Em mais um indício de aproximação entre a Liga do Futebol Brasileiro (Libra) e a Liga Forte União (LFU), os clubes de ambos os blocos econômicos se uniram para reivindicar maior poder de barganha na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a respeito do Campeonato Brasileiro.
Segundo a Máquina do Esporte apurou, as equipes querem empoderar o Conselho Nacional de Clubes (CNC), hoje um órgão consultivo, para ter poder decisório na entidade. Um indício dessa pauta conjunta foi dado na reunião do Conselho Técnico da entidade, nesta quarta-feira (12), na qual houve a indicação de quais clubes farão parte do CNC neste ano.
Antes do encontro, já havia sido costurado um acordo entre Libra e LFU para a indicação de todos os membros do órgão. Pela Libra, foram escolhidos os presidentes de Flamengo e São Paulo (Série A) e Volta Redonda (Série B). A LFU indicou os mandatários de Fortaleza, Internacional e Vasco (Série A) e Athletico-PR (Série B). Há ainda um representante da Série C e outro da Série D.
Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, brincou, durante a reunião, que até estranhou o fato de não haver eleição para a escolha desses representantes. Os nomes já haviam sido fechados na terça-feira (11), durante um encontro na sede do Flamengo, na Gávea, no Rio de Janeiro (RJ), com a presença de dirigentes de Libra e LFU.
Naming rights
Por trás da coesão dos grupos está a reivindicação inicial por maiores verbas de direitos comerciais do Brasileirão. O alvo dos clubes, inicialmente, é o dinheiro obtido com os naming rights da competição.
O acordo com a casa de apostas Betano, fechado pela CBF, é válido até 2026 e representa uma verba entre R$ 70 milhões e R$ 80 milhões por ano.
Outra pauta é rejeitar a intenção da CBF de participar da exploração das placas publicitárias dos estádios durante o Campeonato Brasileiro. Em fevereiro, a confederação enviou um ofício aos clubes abordando a intenção de ganhar um percentual desses contratos. Os times querem usar o poder do CNC para vetar que a ideia prospere.
Aos clubes, a CBF afirma utilizar a verba dos naming rights para cobrir despesas do próprio Campeonato Brasileiro, como arbitragem, além de fomentar o futebol nas demais divisões nacionais, nos torneios de base e no feminino. Os clubes, por outro lado, dizem não ter acesso à prestação de contas dessa verba.
O próximo passo com o empoderamento do CNC seria a discussão antecipada de outras pautas importantes para o Brasileirão, como Fair Play Financeiro, padronização de gramados e iluminação dos estádios. Outra discussão para o futuro é a redução do número de clubes rebaixados a cada temporada, de quatro para três.