EXCLUSIVO: Rescisão de contrato da Brax com a Série B “diminui” pagamento de investidores a times da LFU

Bolasie marcou os dois gols do Criciúma contra o Vasco. Foto: Celso da Luz/ Assessoria de imprensa Criciúma E.C.

Criciúma, integrante da LFU, duela contra o Vasco pelo Brasileirão - Celso da Luz / Criciúma

A rescisão do acordo de venda de direitos comerciais da Série B do Brasileirão com a Brax Sports Assets ainda assombra os times da Liga Forte União (LFU) que jogaram a segunda divisão no ano passado.

Segundo a Máquina do Esporte apurou, 11 equipes da LFU que disputaram a segunda divisão em 2023 tiveram redução do pagamento pela venda de 20% de seus direitos comerciais por 50 anos a um grupo de investidores capitaneado pela Life Capital Partners (LCP).

Estão nessa situação: Atlético-GO, Criciúma e Juventude, que subiram para a Série A em 2024; Avaí, Ceará, Chapecoense, CRB, Sport e Vila Nova, que se mantiveram na Série B; e Londrina e Tombense, que caíram para a Série C.

Até agora, esses times receberam apenas cerca de 30% do valor estipulado no acordo com os investidores, e não 50%, como estava previsto na primeira parcela do contrato. Já a segunda parcela, que seria de 25% da remuneração total, tem previsão de pagamento em outubro. No entanto, se o impasse se mantiver, o valor terá redução de 60%. O saldo final (os últimos 25%) seria quitado em maio de 2025.

Isso tudo acontece porque a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), até agora, não formalizou a rescisão do contrato da Brax com os times que participaram da Série B do Campeonato Brasileiro de 2023.

Contexto

Em 2023, a Série B viveu um impasse, após a Globo decidir não renovar contrato com o torneio. A emissora carioca havia transmitido a competição em 2022 com o atrativo da presença de times de grande torcida. No entanto, Grêmio, Cruzeiro, Vasco e Bahia subiram para a elite naquele ano, deixando o torneio do ano seguinte menos atraente.

Diante do problema, a Brax apresentou uma proposta de emergência à CBF, na qual assumiria os direitos comerciais da competição por quatro anos, pagando R$ 210 milhões em 2023 e prometendo um aumento de 10% ao ano na remuneração, até o final do contrato, em 2026.

Para que a proposta tivesse o aval dos clubes, foi necessário um acerto das equipes vinculadas à Liga do Futebol Brasileiro (Libra) e à LFU. Para os times do Forte União, havia necessidade do aval de seus investidores, com os quais tinham assinado contrato, já que a proposta da Brax avançava no período em que eles já teriam direito a uma parte dos direitos comerciais adquiridos.

A costura do acordo aconteceu, com um redutor no pagamento da LCP a esses times. O problema é que, um ano depois, a Brax é que resolveu rescindir esse contrato por conta do fato de que o Santos, integrante da Libra e principal atrativo da Série B neste ano, acertou um acordo individual com a Globo.

Direitos fatiados

Sem a Brax, a CBF costurou um acordo com a venda dos direitos a várias plataformas. Atualmente, transmitem a Série B a Globo (apenas os jogos do Santos como mandante), Band e TV Brasil (TV aberta), Sportv (TV fechada), Premiere (pay-per-view) e Goat (streaming).

“Estamos aguardando a CBF formalizar a rescisão contratual com a Brax. Ainda não temos essa documentação para mostrar aos investidores”, contou o presidente de um time vinculado à LFU.

“É uma simples formalização. Aguardamos o Ednaldo [Rodrigues, presidente da CBF] fazer isso. Acredito que ele não teve tempo. Está com um volume muito alto de trabalho. Esteve viajando muito com seleção brasileira, Copa América e Olimpíadas”, disse o dirigente de outra equipe do mesmo bloco de clubes.

A esperança desses times é que o tal documento chegue aos clubes a tempo para que possam receber o valor integral combinado com a LCP daqui dois meses. O curioso é que a rescisão contratual com a Brax foi feita em março, mas, cinco meses depois, a formalização do fim do contrato ainda não chegou até os times.

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