O prefeito de Londres, Sadiq Khan, disse publicamente que apoia a candidatura da cidade para sediar os Jogos Olímpicos de 2040.
Um estudo publicado nesta segunda-feira (28) afirmou que a realização de seis grandes eventos esportivos em Londres no ano passado, incluindo a final da Champions League, gerou £ 230 milhões (US$ 307 milhões) à cidade.
Em entrevista ao The Times, Khan afirmou que o impacto econômico positivo impulsionará a ambição de tornar Londres a capital esportiva do mundo. Esse projeto inclui a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos daqui a 15 anos.
“Gostaria de ver Londres se tornar a primeira cidade a sediar os Jogos quatro vezes”, afirmou o político, referindo-se às edições anteriores do evento na capital inglesa, em 1908, 1948 e 2012.
“E, se tivermos o Campeonato Mundial [de atletismo] em 2029, isso significa que, na preparação, haverá energia, entusiasmo e investimento, o que significa que você terá futuros Mo Farahs e Paula Radcliffes”, contou o político, referindo-se ao fundista bicampeão olímpico dos 5.000m e 10.000m (2012 e 2016) e à maratonista, que foi por 16 anos recordista mundial da prova.
“Todo mundo adora vir a Londres. Conseguimos organizar um bom evento todos os anos na Liga Diamante [atletismo]. Estive em Paris no verão passado e vi a transformação da cidade”
Sadiq Khan, prefeito de Londres
Infraestrutura
Para o mandatário municipal, Londres já possui uma boa infraestrutura esportiva, o que reduziria os investimentos da cidade na realização de uma nova edição das Olimpíadas e Paralimpíadas.
“Poderíamos ter um desempenho excepcional usando os recursos que já temos no centro aquático, no estádio [olímpico] e no velódromo. E poderíamos ter alguns eventos fora de Londres também. Londres poderia ser um polo”, destacou o prefeito.
Eventos
Além da candidatura aos Jogos de 2040, Londres terá, nos próximos anos, vários eventos importantes no mundo esportivo, como a Euro Masculina de 2028 e a Copa do Mundo Feminina de 2035.
Essa última candidatura ainda necessita do aval da Fifa, em um Congresso marcado para 2026, mas Gianni Infantino, presidente da entidade, confirmou que a proposta das quatro nações do Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) foi a única candidatura “válida” recebida pela federação.
Já a perspectiva de sediar o Campeonato Mundial de Atletismo em 2029 surge depois que a Athletic Ventures, joint venture criada em abril de 2024 e formada por UK Athletics (UKA), Great Run Company e London Marathon Events, concluiu um estudo de viabilidade antes de enviar uma proposta formal à World Athletics (entidade que comanda a modalidade), em setembro.
A oferta londrina depende de conseguir £ 45 milhões (US$ 60 milhões) em apoio governamental para a realização do evento. Se for bem-sucedida, será a primeira vez que Londres sediará o Mundial de Atletismo desde 2017, que contou com estádio lotado em todos os dias de disputa.
Legado
A presidente da UKA, Denise Lewis, campeã olímpica no heptatlo em Sydney 2000, afirmou que esse legado pode ser suficiente para credenciar a cidade para a futura edição.
“Londres 2017 mostrou ao mundo o que esta cidade e este país podem fazer”, exaltou a dirigente.
Segundo o estudo de viabilidade, o Mundial 2029 geraria um impacto econômico de mais de £ 400 milhões (US$ 534 milhões).
“O atletismo continua sendo o coração pulsante dos Jogos Olímpicos. Da impressionante medalha de ouro de Keely Hodgkinson [nos 800m feminino em Paris 2024] ao Super Sábado de 2012, quando Jess Ennis-Hill, Mo Farah e Greg Rutherford iluminaram a nação, essas não são apenas memórias, são marcos que inspiram gerações”, enfatizou a ex-campeã olímpica.
A dirigente referiu-se ao sábado, 4 de agosto de 2012, quando Jessica Ennis-Hill triunfou no heptatlo, Mo Farah ganhou os 5.000m e Greg Rutherford venceu o salto em distância. As três medalhas de ouro do Team GB em um Estádio Olímpico, em Stratford (leste de Londres), lotado, com 80 mil torcedores, ocorreram em um intervalo de 44 minutos.