Líder em grama para estádios no Brasil, Itograss inaugura centro de pesquisa em SP

Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Itograsss irá desenvolver novas variedades de grama - Divulgação

Principal fornecedora de grama natural para os clubes da elite do Brasil, a Itograss inaugurou neste mês seu Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Patrocínio Paulista (interior de São Paulo) com o intuito de desenvolver novas variedades vegetais tanto para arenas esportivas como jardinagem.

“Em nosso levantamento mais recente, atendemos 90% dos clubes das Séries A e B do Brasileirão e 80% dos estádios”, contabiliza Rodrigo Santos, coordenador do centro de gramados esportivos e inovação da Itograss, em entrevista à Máquina do Esporte.

Atualmente, a empresa é a fornecedora de gramados de estádios como Maracanã, Morumbis, Mineirão, Castelão, Fonte Nova, Arena Pantanal e Arena das Dunas, entre outros locais.
“Alguns estádios têm gramado sintético ou alguma outra espécie de grama que não produzimos. Mas usam nossa grama em seu centro de treinamento”, conta Santos, referindo-se a locais como Allianz Parque, Nilton Santos e Liga Arena, com grama artificial, ou Neo Química Arena, que utiliza outra variedade de gramínea.  

Outra exceção da empresa é justamente o Rio Grande do Sul, cujos gramados precisarão de cuidados especiais após as enchentes que abatem o estado.

“Não atendemos Grêmio, Internacional e Juventude, apesar de termos frequentes conversas com eles. Como grama é um produto muito perecível, você tem que estar próximo deles. E nossa fazenda mais próxima de Porto Alegre e Caxias do Sul fica no Vale do Paraíba [interior de SP]”, afirma o executivo.

Entrada do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Itograss, em Patrocínio Paulista (SP) – Divulgação

Capilaridade

Surgida em 1975, a Itograss já foi fornecedora de gramados utilizados na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos do Rio 2016. Atualmente, a empresa conta com 38 unidades de produção espalhadas por 20 estados, empregando cerca de 900 pessoas.

O novo centro de pesquisa conta com área de 100 hectares, com 60 mil metros quadrados de grama. Nessa área, metade é utilizada para o desenvolvimento e aprimoramento de espécies, enquanto a outra metade é usada para oferecer experiências aos clientes, com quadra de tênis e golfe.

“Financeiramente um dos propósitos desse centro de pesquisa é desenvolver novas variedades para a empresa faturar mais com royalties. Mas, principalmente, é manter a Itograss na vanguarda da tecnologia, buscando os melhores cultivares para o mercado brasileiro”, destaca Santos.

Segundo ele, hoje a empresa recebe quatro vezes mais de royalties do que paga de direitos de uso de outras espécies que não desenvolveu.

“A Itograss é hoje a segunda maior produtora de grama no mundo. A maior é uma empresa da Georgia [estados dos EUA]. Temos algumas metas e, se não acontecer algum movimento grande no mercado, vamos nos tornar a primeira do mundo”, afirma Santos.

Internacionalização

De olho na internacionalização da empresa, a Itograssa assinou convênio com a Universidade da Flórida para desenvolver variedades que possam ser utilizadas nos Estados Unidos.

“Eles têm muito interesse também em uma grama nativa do Brasil, uma espécie que eles usam muito nos Estados Unidos. Mas a qualidade da grama que eles têm lá não se compara com o que eles viram aqui o nosso banco de germoplasma”, conta o executivo.

Caso consiga validar a grama desenvolvida nos diversos biomas do Brasil para comercializar no sul dos Estados Unidos, a Itograss mira um mercado gigantesco, que não engloba apenas estádios, mas também jardinagem e campos de golfe.

“No Brasil temos cerca de 150 campos e meio-campos de golfe. Só na Flórida existem 20 mil [campos de golfe]”, conta Santos.

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