A investida do governo da Arábia Saudita sobre o mundo esportivo não deverá ficar restrita aos eventos realizados em seu território. A companhia aérea Riyadh Air, pertencente ao Fundo de Investimento Público (PIF, na sigla em inglês) da Arábia Saudita, é atualmente a empresa mais cotada para substituir a plataforma de criptomoedas WhaleFin (do Amber Group) como patrocinadora máster no uniforme do Atlético de Madrid.
No início deste ano, o clube da LaLiga decidiu dar fim à parceria com o Amber Group, iniciada em junho do ano passado e avaliada em € 40 milhões anuais. De acordo com o diário espanhol Mundo Deportivo, o Atlético de Madrid pretende substituir a logomarca da WhaleFin em sua camisa, assim que o novo patrocinador seja encontrado.
Outro diário esportivo da Espanha, o Relevo, cravou a Riyadh Air como favorita para ficar com o patrocínio máster do time de Madri. Segundo o órgão de imprensa, existe ainda a possibilidade de a WhaleFin permanecer no clube, mas com status menor, como parceira de treinos.
Apetite insaciável
Nos últimos tempos, o PIF saudita tem demonstrado um apetite insaciável em relação aos investimentos na área esportiva. No futebol, por exemplo, o fundo público foi responsável por levar para o país do Oriente Médio alguns dos mais renomados craques mundiais e que teriam lugar em qualquer uma das principais ligas europeias, casos de Cristiano Ronaldo e Karim Benzema.
O PIF é dono de quatro clubes que disputam a Liga Saudita de Futebol (Saudi Pro League), liga profissional de futebol do país, e também possui 80% do Newcastle, que disputa a Premier League, da Inglaterra.
Além do futebol, o PIF tem estendido suas garras sobre outras modalidades, incluindo o golfe, sendo o responsável por criar e financiar a LIV Golf, circuito que está em processo de fusão com o PGA Tour.
O governo saudita também tem redobrado esforços tentando viabilizar o reino como sede de competições esportivas importantes. Para se ter uma ideia, o país localizado em pleno deserto escaldante foi escolhido como sede dos Jogos de Inverno da Ásia de 2029, com direito a uma cidade que será especialmente construída (com neve e tudo) para receber o evento.
No caso da Riyadh Air, a estratégia do PIF parece estar relacionada não apenas aos projetos esportivos da Arábia Saudita, mas à própria consolidação da empresa no cenário internacional e também aos planos econômicos do governo saudita. Fundada neste ano, a companhia aérea é a segunda do país, que também conta com a Saudia.
A expectativa do PIF é de que a empresa recém-criada ajude a acrescentar US$ 20 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) não petrolífero do reino, criando mais de 200 mil empregos. E que ela ainda ajude a bater a meta da nação do Oriente Médio de atrair 100 milhões de turistas até 2030.