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NBA avança em projeto de liga europeia para aproveitar mercado e ampliar receitas

Com possibilidade de ser lançada em 2027, iniciativa busca equilibrar interesse do público pelo basquete com o retorno financeiro de direitos de transmissão

Oklahoma City Thunder e Portland Trail Blazers se enfrentam em partida da NBA 2025/2026 - Divulgação / Thunder

A criação de uma liga operada pela NBA na Europa deixou de ser apenas uma especulação para se tornar um projeto estruturado com possibilidade de lançamento já em 2027.

A iniciativa já conta com a aprovação dos proprietários das franquias norte-americanas e entra agora em uma fase decisiva de testes de mercado.

O objetivo central é corrigir uma disparidade identificada pela organização: o basquete gera um alto índice de interesse e engajamento na Europa, mas a NBA não consegue converter essa popularidade em receitas proporcionais de direitos de transmissão e marketing.

Ao Maquinistas, podcast da Máquina do Esporte, Arnon de Mello, diretor-executivo da NBA na América Latina e no Canadá, detalhou o entendimento da liga.

“O basquete é muito maior na Europa do que ele consegue apresentar de números, dos direitos. Então, é quase como se o futebol tivesse 90% do mercado, só para facilitar, e o basquete tem 10%. Só que o que ele [o basquete] consegue extrair desse mercado de mídia é 2%”, disse.

A estratégia da NBA visa aplicar sua expertise comercial para fechar essa lacuna, transformando o potencial da audiência europeia em ativos financeiros tangíveis. O conceito parte do modelo de negócios norte-americano, que alia desempenho esportivo à maximização de receitas.

Desafio Geográfico

Um dos principais obstáculos identificados para a consolidação dessa nova liga é a desconexão entre os centros de excelência técnica e os centros de poder econômico na Europa.

Atualmente, países com tradição e destaque técnico no basquete não correspondem necessariamente aos maiores mercados consumidores de mídia do continente. Essa assimetria impõe um desafio logístico e comercial para a criação de um produto que seja atrativo para os maiores investidores de mídia.

“Hoje o basquete da Europa é muito bem desenvolvido, muito bom tecnicamente, só que o seu centro claramente [técnico] não está no seu centro econômico”, analisou Arnon de Mello.

Para mitigar esses desafios e potencializar o alcance da nova competição, a NBA aposta em um modelo colaborativo, mantendo a parceria com a Federação Internacional de Basquete (Fiba).

O projeto prevê a atração de novos recursos e dividendos, replicando a lógica de cooperação que já foi implementada em outros mercados, como na África.

“A NBA não está fechada. O que a NBA quer é ajudar, com a capacidade que ela tem, nos muitos anos de experiência de como negociar direitos de mídia, de licenciamento e tudo mais, tendo essa grande rede de parceiros globais, que traga mais mais recursos, mais dividendos para todos”

“Então, a Fiba com certeza está dentro desse projeto, não é um projeto independente da NBA”, concluiu o executivo.

O podcast Maquinistas, apresentado por Erich Beting e Gheorge Rodriguez, com a participação de Arnon de Mello, diretor-executivo da NBA para a América Latina, estará disponível a partir de terça-feira (9), às 19h (horário de Brasília), no canal da Máquina do Esporte no YouTube: