O Sport Insider, plataforma de conteúdo sobre negócios do esporte fundada pela Sisu Venture Partners, realizou na quinta-feira (6) o 1º Prêmio de Governança do Esporte Brasileiro, que foi acompanhado pelo lançamento de seu novo posicionamento e de um relatório financeiro do esporte brasileiro.
Com o relançamento da marca Sport Insider, a plataforma passa a operar com novo posicionamento editorial e comercial, que tem Rodrigo Capelo e Ricardo Fort como sócios. O projeto passará a contar com newsletter especializada, videocast com líderes do setor e eventos de conteúdo ao longo do ano.
“Vou cuidar da parte editorial e o Ricardo Fort, que é um executivo com ampla experiência no marketing esportivo mundial, cuidará da parte comercial”, explicou Rodrigo Capelo à Máquina do Esporte.
O evento aconteceu na Mercado Livre Arena Pacaembu e reuniu representantes de clubes de futebol, confederações olímpicas, federações estaduais, executivos da indústria de mídia e autoridades do setor esportivo e empresarial.
Além da entrega dos prêmios, a noite foi marcada pelo lançamento de um relatório inédito sobre as finanças do esporte brasileiro, desenvolvido em parceria com a EY, que traz um panorama sobre receitas, despesas e endividamento, entre vários outros indicadores.
“Apesar de já existirem alguns veículos consolidados, como é o caso da máquina do esporte, falta ainda informação de nicho sobre o negócio do esporte. Falamos de negócio do esporte como se fosse uma coisa só, mas existe o direito, marketing, administração, finanças, política, legislação”, pontuou Capelo.
“A imprensa tradicional consegue cobrir só até certo ponto, mas no seu dia a dia falta conteúdo. Então, quanto mais iniciativas bem-sucedidas aparecerem, melhor. A gente espera que o Sport Insider possa ser uma dessas iniciativas“, acrescentou.
Score de crédito
O Relatório das Finanças do Esporte Brasileiro 2024/2025 inclui uma análise de score de crédito. A pontuação avalia o risco de conceder crédito aos clubes, o que inclui, por exemplo, empréstimos.
Para o cálculo, foram levados em consideração oito critérios, que medem o tamanho do clube enquanto negócio, capacidade de honrar obrigações, responsabilidade de dirigentes na contratação de jogadores e disponibilidade de bens para execução de dívidas.
A partir disso, foram atribuídas notas que podem ir de AAA (qualidade altíssima) até D (inadimplente). Entre os 22 clubes brasileiros considerados, o Flamengo foi o melhor, com ranking AA (qualidade muito alta).
Atlético-MG, Internacional e São Paulo dividem o posto de pior nota, os três com CCC (risco considerável).
Receitas
O estudo exalta os direitos de transmissão como a principal fonte de renda dos clubes brasileiros. Em 2024, as equipes receberam R$ 2,9 bilhões a partir desta fonte.
Em relação a premiações, a Libertadores se destacou por pagar R$ 465 milhões aos clubes da Série A do Brasileirão em 2024. O valor foi impactado principalmente pela final entre Botafogo e Atlético-MG.
Entre as confederações olímpicas, o relatório destaca a grande disparidade observada entre futebol, que lidera o ranking, sobre as demais modalidades.
A CBF apresenta receita de R$ 1,344 bilhão, enquanto a CBV tem a segunda maior arrecadação com R$ 166 milhões, valor 8 vezes menor. COB (R$ 99 milhões), CBT (R$ 45 milhões) e CBAt (R$ 43 milhões) completam o top 5.
Matchday
Os ganhos dos principais clubes brasileiros com matchday também foram destrinchados. A avaliação separou bilheteria, estádios e sócios-torcedor, para buscar compreender o quanto as torcidas contribuem para o faturamento das equipes.
O Flamengo teve o maior faturamento com matchday, de R$ 244 milhões. Atlético-MG (R$ 173 milhões), São Paulo (R$ 160 milhões), Palmeiras (R$ 137 milhões) e Athletico-PR (R$ 133 milhões), completam o top 5.
Ainda que sejam números significativos, o relatório apresenta as arrecadações dos argentinos Boca Juniors e River Plate como exemplos. O Boca Juniors fatura R$ 293 milhões com estádio e sócios, enquanto seu rival soma R$ 376 milhões, valores superiores aos obtidos pelos clubes brasileiros.
Premiação
O evento foi encerrado com a entrega do prêmio de governança. O reconhecimento foi baseado em um ranking de transparência, que avaliou a regularidade e qualidade das publicações institucionais de cada entidade.
Entre os clubes de futebol, o Palmeiras foi o que recebeu melhor nota, de 9,6. Goiás, Fortaleza, Flamengo e Vitória também se destacaram. Algumas equipes, por outro lado, tiveram notas zeradas por não compartilharem qualquer informação financeira, caso do Botafogo.
Entre as confederações, Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) e Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN) foram exaltados.