O Londrina “antecipou” em um ano o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro. Segundo o planejamento da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube, a subida de divisão estava prevista apenas para o ano que vem.
Após o acesso antecipado, a meta para os próximos três anos também mantém os pés no chão: o clube almeja apenas permanecer na Segundona e alcançar o equilíbrio financeiro.
“A gente previu que nos três primeiros anos estaríamos na Série C. Chegamos no segundo ano e subimos. É uma antecipação do projeto”, reconheceu Guilherme Bellintani, dono da SAF do Londrina, em entrevista à Máquina do Esporte.
A equipe ainda está disputando a final da Série C contra a Ponte Preta, mas já trabalha com metas estruturais e comerciais para 2026. O primeiro jogo da decisão foi disputado no último sábado (18), em Londrina (PR), e acabou empatado por 0 a 0. A volta será no próximo sábado (25), em Campinas (SP).
“Nosso objetivo nos próximos três anos é alcançar o equilíbrio de receita operacional. Ter um clube que não seja mais deficitário. Na Série B, isso é bem possível, dentro do nosso planejamento”, comentou Bellintani.
Finanças
O acesso à Série B impactará diretamente as finanças do Londrina. Segundo o gestor do time paranaense, o déficit será reduzido, e o projeto financeiro seguirá até 2029.
“Partimos para usar capital muito focado em infraestrutura. Vamos construir o centro de treinamento e seguir melhorias no estádio”, destacou Bellintani.
A SAF também assumiu o pagamento da dívida da associação original do clube.
“Temos até dez anos para finalizar isso. Mas acho que vamos concluir antes”, contou.
O plano ainda inclui a busca por um clube em Portugal como parte do projeto de internacionalização da empresa multiclubes tocada pelo executivo, que foi presidente do Bahia e negociou a venda da SAF do Tricolor de Aço para o City Football Group (CFG).
“São três grandes blocos de investimento financeiro: infraestrutura, pagamento de dívida [herdada do clube associativo] e déficit [operacional]”, explicou Bellintani.
Patrocínio
O Londrina ainda opera com contratos anuais e patrocinadores locais. A equipe tentará atrair, com a ascensão à Série B, empresas de porte maior para apoiar as atividades do futebol profissional.
“Estamos ainda engatinhando. É o começo de um processo”, reconheceu o executivo.
“Agora passamos para a segunda parte, que é um patrocínio mais robusto”, completou.
A expectativa é de que o novo patamar competitivo obtido pelo Londrina valorize o produto a partir da próxima temporada.
“Às vezes, os mesmos patrocinadores não investiam porque o produto estava subvalorizado. Entendemos que o crescimento de receita vai ser muito grande na Série B”, disse.
Torcida
O programa de sócio-torcedor do Londrina teve um crescimento expressivo em 2025, mesmo com o clube disputando a Série C do Campeonato Brasileiro.
“Saímos de 400 para 2.500 sócios-torcedores em apenas um ano. Queremos continuar crescendo. Entendemos que o sócio-torcedor dá uma receita regular que o tíquete de ingresso direto na bilheteria não dá”, explicou Bellintani.
A SAF pretende ampliar o programa com novas experiências e benefícios para os associados em 2026. O objetivo é consolidar uma base de receita recorrente que complemente a bilheteria.
Matchday
Segundo Bellintani, a média de público nos dias de jogos experimentou um grande aumento no comparativo com os anos anteriores.
“Conseguimos ampliar muito a receita de bilheteria. Ainda está abaixo do que precisamos, mas praticamente quadruplicamos o público médio no estádio em relação à média histórica do Londrina”, contabilizou.
“Passamos de 1.500 para mais de 5 mil de público médio. Ainda está abaixo do que precisamos, mas é um avanço importante”, enfatizou.
A SAF considera a receita de bilheteria como um dos pilares do equilíbrio financeiro.
“É uma missão difícil, mas entendemos que é possível, mesmo diante de um orçamento menor do que muitos concorrentes [da Série B]”, concluiu.