A sustentabilidade tem ganhado força no universo esportivo, com entidades e empresas criando iniciativas para diminuir impactos ambientais dos eventos. A World Surf League (WSL) e a Cristalcopo, produtora de embalagens plásticas, possuem projetos para transformar o surfe e o futebol, respectivamente, mais sustentáveis.
Desde 2016, a WSL intensificou a atuação nesse aspecto, com a criação da WSL Pure e One Ocean. Enquanto isso, o futebol conta com ações como o projeto Recicla Junto, da Cristalcopo.
“Programas como esses reforçam o objetivo de promover e estimular uma educação, por meio do esporte, voltada tanto às questões sociais quanto às ambientais. Buscar a transformação pelo exemplo, mostrando que ao realizarmos a economia circular, na prática, podemos diminuir os impactos negativos no meio ambiente”, disse Augusto Freitas, CEO da Cristalcopo.
Em 2024, o aquecimento oceânico atingiu seu maior patamar em 65 anos, aumentando o nível do mar para 4,77 milímetros entre 2015 e 2024, segundo o relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM). Neste cenário, a WSL desenvolveu iniciativas para promover a sustentabilidade.
Em 2016, a liga mundial de surfe intensificou as práticas sustentáveis com a criação da WSL Pure, focada na proteção de oceanos. Em 2018, intensificou medidas de redução de carbono no Championship Tour (CT), recompensando mais de 20 mil toneladas de dióxido de carbono com práticas saudáveis.
Em 2021, foi criada a iniciativa “We Are One Ocean”, a fim de mobilizar a comunidade do surfe para olhar com atenção para a proteção do oceano. A visa proteger e conservar o oceano através de investimentos em projetos de restauração do meio ambiente.
Somente no ano de 2024, a ação ativou 17 projetos de impacto local em todas as etapas do Championship Tour.
Brasil
Em território brasileiro, no Vivo Rio Pro 2025, etapa da CT, foram coletadas três toneladas de resíduos e 99% do lixo produzido ao longo dos oito dias de competição foram reciclados.
Além disso, neste ano, a WSL entregou mourões feitos com lonas recicladas do próprio evento, reforçando a proteção da vegetação nativa na Praia de Itaúna, local do evento, em Saquarema (RJ).
Inclusive, a organização vem transformando resíduos em utilidade pública: 55 bancos de praça e 5 abrigos de ônibus foram produzidos a partir das lonas plásticas dos eventos de 2023 e 2024.
“A sociedade e os surfistas apoiam as práticas sustentáveis da WSL, devido principalmente à ligação com o oceano. A WSL também possui uma relação muito próxima ao mar e vemos as ações como legítimas e importantes”, exaltou Ivan Martinho, presidente da WSL na América Latina.
“Além disso, o alinhamento com as marcas presentes e as ações de conscientização mostram que grandes eventos podem ganhar visibilidade associadas à sustentabilidade”, acrescentou.
Futebol
O futebol, por sua vez, movimenta de 62 a 64 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano. Para efeito de comparação, é a mesma quantidade produzida por toda a Áustria.
Neste cenário, alguns projetos sociais no território brasileiro têm se destacado. A Cristalcopo desenvolveu o Recicla Junto em 2019. Desde o ano de criação, a iniciativa atua em parceria com o Criciúma, coletando e reciclando os resíduos gerados nos dias de jogos da equipe no Estádio Heriberto Hulse.
Recentemente, no mês de agosto de 2025, o projeto chegou até o Rio de Janeiro, através de um acordo realizado com o Vasco da Gama.
O programa já coletou mais de 480 toneladas de resíduos. Em 2025, coletou mais 40 toneladas de resíduos para reciclagem no estádio durante partidas do Vasco e Criciúma, número 166% superior ao registrado no ano anterior.
O Recicla Junto também incentiva a torcida. O projeto entrega sacolas plásticas nas arquibancadas para que os torcedores recolham resíduos.
“O Recicla Junto busca causar a transformação a partir do exemplo, ao mostrar que podemos diminuir os impactos negativos no meio ambiente por meio da economia circular”, comentou Augusto Freitas, CEO da Cristalcopo e fundador do Recicla Junto.
“Além disso, nosso objetivo é promover a educação e a conscientização em relação às questões socioambientais, e o esporte tem se provado como um grande meio para essa transformação”, concluiu.

