Em busca de reeleição, Paulo Wanderley promete mais verba para confederações olímpicas

Paulo Wanderley Teixeira, presidente do COB, que busca a reeleição - Wander Roberto / COB

Paulo Wanderley Teixeira, atual presidente do COB, buscará a reeleição - Wander Roberto / COB

Atual presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e candidato à reeleição, Paulo Wanderley Teixeira afirma que irá dar continuidade aos programas já desenvolvidos pela entidade em sua gestão. Uma novidade prometida pelo dirigente será a implantação do Top COB, programa que irá liberar mais verbas às confederações olímpicas a partir de projetos que forem apresentados e aprovados pelo comitê.

O dinheiro para essa iniciativa virá do patrocínio ca Caixa Econômica Federal e Loterias da Caixa, assinado na semana passada, em Brasília (DF). O acordo é válido por quatro anos, abarcando até os Jogos de Los Angeles 2028. A parceria prevê o pagamento de R$ 40 milhões anuais ao COB (R$ 160 milhões por todo o ciclo).

Segundo o dirigente,  a ideia é implementar no Brasil programa semelhante já desenvolvido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) com as entidades nacionais de cada país, o Top COI.

“Esse programa vai injetar recursos diretamente nas confederações mediante programas aprovados em discussão entre as partes para que possam financiar treinamenots no Brasil e exterior, participação em competições, aclimatações, que fazem parte do processo em cada ciclo olímpico”, afirmou Paulo Wanderley Teixeira, em entrevista à Máquina do Esporte.

Descentralizar

Outra proposta é assinar um convênio com a Secretaria do Esporte do Esatado do Ceará (Sesporte) para a utilização do Centro de Formação Olímpica do Nordeste (CFO), complexo esportivo anexo à Arena Castelão, em Fortaleza, para que confederações olímpicas e atletas possam fazer estágio no local.

O complexo esportivo do local é o maior do país, com área total de 313 mil metros quadrados. O local foi inaugurado pelo Ministério do Esporte em 2014 e foi concebido para ser um dos legados dos Jogos do Rio de Janeiro 2026.

“Vamos assinar um convênio com a Secretaria de Estado [do Ceará] para que as confederações e atletas possam fazer estágios ali, principalmente para que o esporte de base possa ter um centro de excelência para treinamento e, acima de tudo, para que a região Norte e Nordeste tenha um equipamento para ser utilizado”, afirma o presidente do COB.

“Isso é concreto, vai acontecer e está sendo feito”, acrescentou.

Igualdade de gênero

Outra meta do atual mandatário do COB é aumentar a participação da mulher em cargos diretivos dentro da entidade. Segundo Paulo Wanderley, dentro do comitê há 53% de empregados do sexo feminino. Já em cargos de gerência para cima, esse número é de 33%.

“Esse número já é maior do que os 30% que é preconizado. A meta é avançar, de chegarmos próximos a 40%”, afirma Paulo Wanderley, referindo-se à lei 14.597, sancionada em 2023, que estabelece o mínimo de 30% de mulheres em cargos de direção para entidades esportivas que recebem algum tipo de verba pública, como é o caso do COB.

Reeleição

Paulo Wanderley refuta a tese de que estaria concorrendo a um terceiro mandato à frente do COB. Ele ascendeu ao poder em 2017 após renúncia do então presidente, Carlos Arthur Nuzman, envolvido em escândalo sobre compra de votos para a eleição do Rio de Janeiro a sede das Olimpíadas de 2016.

O dirigente concorreu ao cargo de presidente em 2020, sendo eleito. Para entidades como a Atletas pelo Brasil e a Comissão de Atletas do COB (Cacob), a nova candidatura de Paulo Wanderley configuraria um terceiro mandato, o que desobedeceria a Lei Pelé, que foi ratificada pela Lei Geral do Esporte.

De acordo com o artigo 18-A, parágrafo I, só podem receber recursos públicos as entidades esportivas que “seu presidente ou dirigente máximo tenham o mandato de até 4 (quatro) anos, permitida 1 (uma) única recondução”.

“Eu tenho convicção de que estou indo para a minha primeira reeleição. Se tiver problema jurídico, quem resolve são as advogados. Eu tenho confiança de que estou indo para a minha primeira reeleição”, afirmou o dirigente.

Em entrevista à Máquina do Esporte, Marcelo Jucá, advogado de Paulo Wanderley, afirma que o período de 2017 a 2020, quando o então vice-presidente assumiu o lugar de Nuzman à frente do CO, foi um  “mandato-tampão”, que não contaria como primeiro mandato.

Assim, para Jucá, a eleição em 2020 é que foi o mandato inicial de Paulo Wanderley como presidente do COB. Por isso, a eleição de 2024 seria, na verdade a primeira reeleição do dirigente.

Calendário

A eleição do COB será na próxima quinta-feira (3 de outubro), na Assembleia Geral da entidade, no Rio de Janeiro. Paulo Wanderley concorre com Marco Antonio La Porta, candidato de oposição.

O Colégio Eleitoral é formado por 55 pessoas: 34 presidentes de confederações olímpicas, 19 representantes da Cacob e os dois membros brasileiros do Comitê Olímpico Internacional (COI), o ex-jogador de vôlei Bernard Rajzman e Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês).

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