Fifa entra em disputa com Adidas e Coca-Cola por causa do Super Mundial de Clubes

O presidente da Fifa, Gianni Infantino (ao fundo) - Reprodução / Instagram (@gianni_infantino)

Gianni Infantino (ao fundo) é o atual presidente da Fifa - Reprodução / Instagram (@gianni_infantino)

A Fifa enfrenta uma disputa com Adidas e Coca-Cola, que defendem que o atual contrato de patrocínio das duas com a entidade engloba a criação de novos torneios, como o Super Mundial de Clubes, que terá a primeira edição em 2025.

Ambas as empresas possuem acordos até 2030, com pagamento de cerca de US$ 70 milhões a cada ciclo de quatro anos. Para Adidas e Coca-Cola, esse acordo, considerado o mais top entre os patrocínios da Fifa, garantiria a entrada como parceira oficial de todas as competições masculinas, femininas e de e-Sports da entidade, incluindo o Super Mundial de Clubes.

O torneio será disputado em 11 cidades dos Estados Unidos entre junho e julho do ano que vem. O evento contará com a participação de 32 clubes, incluindo Flamengo, Fluminense e Palmeiras (Atlético-MG ou Botafogo lutam para saber qual será o quarto representante brasileiro na competição).

Segundo o jornal britânico The Guardian, a Fifa estaria buscando novos contratos para a competição, capazes de cobrir seus altos custos. Adidas e Coca-Cola, porém, não estão dispostas a participar de uma concorrência por mais esse ativo.

O caso foi parar no Centro de Arbitragem Suíço, em Zurique, que deve ouvir as partes nas próximas semanas.

“Como um dos parceiros corporativos mais antigos da Fifa, valorizamos nosso relacionamento e continuamos focados em continuar nossa parceria de sucesso juntos e em revigorar e envolver os fãs ao redor do mundo”, afirmou um porta-voz da Coca-Cola ao jornal, sem admitir a judicialização do caso.

A Adidas é parceira da Fifa desde a Copa do Mundo de 1970. A empresa alemã de material esportivo renovou contrato em 2013. Já a Coca-Cola se tornou parceira de bebidas da Fifa em 1978.

Primeiro acordo

A Fifa anunciou, há dois dias, o primeiro patrocinador do torneio, a Hisense, empresa chinesa de eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Pelo contrato, a Hisense terá as TVs de sua marca visíveis durante todo o torneio nos locais de competição.

A estatal chinesa já possui acordo comercial com a Fifa desde 2017 e esteve presente nas Copas do Mundo da Rússia 2018 e do Catar 2022.

Dificuldades

A busca por patrocinadores globais do torneio, porém, tem sido difícil para a Fifa. Não houve acordo com a Apple pelos direitos de transmissão, por exemplo.  

Entre as empresas procuradas recentemente pela entidade, segundo o The Guardian, estão o Bank of America e o Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita.

De acordo com o site The Athletic, a Fifa ambicionava vender até dez cotas de patrocíno para a nova Copa do Mundo de Clubes. Cada parceiro desembolsaria mais de US$ 100 milhões. No entanto, o torneio continua longe de despertar o interesse pretendido pela entidade.

A falta de interesse do mercado é resultado das críticas que o Super Mundial de Clubes tem enfrentado de ligas, times e jogadores, que reclamam do calentário cada vez mais apertado do futebol internacional.

Federação Internacional das Associações de Futebolistas Profissionais (Fifpro) e as principais ligas da Europa entraram com uma demanda legal contra a Fifa na Comissão Europeia alegando proteção ao bem-estar dos jogadores.

Não bastasse isso, ainda não há acordos de direitos de transmissão do torneio, o que gera ainda mais insegurança do mercado em investir em um evento cuja visibilidade não está garantida.

Outro fator que também pesa é a ausência de times europeus de grande torcida, como Barcelona, Liverpool e Milan.

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