Em uma reunião realizada na Nova Zelândia, na última sexta-feira (21), o Conselho de Administração da Federação Internacional de Futebol (Fifa) resolveu aumentar o controle sobre as transações envolvendo atletas. O presidente da entidade, Gianni Infantino, anunciou a criação de uma nova câmara de compensação centralizada, destinada, segundo ele, a dar mais “transparência e responsabilidade” a esse mercado.
O novo sistema regulador deverá entrar em vigor a partir de 16 de novembro deste ano. A ideia é centralizar os processos de transferências de jogadores entre os clubes, além de torná-las automáticas.
A medida deverá atingir em cheio os ganhos dos agentes dos atletas. O objetivo da câmara de compensação é mudar a forma como são conduzidas as transferências, garantindo que os recursos obtidos com essas negociações permaneçam dentro do futebol.
Impulsionar o mercado
Segundo Infantino, o mercado de transferências de jogadores de futebol movimenta, hoje em dia, no mundo, entre US$ 6 bilhões e US$ 7 bilhões ao ano. Com as novas regras, a expectativa é que a quantia salte para US$ 10 bilhões.
“Queremos controlar (o mercado de transferências). Para limpar isso e ter certeza de que o dinheiro vai para onde tem que ir, com regras claras. A câmara de compensação Fifa garantirá que isso vai acontecer”, afirmou o mandatário.
Infantino também garantiu estar atento a problemas que atualmente ocorrem nessas negociações.
“Sempre que você lida com transferências de jogadores, sempre que algumas autoridades policiais vão e cavam em transferências, eles encontram alguns pagamentos estranhos para alguns lugares estranhos, ligados e conectados com transferências. Bem, isso não vai acontecer mais, no que diz respeito à compensação de treinamento e, também, como um próximo passo, no que diz respeito a todos os pagamentos de transferência”, complementou.
Como vai funcionar
De acordo com Infantino, todos os pagamentos feitos aos agentes e de um clube para outro passarão a ser processados pela câmara de compensação da Fifa.
“Pagamentos a lugares estranhos não serão mais permitidos. Pagamentos a contas bancárias estranhas e países estranhos não serão mais tolerados”, afirmou o dirigente, sem especificar a quais locais e instituições financeiras se referia.
Na entrevista, Infantino denunciou que, atualmente, os clubes responsáveis pela formação dos atletas profissionais recebem de 15% a 20% de um total estimado de US$ 400 milhões. Segundo ele, o novo sistema regulatório poderá corrigir essa situação, direcionando o valor total para essas equipes a cada ano, com prioridade para os times menores.
“Isso vai mudar a vida desses pequenos, e estamos muito orgulhosos em fazer isso. A câmara de compensação trará finalmente alguma transparência e prestação de contas ao mercado de transferências”, finalizou o presidente da Fifa.