O ex-presidente da Federação Francesa de Futebol (FFF), Noel Le Graet, de 81 anos, que deixou a entidade após declarações desrespeitosas sobre o técnico Zinedine Zidane, está sendo investigado por suposto assédio moral e sexual. A informação foi divulgada pela Procuradoria de Paris.
O dirigente já havia negado as acusações de assédio durante uma auditoria encomendada pelo Ministério do Esporte da França, no último mês de setembro.
À época, a FFF informou que iria à Justiça contra a revista So Foot, que havia noticiado que Le Graet teria assediado várias funcionárias da entidade. Posteriormente, o dirigente foi acusado de assédio sexual por uma agente de futebol feminino.
Polêmica com Zidane
O então presidente da FFF havia declarado que nem cogitava convidar Zidane, tricampeão da Champions League, para dirigir a seleção francesa.
“Se Zidane tentou entrar em contato comigo? Certamente não. Eu sequer atenderia o telefone”, disse o dirigente, que também fez pouco caso quando surgiu a informação de que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) havia convidado o francês para dirigir a seleção brasileira. “Não dou a mínima, ele pode fazer o que quiser”, respondeu.
As declarações sobre um dos maiores jogadores da história da França, astro do time campeão da Copa do Mundo de 1998, somadas à acusação de assédio sexual fizeram com que sua permanência à frente da FFF se tornasse insustentável.
“De acordo com o Comitê Executivo da FFF reunido hoje em Paris, [Le Graet] optou por renunciar ao cargo de presidente até a conclusão da auditoria realizada pelo Ministério do Esporte”, informou a federação, em comunicado, há uma semana.
Le Graet foi substituído interinamente pelo vice-presidente Philippe Diallo. Forte aliado do presidente da Fifa, Gianni Infantino, Le Graet também é membro do Conselho da entidade, cargo em que busca a reeleição. Após as acusações de assédio, o dirigente pode nem participar do pleito por possivelmente não ficar elegível para o cargo.