. Sabemos que, fora da América do Sul, precisamos crescer”, enfatizou o executivo.
Licitação
O processo de licitação dos direitos de transmissão foi aberto em 30 de setembro e se encerrará na próxima segunda-feira (10). Roa destacou que o interesse vem de um equilíbrio entre plataformas tradicionais e serviços de streaming.
“Os serviços de streaming não são necessariamente globais como a Amazon. Temos serviços locais que são muito fortes em uma região específica, como a CazéTV. Eles têm muitos canais e uma boa penetração em termos de público”, ressaltou.
Sobre os critérios de escolha, Roa acredita que o dinheiro é parte importante da oferta, mas que os planos de cobertura e distribuição também precisam ser levados em consideração.
“Estamos avaliando planos sobre como as emissoras podem trabalhar conosco para fortalecer ainda mais o posicionamento das marcas Libertadores e Sul-Americana, não apenas na América do Sul, mas em todo o mundo”, finalizou.
