Mesmo inciada a temporada 2024/2025, a Ligue 1 segue com problemas relacionados aos seus direitos de transmissão domésticos. A competição tem observado um grande número de torcedores recorrendo a meios ilegais de assistir às partidas e, segundo uma pesquisa produzida pela Odoxa, os valores cobrados pelo DAZN podem ser responsáveis por isso.
A Liga de Futebol Profissional (LFP), responsável pela Ligue 1, teve dificuldades para negociar seus direitos domésticos e terminou com o pior acordo nos últimos 19 anos, assinado com DAZN e BeIN Sports.
O DAZN cobra € 29,99 mensais pela assinatura que disponibiliza todos jogos da primeira divisão francesa e € 14,99 por uma versão que libera uma partida a cada dia de disputa. Segundo a pesquisa publicada pela Odoxa, 65% dos fãs da Ligue 1 acreditam que os valores incentivam a adoção do streaming ilegal.
O estudo revelou também que 5% dos torcedores utilizam meios ilegais para acompanhar suas equipes na Ligue 1, o que representa cerca de 2,5 milhões de pessoas. O número é ainda maior entre o público com menos de 35 anos, atingindo 11%.
Os participantes da pesquisa indicaram que estariam dispostos a pagar um valor médio máximo de € 23, que significaria uma redução de 23% no valor cobrado pelo DAZN.
Interesse
A gestão conturbada dos direitos de transmissão impactaram o interesse do público francês pela Ligue 1. Entre os entrevistados pela Odoxa, 54% disseram estar menos interessados em acompanhar a competição por conta do DAZN ser responsável pela maioria dos jogos.
O movimento também abriu espaço para outras ligas esportivas: 37% dos participantes começaram a assistir outros esportes ou torneios. A tendência também pode estar atrelada à saída de Kylian Mbappé do Paris Saint-Germain, deixando a Ligue 1 sem jogadores de nível semelhante.
Cazé TV
A tendência demonstrada pela pesquisa pôde ser sentida recentemente no Brasil. A Cazé TV, única responsável pelas transmissões da liga no país, suspendeu as exibições das partidas da competição após vê-las serem invadidas por torcedores franceses, algo ilegal.
A Cazé TV faz suas transmissões pelo YouTube, que pode ser acessado gratuitamente pela internet. Como os direitos envolvem apenas exibição no Brasil, apenas pessoas que estão no país podem acessar as lives.
Para esses casos, o YouTube possui um bloqueador geográfico, que identifica de onde o usuário está conectado e autoriza ou não seu acesso à transmissão. Esse sistema, porém, pode ser facilmente burlado através de VPNs (Rede Privada Virtual, em português), programas capazes de alterar virtualmente a posição pela qual a conexão é feita.
Logo na primeira rodada, a Cazé TV notou a presença dos franceses e optou por suspender as transmissões da competição até que tenha a garantia de que o conteúdo seja corretamente bloqueado pelas plataformas.