A Liga Forte Futebol (LFF), grupo formado por 26 clubes de diferentes divisões do futebol brasileiro, anunciou um acordo com um fundo de investimentos para comprar uma participação sobre os direitos comerciais desse grupo ou de uma eventual liga de clubes com 40 entidades.
Uma Assembleia Geral Extraordinária, realizada na noite desta quarta-feira (21), foi responsável por aprovar a proposta do grupo, que é mantida sob sigilo. A XP Investimentos foi quem intermediou a negociação. Segundo um comunicado divulgado pela LFF, a negociação do investimento deve ser concluída em até 90 dias.
O anúncio é uma espécie de “resposta” da Forte Futebol ao movimento da Libra, grupo dissidente que conta com 16 clubes, dez deles da Série A do Brasileirão, e que anunciou em 7 de novembro um acordo com o fundo Mubadala Capital, de Abu Dhabi, para injetar cerca de US$ 1 bilhão por uma participação de até 20% na liga.
Com o acerto com um investidor para a LFF, a aproximação entre os dois grupos e a constituição de uma liga única, representando os 40 clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, fica ainda mais distante. O maior ponto de divergência entre os dois blocos está na divisão da receita.
Segundo o estatuto da Libra, a partilha será 40% de maneira igualitária, 30% por performance e 30% por engajamento, com cinco critérios: média de público nos estádios, base de assinantes de cada time no streaming, número de seguidores nas redes sociais, audiência na TV aberta e tamanho da torcida.
Já a LFF propõe um modelo em que 50% da receita seja distribuída igualmente entre os clubes, 25% por desempenho e 25% por audiência. O grupo também pede que não haja tanta disparidade entre os times com maior e menor remuneração.
Melhor distribuição
Em nota, a LFF reforçou essa proposta de divisão mais igualitária de receitas, o que tem seduzido os clubes de menor tamanho. Atualmente, o grupo conta com nove clubes da Série A do Brasileirão, 12 da Série B e ainda cinco da Série C.
“A LFF reafirma sua crença de que a distribuição equilibrada das receitas é o ponto de partida para criarmos uma liga forte no Brasil. O maior exemplo de sucesso do mundo é a Premier League, em que a diferença de receita entre o maior e o menor clube é de 1,5x. Não por acaso, a Liga Inglesa é a que gera maiores receitas e teve o maior número de craques na Copa do Mundo do Catar. É nos exemplos positivos que a Liga Forte Futebol continuará a mirar para que a liga brasileira se torne uma das três maiores do mundo”, afirmou o grupo.
Atualmente, dos clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, apenas o Bahia não definiu de que lado está. Em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte, Guilherme Bellintani, presidente do clube que foi recém-comprado pelo Grupo City, afirmou que a tendência é fechar com a Libra. O dirigente, porém, criticou o estatuto da entidade, especialmente o modelo de divisão de receitas e as condições para alterá-lo.