Anunciada como uma verdadeira revolução no início de maio deste ano, a negociação bilionária do Coritiba com o fundo de capital privado Treecorp Investimentos deu mais um passo decisivo para se concretizar.
Na noite desta terça-feira (30), o Conselho Deliberativo aprovou a venda de 90% da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube paranaense ao grupo de capital privado. A expectativa é de que a Treecorp invista em torno de R$ 1,3 bilhão no Coritiba no decorrer dos próximos dez anos.
Desse total, R$ 450 milhões seriam direcionados para investimentos no time de futebol, enquanto R$ 100 milhões seriam para a construção de um centro de treinamento moderno para o Coritiba.
Além desses valores, também foi anunciado que a Treecorp aplicará outros R$ 500 milhões na reforma e modernização do Estádio Couto Pereira e mais R$ 270 milhões para quitar as dívidas do clube, que, atualmente, passa por um processo de recuperação judicial, instrumento previsto na Lei das SAFs e que permite às agremiações equacionarem seus débitos e negociarem condições favoráveis, junto aos credores, para quitar esses compromissos.
Como foi a votação
A proposta de venda de 90% da SAF à Treecorp obteve apoio esmagador entre os membros do Conselho Deliberativo do Coritiba. Dos 187 membros do órgão presentes à reunião no Estádio Couto Pereira, 184 votaram a favor da negociação. Apenas dois se posicionaram contra e um preferiu se abster.
Nesta quarta-feira (31), será realizada uma Assembleia Geral para que os sócios possam dar seu aval à venda. Nesta semana, as redes sociais do clube veicularam diversos conteúdos, conclamando os sócios aptos a se cadastrarem para a votação.
O presidente do Conselho Deliberativo, o advogado Jamil Ibrahim Tawil Filho, gravou um vídeo comentando sobre a importância da participação dos sócios na Assembleia Geral da SAF, que ocorrerá de forma virtual, das 10h às 14h.
Caso a venda de 90% da SAF à Treecorp seja aprovada pelos sócios do Coritiba, será necessária apenas a autorização do juízo da recuperação judicial para que o negócio, enfim, saia do papel.
Desde o início do ano, a notícia da possível venda do Coritiba já circulava com força no meio esportivo. Em fevereiro deste ano, o empresário Roberto Justus, dono de 22% da empresa, concedeu uma entrevista ao programa Pânico, da Rádio Jovem Pan, e contou que seu genro, Bruno Levi D’Ancona, sócio-diretor do fundo de capital privado, estava à frente das negociações com o clube paranaense.